Famoso assassino

A polícia passava noites em claro tentando encontrar pistas, mas tudo que tinham eram cenas de crime perfeitas e um rastro de medo.

Ele era conhecido por muitos nomes.

Os jornais o chamavam de "O Príncipe do Crime". Na internet, era cultuado por um fandom doentio, pessoas fascinadas por sua beleza e pelo rastro de sangue que deixava.

Yuna estava sentada no sofá, os dedos entrelaçados no colo. Maia, sua irmã mais nova, estava ao lado dela, abraçando um travesseiro como se aquilo pudesse protegê-la da realidade.

Maia: -Como será que o pai dele está?

Maia perguntou, a voz baixa.

Yuna respirou fundo antes de responder.

Yuna: — Não sei…

Elas ficaram ali, em silêncio.

O bar estava iluminado por luzes vermelhas e azuis, a música alta preenchendo o ambiente.

Foi quando ele apareceu.

Alto, impecável, com um sorriso tão perfeito que parecia irreal. Os olhos dele tinham um brilho hipnotizante, e a forma como se movia pela multidão era quase teatral.

Sozinha?

Principe: -A voz dele era suave, envolvente.

Yuna ergueu os olhos e encontrou o olhar dele.

Yuna: -Nem sempre.

Ele sorriu, puxando uma cadeira.

Sentada na cama, com a luz do celular iluminando seu rosto no quarto escuro, Yuna deslizava o dedo pela tela, lendo as notícias sobre o assassino.

"Novo ataque choca a cidade – Polícia segue sem pistas."

"O criminoso de sorriso perfeito faz mais uma vítima."

Mas o que realmente a fez sentir um nó no estômago foram os comentários.

— "Ele é lindo demais pra estar na cadeia."

— "Se ele quisesse me matar, eu até deixava."

— "Acho que tem algo por trás, um motivo. Ninguém tão bonito pode ser tão mau."

Yuna franziu a testa.

As pessoas estavam passando pano para um assassino porque ele era bonito.

Porque seu sorriso era perfeito.

Porque sua voz era cativante.

Ninguém parecia se importar com as vítimas. Com Gabriel. Com as vidas arruinadas.

Yuna apertou o celular nas mãos, o coração acelerado.

Ela sabia que o mundo era hipócrita.

Mas ver isso acontecer diante dos seus olhos…

Era nojento.

E, pior de tudo, ele sabia disso.

E estava se divertindo.

"Novo ataque choca a cidade – Policia segue sem pistas."

Os comentários eram os piores

— "Ele é lindo demais pra estar na cadeia."

— "Se ele quisesse me matar, eu até deixava."

— "Acho que tem algo por trás, um motivo. Ninguém tão bonito pode ser tão mau."

Yuna franziu a testa

Yuna: -Essas pessoas não tem noção mesmo né

A noite estava escura, e o som dos passos apressados ecoava pelo beco. Yuna olhava de um lado para o outro, o coração batendo forte no peito.

Atrás dela, ele estava encostado na parede, ofegante, o rosto parcialmente coberto por sombras.

Havia sangue na manga da sua jaqueta.

Príncipe: -Tem certeza disso?

Ele perguntou, a voz rouca.

Yuna: -Não vão sentir faltar

Yuna apertou os punhos.

Ela tinha lido os comentários. Visto as pessoas ignorarem as mortes só porque ele era bonito.

O mundo não se importava.

E, de alguma forma doentia, ela também não conseguia se importar mais.

Ela o entendia.

Yuna: -Vem comigo.

Ela disse, dando um passo à frente.

Os lábios dele se curvaram em um sorriso lento.

Eles prendem as vítimas no porão

A sala estava mal iluminada, o cheiro de cigarro e sangue ainda pairando no ar. Yuna sentou-se no sofá velho, observando ele limpar a lâmina com calma, como se aquilo fosse um ritual.

O silêncio entre eles era confortável.

Até que ele ergueu os olhos, um sorriso brincando nos lábios.

Principe: -Quantas pessoas você já matou, Yuna?

A pergunta pairou no ar, pesada.

Yuna inclinou a cabeça

Ele queria testá-la. Medir o quão fundo ela estava disposta a ir.

Ela sorriu de canto.

Yuna: -Não exatamente, já fiz pessoas sentirem dores

Yuna se levantou, pegando a faca que ele havia deixado na mesa. Sentiu o peso do metal frio na palma da mão.

Olhou para ele e sorriu.

Yuna: -Mata a mãe dela e deixa a filha dela

A tela do celular iluminava o rosto de Yuna enquanto ela deslizava pelos comentários.

Os mesmos comentários hipócritas de sempre.

Yuna: -"Ele é lindo demais pra ser um monstro."

"Quem dera ele me matasse também."

"Acho que as vítimas mereceram."

Yuna bufou.

A moça ver o principe do crime com a faca passando no rosto da mãe dela

Moça: -Por favor pare com isso

A garota estava ajoelhada no chão, os olhos arregalados em choque. O sangue de sua mãe ainda escorria pelo chão, manchando o tapete bege.

Ela tremia, a boca entreaberta, incapaz de produzir um som.

Os olhos dela se encontraram com os de Yuna.

Yuna ergueu o celular e virou a tela para a garota.

Yuna: -Foi você que escreveu isso?

Perguntou, em tom quase casual, mostrando o comentário antigo.

Yuna: -"Se ele quisesse me matar, eu até deixava."

Yuna: -Mas eu não vou deixar que te mate

Moça: -Eu...eu, por favor pare com isso, eu faço tudo para vocês

Príncipe: -Eu posso terminar?

Yuna: -Faça o que você quiser

A garota ainda estava ajoelhada, os olhos vidrados na cena à sua frente. Sua mãe lutava para respirar, o corpo contorcido em espasmos enquanto o sangue escorria pelo chão.

O assassino olhava para tudo com um fascínio quase artístico. Cada movimento dele era preciso, calculado.

Yuna, encostada na parede, observava em silêncio. A garota não gritava. Talvez porque o choque a tivesse paralisado. Ou talvez porque, no fundo, ela sabia que não havia escapatória.

O assassino limpou a lâmina na roupa da mulher moribunda e suspirou, como se estivesse satisfeito.

Ele então olhou para a garota.

Yuna: -Agora você entende? — Sua voz era suave, quase gentil.

Yuna deixa ela fugir

Príncipe olha para a Yuna

Príncipe: -Temos que mata-lá

Yuna: -Não é preciso, ela já tá morta

A madrugada estava silenciosa, exceto pelo som abafado da respiração de Yuna e pelo leve toque do seu celular. Ela se sentou em uma cadeira de madeira velha, a tela iluminando seu rosto enquanto ela lia os comentários mais recentes.

Era a mesma coisa de sempre: adoração pelo assassino, desprezo pelas vítimas.

Mas hoje era diferente. Ela sabia que ele estava próximo. Ele sempre estava perto de quem falava demais.

Yuna soltou uma risada baixa.

Era claro, não era? A hipocrisia daquelas pessoas… o prazer que elas tinham de fantasiar sobre a morte sem jamais entender o peso real disso.

Yuna: -" "Acho que tem algo por trás, um motivo. Ninguém tão bonito pode ser tão mau."

Ela pressionou o botão de enviar mensagem para o assassino, uma simples coordenada de localização

Alguns minutos depois, a porta se abriu, e ele apareceu. Ele nunca era difícil de encontrar. As pessoas, quando queriam ser observadas, se entregavam.

Ele entrou silenciosamente, seu sorriso tão perfeito quanto o das outras vítimas que já caíra. O comentário que ele tinha lido antes estava marcado em seu celular.

Yuna: -Ela e o marido estão esperando

O assassino olhou para Yuna com um sorriso cúmplice, e então se virou para a nova vítima, pronta para seguir sua rotina de destruição.

O assassino não teve pressa. Com um sorriso sem expressão, ele puxou a faca de forma calculada e a apontou na direção do homem.

Moça: -Larga ele por favor

O assassino olhou para ela, quase em compaixão, como se estivesse dando a ela uma oportunidade de ver o fim da sua história.

Príncipe: -Você não tem mais ninguém para proteger.

Yuna se levantou e observou a mulher, a expressão vazia. Ela sabia que, para aquela esposa, o pesadelo estava apenas começando.

Yuna estava em um canto escuro da sala, fora do campo de visão dos policiais. Ela observava tudo com uma calma perturbadora. A polícia se concentrou no assassino, sem perceber sua presença.

O assassino foi finalmente algemado e levado, sem resistir. Ele não parecia surpreso. Não parecia nada. Apenas aceitava o que acontecia, como se tudo fosse parte de um plano maior que ele já havia antecipado.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!