Os dias que se seguiram à ida de Sara ao banco foram marcados por uma nova dinâmica entre ela e Samuel. Ele parecia mais aberto, mais disposto a ouvi-la, e Sara sentia que finalmente estava começando a encontrar seu lugar ao lado dele, não apenas como esposa por conveniência, mas como uma verdadeira parceira.
Contudo, nem tudo estava tranquilo. A presença de Geovana Rossi ainda pairava como uma sombra entre eles. Samuel, embora mais distante de sua amante, não havia cortado totalmente os laços. Sara sabia disso. Ouviu comentários das empregadas e notou os olhares rápidos de Samuel ao receber mensagens no celular.
Era uma noite particularmente silenciosa quando Sara decidiu confrontá-lo. Ela estava na biblioteca, lendo, quando Samuel entrou, parecendo distraído.
— Podemos conversar? — perguntou ela, deixando o livro de lado.
Ele hesitou, mas assentiu, sentando-se em uma poltrona próxima.
— Algo errado?
— Sim, e você sabe o que é — respondeu Sara, direta. — Não quero rodeios, Samuel. Qual é a sua relação com Geovana agora?
Samuel ficou visivelmente desconfortável, passando a mão pelo cabelo em um gesto nervoso.
— Eu... não a vejo com tanta frequência — respondeu ele, evasivo.
— Não é suficiente — disse Sara, a voz firme. — Eu não posso viver em um casamento onde sou tratada como uma segunda opção.
Samuel levantou-se, andando pelo cômodo como se tentasse encontrar as palavras certas.
— Não é tão simples assim, Sara.
— É simples, sim. Ou você decide se comprometer comigo, ou não. Mas eu não vou aceitar esse triângulo.
Ele parou, olhando para ela com uma expressão que misturava frustração e algo mais profundo.
— Você não entende, Sara.
— Então me faça entender — retrucou ela, desafiadora.
O silêncio que se seguiu foi longo e pesado. Finalmente, Samuel suspirou e sentou-se novamente.
— Geovana estava comigo antes desse casamento. Eu gostava dela. Talvez ainda goste. Mas com você... — Ele fez uma pausa, como se lutar contra as próprias palavras. — Com você, é diferente.
— Diferente como? — perguntou Sara, suavemente.
— Você me desafia, Sara. Você me faz pensar, me faz questionar as coisas. E isso me assusta.
Ela não sabia se deveria se sentir lisonjeada ou irritada.
— O que você quer, Samuel?
Ele a olhou nos olhos, e pela primeira vez, Sara viu algo que parecia arrependimento.
— Quero ser um homem melhor. Mas eu ainda estou aprendendo como fazer isso.
Sara sentiu uma onda de emoção ao ouvir aquelas palavras. Sabia que ele estava sendo sincero, mas também sabia que o caminho para se tornarem algo real seria longo e cheio de desafios.
— Então comece agora — disse ela, com um olhar determinado. — Acabe com o que quer que seja que você tem com Geovana.
Ele assentiu lentamente, como se o peso daquela decisão finalmente estivesse caindo sobre ele.
— Está certo.
Nos dias seguintes, Samuel cumpriu sua promessa. Ele evitou Geovana e, eventualmente, teve uma conversa definitiva com ela, encerrando o que tinham. Apesar de Geovana não aceitar a decisão facilmente, Samuel permaneceu firme.
Para Sara, era um pequeno passo, mas significativo. Ainda havia muito a ser trabalhado, e ela sabia que sua relação com Samuel continuava em um terreno frágil. Contudo, algo dentro dela dizia que eles estavam, enfim, começando a construir uma base verdadeira.
Enquanto Sara enfrentava seus próprios medos e limitações, Samuel também começava a encarar as sombras de seu passado. Ambos tinham cicatrizes, mas talvez fosse ali, na interseção dessas marcas, que encontrariam força para seguir em frente.
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Sonia
Até agora não foi falado as limitações da Sara...no começo do livro diz ser um acidente. E nada foi explicado. ????
2025-02-03
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Josilda Maria
muito bem bota essa cobra 🐍 no lugar dela
2025-02-02
0
Maria Serra Aragao
Sônia no início do livro foi explicado que ela é a segunda filha bastada e que sofreu um acidente aos 14 anos
2025-02-08
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