A lâmpada piscava no beco estreito, projetando sombras irregulares nas paredes úmidas. O cheiro de chuva misturado com fumaça pairava no ar. Yuna encostou-se contra a parede de tijolos desgastados, os olhos fixos no homem à sua frente.
Ele tremia. As mãos sujas de sangue. O olhar perdido entre o medo e a incredulidade.
Homem: -Eu… eu não sabia…
Ele gaguejou, os lábios rachados formando palavras fracas.
Homem: -Não era pra ser assim…
Yuna inclinou levemente a cabeça, um brilho gélido nos olhos.
Yuna: -Mas foi.
O homem ofegou, tentando dar um passo para trás, mas encontrou apenas a parede.
Homem: -Você não entende, eu fui obrigado
Homem: -Você sempre teve escolha.
Yuna cortou, a voz firme.
Homem: -Só escolheu errado.
O silêncio foi sufocante. O coração dele martelava tão forte que Yuna podia praticamente ouvir.
Homem: -Por favor…
Ele murmurou.
Yuna se abaixou levemente, os olhos encontrando os dele, e sorriu. Não um sorriso reconfortante. Não um sorriso de piedade.
Yuna: - Então lute.
Ele hesitou, confuso.
Homem: -O quê?
Yuna: -Se quer viver… lute.
O homem arfou, buscando desesperadamente uma saída. Mas Yuna sabia. Ele não tinha mais força para lutar.
E ela nunca foi de dar segundas oportunidadeses.
O homem, conhecido apenas como Vargas, tinha uma longa lista de pecados, mas um deles foi o suficiente para selar o seu destino: ele traficava pessoas.
Usando a sua influência para sequestrar e vender mulheres e crianças para redes criminosas. Ele se escondia atrás de negócios legítimos, lavava dinheiro, subornava policiais e, quando necessário, eliminava qualquer um que ameaçasse expor o seu esquema. Para ele, tudo se resumia a lucro—vidas humanas eram apenas mercadorias.
Yuna descobriu sua existência quando uma jovem chamada Lia, que havia conseguido escapar, veio até ela em desespero. Lia contou sobre o que sofreu, sobre outras garotas que nunca tiveram chance de fugir. Foi o suficiente para Yuna decidir que Vargas precisava pagar.
E ali, naquele beco escuro, ele finalmente estava sem saída.
Yuna: -Você destruiu vidas. Roubou o direito delas de escolher, de sonhar, de viver.
Yuna disse, com uma calma perturbadora.
Yuna: -Agora, veja como é estar do outro lado
O homem tremeu, lágrimas se misturando com o suor em seu rosto. Pela primeira vez, ele sentia o medo que tantas vítimas sentiram por culpa dele.
Mas a diferença era que Yuna não sentiria pena.
Era uma noite chuvosa, e Yuna estava em uma cafeteira discreta no centro da cidade. Ela não costumava ficar em locais movimentados por muito tempo, mas algo naquela noite a fez esperar um pouco mais. Foi então que a porta se abriu com um estrondo, e uma garota entrou a correr, ofegante, completamente encharcada. O seu olhar frenético procurava por algo—ou alguém.
A garota, que não parecia ter mais de vinte anos, tremia, segurando um casaco surrado contra o peito como se aquilo fosse a única coisa que a protegia do mundo. Ela escolheu um canto afastado e ficou ali, olhando pela janela, como se esperasse que algo saísse da escuridão para pegá-la.
Yuna não era do tipo que se envolvia sem motivo. Mas havia algo estranho naquela garota. Não era apenas medo era desespero puro.
Quando Lia finalmente saiu da cafeteira, Yuna a seguiu.
A garota andou rápido, olhando para os lados o tempo todo. Em certo momento, ela virou para um beco, e foi aí que Yuna viu: dois homens a seguiam. Eles eram discretos, mas não o suficiente para enganar Yuna.
Antes que pudessem alcançá-la, Yuna agiu.
Um golpe preciso. Um estalo no ar. Um dos homens caiu sem nem entender o que o atingiu. O outro tentou reagir, mas Yuna foi mais rápida. Ele mal teve tempo de gritar.
Quando Lia percebeu o que estava acontecendo, ficou paralisada.
Yuna: zEles estavam te seguindo.
Yuna disse, limpando as mãos na jaqueta.
Lia ainda tremia.
Era uma foto. De garotas presas em um galpão.
Lia: -Eles não pegaram só a mim. Eu consegui fugir… mas as outras ainda estão lá.
Lia disse, a voz embargada.
Lia: -Eu preciso de ajuda. Mas não posso ir à polícia… eles estão envolvidos.
Foi ali, naquela noite chuvosa, que Yuna decidiu.
Vargas ia pagar.
Yuna não gostava de soluções óbvias. Para pegar Vargas, ela precisava de algo mais elaborado—algo que garantisse que ele fosse sofrer antes do fim.
Pequenas pistas cuidadosamente plantadas, documentos falsificados e mensagens vazadas indicavam que ele estava desviando dinheiro do tráfico e planejando fugir com os lucros.
A paranoia começou a crescer dentro da organização de Vargas. Seus próprios comparsas começaram a desconfiar dele. Isso o obrigou a se expor, tentando consertar os estragos que Yuna havia feito sem que ele sequer soubesse que ela estava por trás de tudo.
Foi então que veio o golpe final.
Lia, que todos pensavam estar morta ou desaparecida, apareceu de repente. Um
Informante de Vargas a encontrou vagando por um bairro afastado, claramente traumatizada. Quando ele a entregou para o chefe, Vargas ficou satisfeito—ele gostava de resolver problemas pessoalmente.
O que ele não sabia era que Lia não estava sozinha.
Quando ele a trancou num quarto, Yuna já estava lá dentro.
Yuna: -Sabe qual a melhor parte?
Yuna perguntou, aproximando-se devagar.
Yuna: -Eu nem precisei fazer muito esforço. Seus próprios homens te venderam. Você não tem mais saída, Vargas.
A porta foi arrombada segundos depois. Mas não eram os comparsas de Vargas. Era a polícia, não os subornados, mas uma força especial que já vinha monitorando o caso.
Com as evidências sendo transmitidas ao vivo e Vargas pego em flagrante, não havia como ele escapar.
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Atualizado até capítulo 42
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