Flores murchas

No começo, eram vivas, vibrantes, um presente carregado de promessas

Carina segurava o buquê de rosas mortas com força os espinhos ficando na sua pele

 Foi quando o Gustavo apareceu

Gustavo: -Ainda guarda as flores?

A voz dele soou atrás dela

Ela não se virou

Carina: -Elas nuncam foram só flores, não é?

A sala estava em silêncio, apenas, o som de relógio, preenchia o espaço entre elas

Adriana: -Está diferente

Yuna sorrir de canto, mexendo distraidamente no copo

Yuna: -As pessoas mudam

Adriana: -As pessoas amadurecem, mas você...

Ninguém sabia de onde ele vinha. Ele apenas aparecia

O homem das flores tentou recuar, mas Yuna já estava à sua frente. Não havia saída.

Carina: -Você achou que ninguém perceberia? ela perguntou, inclinando a cabeça.

Carina: -Que ninguém notaria que suas flores eram um aviso de morte?

O sorriso dele, sempre calmo, vacilou.

Caique: -E o que você vai fazer? Me matar?

Yuna soltou uma risada baixa, puxando do bolso uma única rosa negra.

Yuna: -Não.

Ela estendeu a flor para ele.

Carina: 'Eu só vim te dar o que você sempre deu aos outros.

O Caíque hesitou, olhando para a flor. O perfume era estranho. Denso. Hipnótico.

Ele a pegou. E foi aí que tudo começou.

Os olhos dele arregalaram quando sentiu o corpo fraquejar. O veneno que cobria as pétalas já estava correndo em suas veias.

Yuna deu um passo para trás, observando enquanto ele caía de joelhos, os dedos tentando apertar a garganta, a respiração falhando.

Yuna: -Flores são bonitas… Mas também matam.

Ela sussurrou, repetindo as palavras que ele mesmo havia dito antes.

O homem das flores caiu no chão. Sem vida.

E Yuna?

Ela apenas sorriu, virou-se e foi embora.

Dessa vez, não haveria mais flores

Sempre com um buquê nas mãos. Sempre com um sorriso calmo

Ninguém percebia que, um dia após receber as pessoas desapareciam

Primeiro foi a senhora do mercado, que sorria sempre para todos. Depois, o jovem professor da escola, Em seguida, uma garota que sonhava em sair da cidade

Carina: -O quê aconteceu depois com as flores murchas?

Yuna piscou. Por um instante

Yuna: -A senhora será a primeira a descobrir

A noite está densa, carregada de silêncio e antes apagão. Yuna respirou fundo, sentido a adrenalina na pulsar nas suas veias. Era agora

Ela observava tudo alto do prédio abandonado com a Carina, os fixos no Caíque que caminhava. Ele carregava um novo buquê, tão impecável quanto os anteriores. Mas Yuna sabia a verdade. Sabia o que acontecia depois que as flores murchavam

Ela e a Carina desce a escada lentamente, cada passo meticulosamente calculado

 Quando o homem parou na esquina, sentindo que estava sendo observado, Yuna apareceu. Seu sorriso era tão afiado quanto

A lâmina que escondia no casaco

Yuna: -Bonita noite para um passeio, não acha?

O Caíque inclinou a cabeça, curiosa

Caique: -Não costuma ser seguro para uma garota sozinha.

Yuna: -E quem disse que estou sozinha?

Yuna sorriu, dando mais um passo à frente.

Os olhos dele se estreitaram. Ele entendeu.

Mas era tarde demais.

O plano estava em movimento.

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