4 - Eu sou o ômega os personagens

Olá, eu me chamo Lee Soon. Eu sou um ômega recessivo. Eu moro com meus pais, que têm três filhos: dois alfas e eu, um ômega. Infelizmente, eu vivo no inferno com essa família. Sou maltratado o tempo todo e nem sei por que passo por isso; eu não pedi para nascer.

____Lee era um ômega tranquilo e não podia reclamar; era sempre a mesma coisa: trabalhar e trabalhar. Seus pais não ligavam para ele e nem queriam saber dele; ele era considerado o empregado da casa.

____Lee, acorda! Vem fazer esse café, seu ômega emprestável. Vamos fazer compras hoje e nem venha reclamar que está cansado, seu imundo, ela o empurra da cama acaba caindo no chão.

___ Lee sempre acordava dessa forma, com xingamentos e agressões. Nunca soube o que era carinho ou amor; todos os ômega são vistos como escória. Nem com o tempo isso mudou. Com marcas pelo corpo de maus-tratos, ele fazia as coisas sem reclamar, de cabeça baixa e sempre dizendo sim ou não. Lee ainda não teve o seu CIO; os pais aplicavam inibidores.

Ele achava que era realmente horrendo e, com isso, fazia de tudo para não ser expulso de casa. Ele sabia que, se fosse jogado na rua, poderia sofrer. Todos os ômegas que não eram dominantes eram jogados nas ruas, em becos ou até em outras cidades para servirem à prostituição, o que gerava muito dinheiro.

Mas os pais dele preferiam mantê-lo em casa para que ele fosse tratado como um escravo e para poderem maltratá-lo. Lee dormia do lado de fora da casa, em um quartinho que só tinha uma cama.

Umas prateleiras para guardar as roupas. A casa era grande, não eram ricos, mas tinham dinheiro suficiente para os filhos alfa comuns; o importante eram os alfas.

____Lee estava atrás de sua mãe quando um carro preto passou por eles e viu Lee com suas roupas velhas, mas limpas. Isso chamou a atenção de quem estava no carro, que ficou de olho no pequeno ômega.

Sem perceber, Lee sentiu ser empurrado por sua mãe, só porque esbarrou nela. O homem do carro logo imaginou que aquele seria um ômega.

Lee logo pediu desculpas, pois não podia chamar de mãe, conforme a regra que os pais criaram. Depois de arrumar toda a casa e fazer o almoço, ele achou que poderia sair um pouco só para descansar, pois estava exaltado.

Então, Lee ficou apenas um pouco sentado na varanda, escondido para que ninguém o visse, mas teve a infelicidade de cruzar com a namorada de seu irmão Tomás, Isabelle. Lee ainda tentou se esconder, mas ela correu e o pegou pelo braço, batendo em seu rosto.

Isabelle segurou o braço pequeno de Lee, que quase quebrou; ele era bem magrinho e fraco. Ela o puxou e o levou para sua mãe.

Isadora, ao ver sua nora, logo abriu um sorriso, mas depois percebeu que Isabelle estava puxando Lee.

Isabelle disse: 'Ele estava lá fora, sogra, se insinuando para os homens. Acho que ele deve estar entrando no CIO.'

Isadora logo xingou Lee, dizendo que só um louco poderia querer isso, pois ele não serve para nada. Então, ela bateu em Lee e ele foi fazer um café para a visita.

Era sempre assim: ser repudiado por todos. Lee se perguntava até quando teria que aguentar isso. Ele já estava cansado dessa situação, mas mesmo assim fazia isso só para não ser jogado fora.

Finalmente, a noite chegou. Ele podia ir para o seu quarto, onde se trancava e isolava a porta com madeira para que ninguém pudesse entrar na madrugada, pois o quarto ficava afastado da casa e qualquer um poderia entrar e machucar Lee.