A Mulher de Sangue

Parada sob a luz fraca do poste, uma mulher.

Seus cabelos desgrenhados caíam sobre o rosto pálido. Seus olhos, vazios.

Mas o que mais chamou atenção foi o vestido… ensopado de sangue.

Ela não parecia ferida. O sangue não era dela.

O homem hesitou. Deveria perguntar se ela precisava de ajuda?

Antes que pudesse decidir, ela levantou o rosto.

E sorriu.

Um sorriso grande demais.

Algo estava terrivelmente errado.

O cheiro metálico do sangue impregnava o ar.

Ela andava descalça pela estrada deserta, os pés deixando rastros vermelhos no asfalto frio. O vestido branco, agora manchado de vermelho, grudava em sua pele molhada. Mas o sangue não era dela.

Seu olhar era vazio, mas o sorriso… o sorriso estava lá.

Seu olhar era vazio, mas o sorriso… o sorriso estava lá.

Lágrimas escorriam pelo seu rosto, misturando-se às gotas de sangue que pingavam do queixo.

Na estrada, um carro freou bruscamente. O motorista saiu, assustado.

Homem: -Moça? Você… você tá bem?

Ela piscou lentamente, como se voltasse à realidade. Então, começou a rir.

Um riso baixo, trêmulo.

E então ela deu um passo à frente.

O homem hesitou, olhando ao redor. Não havia mais ninguém. Só ele… e ela.

Homem: — O que aconteceu com você?

Ele insistiu, a voz tensa.

Ela inclinou a cabeça.

Moça: —Ele mereceu.

A cafeteria no fim da rua estava quase vazia. A chuva fina batia contra a janela, criando um ritmo suave no silêncio do local.

Yuna girava a xícara de café entre os dedos quando a mulher entrou.

Ela parecia comum. Cabelos presos, roupas simples, um olhar cansado. Mas havia algo nela… um peso invisível.

A mulher pediu um café e se sentou próxima a Yuna. Seus olhos, apesar de vazios, fixaram-se nela por um instante a mais do que o normal.

Mulher: — Você já sentiu vontade de simplesmente… acabar com tudo?

A mulher perguntou, sem rodeios.

Yuna arqueou uma sobrancelha, analisando-a.

Yuna: —Depende. Com tudo… ou com alguém, Sofia?

A Sofia sorriu de canto.

Sofia: —Acho que eu ainda não sei.

Yuna tomou um gole de café, mantendo o olhar fixo nela.

Yuna: —Quando souber, me avise.

A m riu baixinho, como se fosse apenas uma conversa qualquer. Mas havia algo por trás daquele riso.

O ar parecia carregado, como se algo invisível puxasse tudo para um ponto específico.

E esse ponto era ele.

Seus olhos eram escuros demais, profundos demais, como se escondessem algo que ninguém deveria ver. Mas era exatamente isso que tornava impossível desviar o olhar.

Seus movimentos eram lentos, calculados, como se soubesse que todos estavam obEle não falava alto, mas quando falava, o mundo parecia silenciar.

Yuna sentiu isso na pele.

Ele se aproximou e, por um instante, o tempo parou.

Theodor: — Você sente isso?

ele perguntou, a voz baixa, quase um sussurro.

Ela sentia.

Algo magnético.

Algo perigoso.servando. E eles estavam.

Theodor: -Quem é você?

Yuna pega a bolsa dela da poltrona e vai embora

A aliança brilhava em seu dedo. Uma promessa. Um laço.

Ela a girava distraidamente enquanto olhava pela janela. Lá fora, a cidade pulsava, indiferente ao que acontecia dentro daquela casa.

Noivo: —Você está feliz?

Ele perguntou atrás dela, a voz baixa, doce.

Ela sorriu, mas não virou o rosto.

Sofia: -Claro que estou Renan

Ela já foi feliz.

Uma garota cheia de vida, rindo alto sem se importar com os olhares ao redor. Seus olhos brilhavam, seus sonhos pareciam infinitos

Então, ela o conheceu.

No começo, ele era doce. Prometia o mundo, segurava sua mão com firmeza, fazia juras de amor. Ela acreditou.

Aceitou a aliança. Aceitou as mudanças. Aceitou quando ele começou a decidir o que ela deveria vestir, o que deveria falar, como deveria ser.

Os sorrisos diminuíram. A alegria desapareceu.

Ela já não sabia mais onde terminava ela e começava ele.

Até que, numa noite qualquer, ela olhou no espelho e não se reconheceu mais.

Foi ali que algo quebrou.

E naquela noite… o sangue veio.

Agora, ela estava na estrada. A aliança ainda no dedo.

Mas ele?

Ele nunca mais faria mal a ninguém.

Mia: -Vai ajudar mais alguém?

Ela para de fazer lição

Yuna: -Vou

Mia se levanta

Mia: -Eu posso ir com você?

Yuna ergueu a sua sobrancelha

Yuna: -Não

Yuna estava na porta, o som do vento soprando forte no corredor vazio. Ela tinha planejado tudo. A Sofia precisava apenas desmaiar o noivo, depois a polícia chegaria e o jogo seria jogado. A manipulação, o controle, tudo corria de acordo com o plano.

Mas quando ela entrou, o cenário estava errado.

A Sofia estava de pé, o olhar fixo no corpo estirado no chão. A lâmina estava ainda brilhando sob a luz fria.

Ele não estava desmaiado. Ele estava morto.

Yuna sentiu a pressão em seu peito aumentar, um peso que a prendia no lugar. Isso não era o que ela havia planejado.

Yuna: -O que você fez?

Yuna sussurrou, mais para si mesma do que para a mulher.

Yuna se aproximou, os passos ecoando na sala silenciosa. O plano tinha saído do controle.

A Sofia levantou a cabeça, os olhos vazios e frios, como se estivesse distante de toda a realidade.

Sofia: -Eu acabei com ele.

A voz dela era calma, mas o sorriso que surgiu no rosto da mulher era algo perverso.

Yuna se aproximou, os passos ecoando na sala silenciosa. O plano tinha saído do controle.

Yuna: -Isso não era parte do plano.

mulher se virou, seus olhos agora ardendo com uma intensidade que Yuna nunca tinha visto.

Sofia: -O que você acha que era o plano?

Ela perguntou, se aproximando com uma calma assustadora.

Sofia: -Eu não sou sua marionete.

Ela tremia. As mãos sujas de sangue.

O coração disparado, a respiração curta. O desespero queimava em sua garganta, mas, ao mesmo tempo…

O desejo

O desejo de liberdade. O desejo de vingança. O desejo de nunca mais ser controlada.

Ela olhou para o corpo caído no chão. Renan não respirava mais.

Finalmente, era ela quem estava no controle.

Yuna olhou para a mulher, os olhos fixos nela, um sorriso sutil se formando nos cantos dos seus lábios. O medo que a mulher pensou que havia causado foi rapidamente substituído por uma confiança silenciosa.

Ela riu. Não uma risada nervosa, mas uma risada de quem sabia que ainda controlava a situação.

Yuna-: —Você realmente acha que está no controle?

Yuna perguntou, a risada ainda ecoando.

A mulher ficou parada, surpresa com a reação de Yuna. Ela esperava medo, insegurança, mas o que encontrou foi um desafio.

Yuna deu um passo à frente, os olhos brilhando com uma intensidade própria.

Yuna: —Você matou ele, sim. Mas sabe o que mais você fez? Fez exatamente o que eu faria, só que não fez direito

No meio da rua, ela parou, olhando o reflexo da sua imagem em uma vitrine. O sangue em seu rosto, o vestido rasgado, a expressão vazia. Ela não se reconhecia mais.

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