Capítulo 09.

Zaya.

__ Merda! Eu não deveria ter matado ela.

Digo andando de um lado para o outro no pequeno quarto da Ava, bem perto da mansão, tem um espaço com vários quartinhos, onde os empregados vivem.

__ Se acalma um pouco, Zaya.

Diz Ava me olhando.

__ Não, Ava. Ele vai me matar ou pior, vai matar a minha mãe e a minha irmã.

Digo me sentando numa cadeira.

__ O patrão não é um monstro.

Diz fazendo eu encara-la confusa.

__ Ah! Não? Ava, aquele maldito me sequestrou e agora eu sou uma escrava, não tenho direito a nada, nem salário, nem ver a minha família, nem sequer direito de comer ou beber água.

Digo.

__ O que você fez para ele lhe sequestrar?

Pergunta e eu suspiro.

__ Eu roubei a carteira dele num cassino.

Digo e ela arregala os olhos.

__ Então você está arcando com as consequências dos seus atos.

Diz.

__ Eu sei, mas se ele queria fazer 'justiça' por que não me levou para a cadeia ou pelo menos me fizesse trabalhar, mas iria descontando do meu salário? Não sei quem esse homem verdadeiramente é, mas ele é um monstro, sim.

Digo e ela parece pensar no que eu disse.

__ É melhor deixarmos isso quieto, não iremos ganhar nada com isso.

Diz engolindo a seco, como se estivesse com medo.

___ Esquecer? Não, claro que não. Eu preciso descobrir quem aquele babaca realmente é, eu o odeio com todas as minhas forças!

Digo e ela estava pálida com o que eu disse.

___ Ava, você está bem?

Pergunto passando a mão na frente do seu rosto, mas ela está imóvel, como se estivesse vendo um fantasma.

___ Saia, criada.

Escuto a voz dele atrás de mim e sinto o meu sangue gelar.

Ava me olha como se quisesse me ajudar. Ela se levanta e vai para a porta, eu ainda permanecia de costas para a porta.

__ Não pense que eu esqueci que você quebrou a minha regra, criada.

Ouço ele dizer.

__ Senhor, eu peço perdã-

__ Depois conversamos.

Diz ele e eu ouço o barulho de porta batendo.

__ Você mal chegou e já está me dando dor de cabeça.

Diz me puxando, ele segura firme em meu pescoço fazendo olhar para ele, ele estava furioso. Pela primeira vez estou vendo o seu rosto, puxa! Ele é o total oposto do que eu pensava.

Tenho que admitir que ele é muito bonito, mas o que me chamou atenção foi a sua cicatriz, como ele 'ganhou' ela. Ele estava usando uma calça social e uma camisa social, ambas pretas, alguns botões da sua camisa estavam abertos, expondo uma tatuagem.

__ Ela-

Tento falar.

__ Cale-se.

Diz com um tom ameaçador, apertando meu pescoço ainda mais.

__ Você matou a governanta dessa casa, eu pensei que tinha deixado bem claro o que aconteceria caso você não se comportasse.

A cada palavra, ele dava passos me fazendo andar também.

___ Por favor...eu..eu apenas me defendi..

Digo engolindo a seco.

__ É melhor você ficar calada.

Diz e eu sinto a parede contra as minhas costas.

__ Arg!

Gemo com dor e ele percebe.

__ O que foi?

Pergunta bem próximo a mim.

___ N-nada...

Digo desviando o olhar do seu rosto.

___ Tira a roupa.

Ordena me soltando, eu lhe olho com raiva, detesto quando me dão ordens. Mas eu começo a tirar a minha roupa, e ele não desvia o olhar em momento algum.

Eu estava completamente despida na sua frente.

__ Vire-se.

Ordena mais uma vez e eu faço. Sinto uma das suas mãos nos meus machucados.

__Quem fez isso?

Pergunta.

__ A sua governanta.

__ Então esse foi o motivo da morte dela?

Pergunta.

__ Sim.

Digo e logo sinto ele afastando o meu cabelo, deixando o meu ombro exposto, eu continuava de costas para ele e sinto a sua mão grande na minha cintura.

___ Quero você no meu quarto daqui a pouco.

Sussurra ao meu ouvido.

___ O quê? Você disse que-

__ Eu não disse que você seria apenas a minha escrava doméstica.

Diz se afastando.

___ Ora, seu...

__ Cuidado com essa língua, ela é afiada e eu posso acabar arrancando ela sem querer.

Diz saindo. Eu me visto e saio, na porta do lado de fora tinha um homem.

__ Siga-me.

Diz e assim eu faço, nós vamos para a mansão, mais precisamente para o segundo andar, ele me deixa em frente a uma porta e sai.

Eu bato na porta, mas não havia ninguém, mesmo com receio eu entro e julgo que aqui seja o quarto dele, pois o seu maldito cheiro está em todo o lugar.

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