Capítulo Quatro...

Aurora era uma adolescente de 16 anos, gentil e muito inteligente, cópia viva da sua mãe.

Enquanto estou na sala Carlota a cozinheira aparece para dizer que a mesa do almoço já estava pronta.

Carlota era uma mulher amargurada, teve a suas filhas cedo, sempre havia dito que o pai delas tinha morrido na estrada já que era caminhoneiro. Ela tinha duas filhas, Fernanda, Maribel e a sua neta Aurora.

— Hoje vamos almoçar no jardim -Afirma Rosaria sorrindo feliz para o seu neto.

Uma mesa grande e bem servida está exposta ao ar livre. Debaixo de uma enorme árvore onde fazia sombra, uma bela vista do lago e do resto da fazenda. A mesa farta, repleta de quitutes caseiros, galinhas caipiras assadas, arroz branco soltinho, farofa crocante e uma variedade de saladas colhidas na horta da fazenda, era um reflexo do carinho e da hospitalidade que me receberam.

José Otávio, um homem de olhar sereno, falava sobre a safra, sobre as chuvas recentes e a qualidade excepcional dos grãos este ano. Rosária, com seus cabelos brancos presos num coque impecável, sorria discretamente enquanto observava a cena. A conversa fluía tranquilamente, entre lembranças da sua infância e perguntas sobre a sua vida na cidade grande.

Era estranho para Arthuro, antes morava num apartamento luxuoso, no meio da cidade e do caos, agora está numa fazenda repleta de animais, verde, caipiras…

Enquanto ele puxa a cadeira para se sentar, todos sentam na enorme mesa retangular, para que assim possam saborear a comida que Carlota havia feito.

Na cozinha Carlota está terminando de raspar o chocolate para pôr em cima do bolo.

— Nem acredito que ele está de volta. A senhora viu ele mãe? Achei ele muito bonito. —Fala Fernanda.

— Vi sim, mas não tive uma boa impressão dele, aparenta ter uma tensão exagerada. Parece que está sempre uma pilha de nervos. A ponto de explodir a qualquer momento. Qual é a razão dele está aqui no meio do nada? Com certeza deve ter aprontado. — Carlota diz como uma velha ranzinza.

— Será que ele tem namorada?

— Eu quero você longe dele, você entendeu? -Fala furiosa enquanto coloca o bolo na bandeja.

— Se a senhora quiser posso levar o bolo. —Cogita rindo, enquanto ajeita os cabelos.

— Sei exatamente o motivo da senhorita querer levar, mas pode deixar que eu mesma levo.

— Deixa mãe, eu só quero ver ele, a senhora lembra que brincávamos quando era criança, corríamos pela, a fazenda.

— Tudo bem, mas sem gracinha viu, vai num pé e volta no outro.

-Sim, mãe. — Diz a beijando no rosto.

Na mesa enquanto todos estão sentados, uma figura feminina distante se aproximava da mesa, carregando uma bandeja com café recém-coado e um bolo de chocolate. Era Fernanda a irmã mais nova de Maribel, com um sorriso no rosto ela cumprimenta todos da mesa. Os anos a haviam transformado, tornando-a ainda mais bonita. Os seus traços delicados, a pele bronzeada pelo sol, os cabelos em tom de chocolate. De repente tudo naquele momento levava Arthuro para o passado, Fernanda era apaixonada por Osgur na época.

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