Ava Wilson.
Passar dois dias num lugar escuro, fedorento e aterrorizante não é para qualquer um, o chefe não me matou, mas quis deixar bem claro que ninguém passa por cima das suas ordens.
Flashback...
Após implorar para que ele não me matasse, ele deu um sorriso macabro, que realmente me deixou muito apavorada.
__ Não matarei você.
Disse e um pequeno sorriso surgiu nos meus lábios automaticamente, mas na mesma intensidade que ele surgiu, ele desapareceu quando o meu chefe disse a seguinte frase.
__ Mas você terá que entender que ninguém passa por cima das minhas ordens e há um preço enorme aos que se atrevem a tal coisa.
Eu engoli a seco, ainda com a cabeça baixa.
__ Eric, quero que você dê uma bela lição nela e deixe ela no porão, sem água e sem comida.
Disse e eu senti alguém me puxando para fora com força.
__ Vamos, criada.
Diz Eric me arrastando.
__ Olha, eu não queria fazer nada com você, Ava, até acho certo o que você fez, mas eu preciso seguir as ordens.
Disse baixo. Eu sei que ele não é uma má pessoa, muito pelo contrário, cheguei aqui há 3 meses e ele foi a pessoa mais gentil e simpática que conheci, nos tornamos bons amigos.
__ Tudo bem.
Diz também baixo. Ele me levou até o porão e pegou algumas cordas.
__ É melhor você sentar.
Diz e assim eu faço. Ele me olhava como se estivesse num conflito interno, onde uma parte lhe dizia para me tirar dali o mais rápido possível, enquanto outra lembrava que ele tinha apenas que seguir as ordens.
__ Aaron?
Digo chamando a sua atenção. Eu gosto de chamá-lo pelo seu segundo nome, deixa ele ainda mais atraente.
__ Você precisa seguir as ordens dele, caso contrário você morre.
Digo e ele se agacha na minha frente, sem desviar o seu olhar do meu.
__ Eu sei, mas não queria que você ficasse aqui.
Diz colocando uma mão no meu rosto, alisando o mesmo, eu dou um sorriso.
__ Eu vou ficar bem.
Disse também colocando uma mão no seu rosto. Ele aproximou os nossos rostos, colando nossos lábios, dando início a um beijo maravilhoso e delicado, sem malícias ou segundas intenções.
Após perdermos o ar, nos separamos. Ele mesmo relutante amarrou os meus pulsos com a corda.
__ Vou ter que apertar, o patrão me mandou lhe dar uma "lição" antes de trazê-la para cá, então você terá que aparecer com algum ferimento.
Disse e eu concordei, a corda tanto nos meus braços, quanto nos meus pés ficaram muito apertadas, Eric saiu em seguida, me trancando.
Flashback off.
Após isso eu não o vi mais, ele simplesmente não voltou, eu até entendi, mas poxa, ele não veio nem sequer me olhar.
Eu estava com muita fome e sede, não sei que horas são, pois aqui não tem muita claridade, mas sei que já anoiteceu, pois a lua iluminava através de algumas brechas.
Ouço barulhos de vozes a porta foi aberta e alguém entrou, não consegui reparar direito, apenas pedi comida e assim que ouvi a voz, reconheci que era a Zaya.
Fiquei feliz por ela vir, mesmo arriscado a sua pele ela veio, assim como eu fiz, tenho ainda mais certeza que fiz o certo naquele momento. Após me dar uma sopa que estava muito boa, ela olhou para os meus pulsos e viu que devido as cordas estarem apertadas, eles estavam em carne viva.
Não sei de onde, mas ela tirou uma faca e começou a cortar as cordas, porém, escutamos passos se aproximando e quando a porta foi aberta ela parou, a voz do chefe ecoou, ele arrastou ela e eu acompanhei tudo com o olhar. Arregalei os olhos quando por um momento, ela enfiou a faca no abdômen dele e se levantou fugindo, naquele momento eu não vi mais nada, pois, a porta foi fechada e eu trancada novamente.
A minha não parava por um minuto, será que ela tá viva? Será que ela conseguiu fugir? eram tantas perguntas, mas nenhuma resposta. O chão fedido e gelado era a minha cama, eu deitei tentando parar de pensar em tudo isso. Pelo agora eu não estava ouvindo os roncos da minha barriga, graças a Zaya.
A noite foi longa, não conseguia dormir, o meu corpo doía, não sei por mais quantos dias ficarei nesse inferno, espero que não muitos. Vi a noite se transformando em dia, pois, se dissesse que eu dormi, estaria mentindo.
A porta foi aberta e eu continuei deitada no chão.
__ Bom dia, Ava.
Olhei para cima e vi Eric parado me olhando.
__ Veio terminar o serviço?
Perguntei e ele se agachou.
__ Não, vim tirar você daqui, o patrão disse que o seu castigo acabou.
Disse pegando um punhal, terminando de cortar as cordas que Zaya começou.
__ E a Zaya? Ela está viva?
Pergunto, mesmo sabendo a enorme possibilidade dela estar morta nesse momento.
__ Ela está bem e viva.
Diz me deixando muito surpresa. Os seus olhos recaem sobre os meus pulsos.
__ Me perdoa, Ava, não deveria ter apertado tanto.
Diz, eu fico em silêncio enquanto ele corta as cordas dos meus pés, me levanto com um pouco de dificuldade e saio do porão.
__ Ava, por favor, fale comigo.
Diz vindo atrás de mim.
__ Eric, me deixa em paz.
Digo.
__ Pelo menos me deixe levar você para a minha casa, assim posso cuidar dos machucados que eu causei.
Diz, me fazendo parar e me virar para olha-lo.
__ Vamos comigo, hein? Afinal você não tem pra onde ir mesmo.
Eu dou um longo suspiro. Hoje é sábado, nos fins de semana quase todos os empregados ficam de folga, e assim todos vão para as suas casas, mas eu não tenho família, então, sim, é verdade eu não tenho para onde ir.
__ Tudo bem, Eric, eu irei com você.
Digo brava, sempre lhe chamo pelo seu primeiro nome quando estou estressado. Passo no meu pequeno quartinho, pego algumas roupas e vou com Eric para a sua casa.
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Ava Wilson.
23 anos.
Órfã de pai e mãe.
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Atualizado até capítulo 64
Comments
Adriana Santos
linda Ava , mais bonita que a protagonista
2025-04-02
8
New Biana2
Ava uma gata
2025-03-08
0
Thaliaa Vieira
Não sei pq estás brava, ele tava cumprindo ordem, pq se não fosse tu seria ele!! Ele não te deu uma surra como foi pedido, ele só amarrou bem as cordas, e fora que ele não podia ficar te fazendo visitinhas né 🙄
2025-02-08
1