Capítulo 14.

Zaya.

Após chorar pela morte da minha melhor amiga, resolvi secar as minhas lágrimas, se esse idiota pensa que eu deixarei as coisas por isso mesmo, ele está muito enganado.

Eu estava no corredor secando as lágrimas.

__ O que está fazendo parada aí? Mexa-se, escrava! Ou terei que-

__ Terá que fazer o quê? Não se esqueça que eu matei a última que encheu a minha paciência, tome cuidado, porque eu até posso ser uma escrava, mas você não é a minha patroa.

Digo lhe encarando, ela me olha com fúria.

__ É melhor tomar cuidado com o tom que você fala comigo, se não eu irei lembrar o seu lugar nessa casa!

Diz se aproximando.

__ Quem você acha que é?

Pergunto não abaixando a minha cabeça.

__ Eu serei a futura governanta!

Diz alterada.

__ Mas ainda não é, além disso, não esqueça que a outra era e mesmo assim, eu lhe esfaqueei.

Digo saindo de lá, eu não podia perder o controle, então apenas fui limpar os 10 quartos e 5 suítes. Passei muito tempo limpando, só parei quando uma das empregadas veio falar comigo.

__ Oi?

Eu estava agachada limpando uma mancha no chão do 5° que eu estava limpando, então olhei para a porta, onde ela estava em pé.

__ Oi.

Digo limpando o suor da minha testa.

__ Já está no horário do almoço, e eu vim lhe chamar.

Diz. Bom, eu não tomei café da manhã, então realmente estou faminta.

__ Eu só vou terminar de limpar essa mancha e já vou.

Digo e ela sorri.

__ Tudo bem, vou esperar por você.

Diz. Ela parece ser uma boa pessoa, além da Ava, eu não conheço ninguém e todo o resto parece me detestar, uma acabou de morrer e já tem outra pra fazer da minha vida um inferno.

Demorei um bom tempo para conseguir tirar a mancha, depois nós duas descemos e fomos para o local onde os empregados comem, quase todos já haviam almoçado, então a mesa estava praticamente vazia.

Eu peguei um prato e fui até a mesa me servir, apesar de não ser a mesma coisa que aquele maldito come, a comida não é coisa ruim e ela parece muito gostosa. Eu já estava sentada prestes a comer quando tive uma surpresa nada agradável.

__ O quê você pensa que está fazendo?

Pergunta a "futura governanta" uma v*dia isso sim, eu forço um sorriso, não posso me descontrolar e jogar esse garfo na garganta dela.

__ Eu irei almoçar.

Digo.

__ Escravas não comem, então se levanta daí!

Diz com a voz alterada, chamando a atenção dos outros empregados.

__ É melhor você me deixar em paz.

Digo calma, comendo um pouco da comida, ela permanecia em pé no lado da cadeira, onde eu estava sentada.

__ Eu falei que escravas não comem.

Ela pegou o garfo da minha mão e jogou no chão, eu sabia que ela estava me provocando, mas eu não iria deixar aquilo barato. Eu me levantei a encarando, nesse momento os outros já estavam fazendo um círculo em nossa volta.

__ Vai me matar?

Pergunta rindo, eu dou um sorriso fraco, pego o meu prato e jogo a comida quente na sua cara.

__ Já que você estava com tanta ambição, resolvi deixar o meu almoço para você.

Digo segurando os seus cabelos forçando a sua cara contra a comida quente, em seguida lhe largo e volto para a mansão.

Peguei todo o material de limpeza e fui para tentar terminar de limpar todos os quartos, até que alguém bate na porta.

__ Entra.

Digo e a mesma empregada simpática de antes entra, com um prato de comida.

__ Oi...eu imaginei que você está com fome e trouxe um pouco de comida.

Diz andando até mim, me entregando o prato, eu a agradeci muito, nós ficamos conversando um pouco e eu descobri que o seu nome é Aisha.

__ Bom, agora me dá esse prato aqui, tenho que ir antes da Carla saber que eu estou aqui. Tchau.

Diz saindo com o prato vazio. Então o nome daquela feiosa é Carla, se ela acha que eu aceitarei ser humilhada, ela está muito enganada.

Fiquei limpando tudo e quando terminei já era tarde, já estava de noite. Eu desci, encontrei com a Aisha e fomos para a área onde os serviçais tomam banho, não me atrevi a voltar para aquele quarto, afinal o Eric disse que era apenas uma noite.

Após tomar banho, Aisha me deu algumas das suas roupas e fomos para a cozinha dos empregados, pedi um prato com comida, eu vou alimentar a Ava! Coitadinha, ela deve estar com muita fome. Além do prato, peguei disfarçadamente uma faca de tamanho médio.

Graças a Deus a tal Carla não me viu, então eu saí para ir até o porão, onde Eric estava feito um guarda vigiando.

__ Vá embora com esse prato de comida.

Diz assim que me ver.

__ Por favor, Eric, ela deve está morrendo de fome, você é tão insensível quanto ele?

Pergunto.

__ É horrível passar fome, ter sede, é como se você estivesse morrendo lentamente, tenha piedade.

Digo e ele suspira.

__ Seja rápida, se não eu perco o meu emprego.

Diz abrindo a porta, eu entro e vejo ela amarrada de cabeça para baixo, Eric fechou a porta, mas o luar iluminava através de algumas brechas.

__ Ava?

Deixei o prato no chão e fui até ela.

__ Co...mida..

Diz com dificuldade, eu pego o prato de sopa e dou aos poucos para ela, que devorava tudo.

Após ela beber toda a sopa, eu levanto a minha blusa e pego do meu cós a faca e começo a cortar as cordas do seu pulso.

Mas a porta é aberta bruscamente e o maior pesadelo entra.

__ O que você pensa que está fazendo?

Diz olhando a faca na minha mão e as cordas cortadas, eu engulo em seco e ele vem até mim furioso, pega nos meus cabelos e me arrasta para fora do porão.

Ele me levanta pelos cabelos e me faz olhar nos seus olhos.

A faca continua na minha mão e cega pelo ódio, enfio ela no seu abdômen, ele me larga e eu corro o mais rápido possível, passo por várias portas, correndo feito louca pela mansão, até passar por uma que dá acesso a área externa da mansão, então corro para a floresta desesperada.

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