Criança de branco

Yuna estava sonhando Yuna viu a criança de branco foi em uma noite chuvosa, na saída de um beco estreito.

A garoa fina fazia a luz dos postes parecer embaçada, e o vento gelado assobiava pelas ruas vazias. Yuna não era do tipo que se assustava facilmente, mas havia algo inquietante naquela cena.

A menina estava parada no meio do caminho, descalça, usando um vestido branco que parecia quase brilhar sob a luz fraca. Os cabelos escuros caíam sobre o rosto, e ela não parecia se mover—não piscava, não tremia com o frio.

Yuna estreitou os olhos.

Yuna: -O que está fazendo aqui sozinha?

Ela perguntou, cruzando os braços.

A criança inclinou a cabeça de leve.

Menina: -Você viu-me

Disse a menina, a voz baixa, quase um sussurro.

Yuna franziu a testa.

Yuna: -Sim. E?

A menina abriu um pequeno sorriso.

Menina Isso significa que já é tarde demais.

Foi nesse instante que todas as luzes dos postes piscaram e apagaram-se. O vento parou. O mundo ficou completamente silencioso.

Yuna acorda confusa, o sonho parecia real, ela olha para o olhando e a sua irmã ainda dorme

Ela passou a mão no rosto, tentando afastar a sensação sufocante que o sonho deixou. Mas algo parecia errado.

A janela estava aberta.

Yuna sempre trancava a janela antes de dormir. Sempre.

No chão, bem ao lado da cama, havia pequenas pegadas molhadas.

E então, uma voz sussurrou ao seu ouvido, fria como a brisa da noite:

Voz: -Eu disse ser tarde demais.

Yuna ela não se importa, e volta a dormir

Deitou-se novamente, cobrindo-se até o pescoço. O colchão estava desconfortavelmente frio, mas, aos poucos, seu corpo relaxou.

O sono veio devagar.

O colchão afundou ligeiramente ao seu lado, como se alguém tivesse acabado de se deitar ali.

E uma pequena mão gelada tocou o seu braço

Havia uma lenda na cidade. Diziam que, se você visse uma criança vestida de branco à noite no sonho, significava que seu tempo estava acabando. Alguns acreditavam ser apenas um conto para assustar crianças desobedientes, mas aqueles que realmente a viram… nunca mais foram os mesmos.

Yuna não acreditava nessas coisas. Ou pelo menos, não acreditava até aquela noite de sono

Ela usava um vestido branco manchado de lama, e o seu cabelo caía sobre o rosto, escondendo os seus olhos. Os seus pés estavam descalços no chão húmido.

Maia acorda e olha para o olhado e observar a sua irmã pálida, ela levanta-se indo na direção dela

Maia: -Yuna?

Maia chamou baixinho, se aproximando.

Nada. A irmã não respondeu.

Maia: -Yuna, você está bem?

Quando Maia tocou o braço dela, Yuna deu um pequeno sobressalto e abriu os olhos de repente. Eles estavam arregalados, como se ela tivesse acabado de sair de um pesadelo

Yuna: -Maia...?

A voz de Yuna estava rouca, como se ela estivesse tentando se situar.

Maia: -O que aconteceu? Você está toda suada!

Maia sentou na beira da cama, preocupada.

Yuna respirou fundo, passando a mão no rosto.

Yuna: -Só… um sonho ruim.

Maia cruzou os braços, desconfiada.

Maia: -Você não parece alguém que teve só um sonho ruim.

Yuna hesitou. Como ela poderia explicar que, dentro do seu próprio quarto, parecia que ainda estava presa naquele pesadelo? Que a sensação de que alguém estava ali com ela ainda não tinha passado?

O silêncio no quarto ficou pesado. Yuna sentiu um arrepio subir pela espinha ao encarar a palavra rabiscada na parede.

Maia deu um passo para trás, sua respiração acelerada.

Maia: -Yuna… foi você que escreveu isso?

Yuna: -Claro que não

Yuna respondeu rapidamente, ainda sentindo o coração disparado.

Maia olhou ao redor, o medo crescendo em seus olhos.

Maia: -Então… quem foi?

Yuna engoliu seco. Ela não queria assustar a irmã, mas algo dentro dela dizia que aquilo não era uma brincadeira da sua própria mente.

Yuna limpou a mão na camisola, tentando manter a calma.

Yuna: -Isso não faz sentido… Eu acabei de acordar.

O peso daquelas palavras ainda estava na mente de Yuna quando ela saiu de casa às pressas. Maia tentou impedi-la, mas Yuna estava determinada. Se aquela coisa estava atrás dela, precisava entender o que estava acontecendo.

E Theodor era a única pessoa que poderia ajudá-la.

Ela caminhou rápido pelas ruas escuras da cidade, as palavras de Maia ecoando em sua mente. "Se você a vir, significa que ela te escolheu."

Quando chegou ao prédio de Theodor, não perdeu tempo. Tocou o interfone várias vezes até ouvir a voz sonolenta do outro lado.

Theodor: -Quem diabos…?

Yuna: -Sou eu, Yuna! Abre logo!

Houve um silêncio. Então, um som de trava destravando.

Yuna subiu as escadas correndo.

Ao abrir a porta, Theodor franziu a testa. Ele estava de moletom e com o cabelo bagunçado, claramente recém-acordado.

Theodor: -Yuna? O que aconteceu?

Ela entrou direto, ignorando qualquer formalidade.

Yuna: -Você já ouviu falar da criança de branco?

Theodor piscou algumas vezes, parecendo confuso.

Theodor: -Você veio até aqui às três da manhã para perguntar isso?

Yuna: -Não to brincando, Theodor!

Yuna se virou para ele, seu rosto sério.

Yuna: -Eu vi ela.

O olhar de Theodor mudou instantaneamente. Ele fechou a porta devagar.

Theodor: -Como assim… viu ela?

Yuna contou tudo — desde o momento em que a viu na rua até o pesadelo e a palavra escrita na parede do seu quarto.

Quando terminou, Theodor estava pálido.

Theodor: -Isso não é bom, Yuna…

Yuna: -Você acredita em mim?

Ele suspirou e passou a mão pelo rosto.

Eu não sou do tipo que acredita em lendas. Mas… se isso for real, você está em perigo.

Yuna sentiu um frio na espinha.

Yuna: -O que eu faço?

Theodor olhou para ela por um momento, como se estivesse pensando. Então, pegou o celular e começou a digitar algo.

Theodor: -Se essa coisa realmente existe, tem alguém que pode nos ajudar.

Yuna franziu a testa.

Yuna: -Quem?

Theodor olhou para ela com seriedade.

Theodor: -Um cara que já sobreviveu-lhe antes.

Yuna sentiu a ansiedade crescer, ela nunca sentiu isso antes, mas ultimamente ela esta sentindo fraca, as vezes ela consegue controlar os seus sentimentos. Tudo o que ela queria era uma resposta, algo que a fizesse acreditar que havia uma maneira de lidar com aquilo. O medo que ela sentia estava apertando seu peito, e o pensamento de continuar enfrentando sozinha aquela presença constante a estava consumindo.

Quando Theodor se aproximou dela para pegar algo na mesa, Yuna não conseguiu evitar. Algo a impulsionou a agir. Ela aproximou-se, os seus corações batendo em sincronia, e, num impulso, beijou-o. Não foi um beijo calculado. Foi uma reação pura, movida pela necessidade de conforto e pela intensidade do momento.

Theodor a olhou com uma mistura de surpresa e compreensão.

Theodor: -Yuna... você não está sozinha nisso. Vamos encontrar uma solução, eu prometo. Mas você tem que confiar em mim, ok?

Ela respirou fundo, sentindo o peso de tudo o que estava acontecendo se suavizar um pouco.

Yuna: -Eu confio em você, Theodor. Agora, vamos salvar o que resta.

O silêncio se instalou entre eles, mas era um silêncio reconfortante. Ambos sabiam que havia mais por trás daquela situação, mais do que a simples lenda de uma criança de branco. Mas, naquele momento, o que importava era que, pela primeira vez em muito tempo, Yuna não se sentia completamente sozinha.

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