O Preço da Verdade (Parte 4)

Descrição:

À medida que a fuga de Elisa e Adrian se intensifica, a situação se torna ainda mais desesperadora. A Ordem Carmesim não dá sinais de desistir e a tensão entre os dois protagonistas cresce. Enquanto se escondem, a verdade por trás das intenções da Ordem começa a emergir, trazendo à tona uma trama ainda mais sombria. Elisa se vê cada vez mais dividida entre proteger Adrian e se proteger, enquanto os sentimentos que sente por ele se tornam mais confusos e profundos. O que ela está disposta a sacrificar para estar ao lado dele?

Capítulo 4

A escuridão do túnel envolvia os dois como um manto pesado. Elisa sentia o peso do silêncio, a cada respiração sua se tornando mais pesada à medida que a realidade se impunha. Não sabia por quanto tempo ficariam ali, mas sabia que a situação só pioraria à medida que o tempo passava. Adrian estava ao seu lado, com os olhos atentos, ainda observando cada movimento no ambiente ao redor.

“Eles vão nos encontrar,” Elisa disse com um tom de desespero crescente. “Não podemos ficar aqui para sempre. Precisamos de um plano.”

Adrian olhou para ela, seus olhos brilhando com um tom vermelho quase sobrenatural. Ele parecia um homem dividido entre a necessidade de proteger e a vontade de afastá-la de todo o perigo. A luta interna era evidente. Mas, por mais que ele tentasse esconder, Elisa sabia que ele não tinha todas as respostas. Ele também estava perdido nesse jogo mortal.

“Eu sei, mas agora não temos escolha,” ele respondeu. “Eles são rápidos. Sabem onde estamos indo. Precisamos de tempo, mas... eu não posso te manter em segurança aqui por muito mais tempo.”

Elisa suspirou. Ela olhou para a entrada do túnel, a luz tênue da cidade mal penetrando o escuro e apertado caminho subterrâneo. Não havia como escapar daquele lugar sem ser detectados. A cada minuto, a sensação de perigo aumentava. A Ordem Carmesim estava atrás deles, e ela sabia que, mais cedo ou mais tarde, eles estariam lá. Mas uma coisa ela sabia: quanto mais ela permanecesse ao lado de Adrian, mais difícil seria sair desse pesadelo com vida.

“Por que você não me contou a verdade desde o começo, Adrian?” Elisa perguntou, os olhos fixos nele. “A Ordem Carmesim... O que realmente eles querem com você? Eu sei que não é só porque você os traiu.”

A expressão de Adrian endureceu por um momento, mas ele parecia saber que não podia mais esconder a verdade. Ele fechou os olhos e, por um breve segundo, parecia mais vulnerável do que nunca. Quando abriu os olhos novamente, havia uma determinação renovada em seu olhar.

“Elisa,” ele começou, sua voz baixa, mas firme. “A Ordem não está atrás de mim apenas por minha traição. Eles têm planos... grandes planos. Eles não são apenas caçadores de vampiros. Eles querem criar um exército, uma força poderosa que possa dominar tudo. Eles têm meus genes, minha linhagem. Eu sou a chave para o que eles chamam de 'Ascensão'.”

“Ascensão?” Elisa repetiu, confusa. Ela não entendia completamente o que ele queria dizer. “O que é isso? O que você significa com isso?”

Adrian olhou para o túnel escuro, como se o peso de suas palavras fosse mais pesado do que a própria escuridão ao redor deles. “A Ascensão é a transformação final, Elisa. Eles querem usar o poder dos vampiros mais antigos para criar uma raça superior, uma nova ordem. Uma ordem que será incontrolável, e só aqueles que sobreviverem serão imortais.”

Elisa sentiu um arrepio correr por sua espinha. “E você é a chave para isso?”

“Sim,” ele respondeu com um suspiro. “A minha linhagem é única, Elisa. Eles acreditam que se conseguirem dominar o meu sangue e meus poderes, conseguirão transformar todos os vampiros e os humanos em algo... mais.”

Ela olhou para ele, sem saber o que dizer. O que estava acontecendo parecia uma história de ficção, mas ela sabia que era real. O medo que sentia agora não era só pelo que poderia acontecer a ela, mas pelo que isso significava para o futuro de todos. Se a Ordem Carmesim realmente tivesse esse poder, as consequências seriam terríveis.

“Então, o que vamos fazer?” Elisa perguntou, sua voz trêmula. “Como podemos parar isso?”

Adrian a observou por um momento antes de responder. “Nós precisamos encontrar um lugar seguro. Eu tenho aliados, pessoas que ainda lutam contra a Ordem. Mas precisamos agir rápido. Eles sabem que estamos aqui, e se não nos movermos logo, será tarde demais.”

Mas Elisa sabia que havia mais naquela resposta do que ele estava dizendo. Ela podia ver o conflito em seus olhos. Ele não queria envolvê-la mais do que já estava, e sabia que a missão deles não era apenas perigosa – era quase impossível.

“Você sabe que não vou te deixar, não é?” Elisa disse, olhando para ele com determinação. “Estou com você nisso até o final.”

Adrian se aproximou dela, seus olhos fixos nos dela. Por um momento, o mundo ao redor deles pareceu desaparecer. Não havia Ordem Carmesim, não havia caçadores ou perigo iminente. Apenas os dois, e o vínculo crescente entre eles. Ele abriu a boca para dizer algo, mas foi interrompido por um som distante.

Passos. Pesados. Rápidos.

“Eles estão chegando,” Adrian disse, com urgência. “Temos que sair agora.”

Sem hesitar, ele puxou Elisa pela mão e a guiou por um corredor estreito dentro do túnel, com a esperança de chegar a um ponto onde pudessem se esconder ainda mais. Mas o que não sabiam era que a Ordem Carmesim estava mais perto do que imaginavam. A batalha para sobreviver estava apenas começando.

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