Sentimos complicados.

...Leo. ...

Retiro a camisa e jogo no chão.

Minha calça jeans desliza em minhas pernas rapidamente, me fazendo me livrar dela com agilidade. Estou exitado, minha ereção endurecida latejando dentro da cueca. Me aproximo de Lyan, que está deitado no sofá, mexendo no celular de forma distraída.

— Lyan quero transar — ele me olhou sua face fica levemente surpresa com minha atitude safada, mas logo  coloca o celular na mesa no centro da sala.

— Vem amor — ele diz, sorrindo. Meu corpo rapidamente está sobre o dele . As mãos grandes dele, macias, sem aspereza, apertam minha bunda. O beijo com despero, mexendo meu quadril, raspando minha cueca box sob a bermuda jens dele .

Seu pau estava mole ,mesmo com aquele maldito tescido na frente,mas  reage dando uma pulsada quando rebolo meu quadril mais um pouco .

Deslizo minhas mãos por seu peito com movimentos lentos e cálculados, até minhas mãos entrarem dentro do seu shorts liberando seu pau, uma onda de puro prazer percorreu meu corpo, e um gemido escapou dos meus lábios . Quando suas mãos começaram a subir pelo meu corpo, eu...

—  Não!  —  gritei, acordando de repente, o som do meu próprio grito me fazendo saltar da cama. Meu corpo ainda tremia, e o coração batia acelerado no peito. Olhei ao redor, confuso e atordoado. Estava no meu quarto, a luz suave da manhã entrando pela janela. — Porra... tive um sonho erótico com o Lyan.Foi tão intenso que parecia ter deixado marcas em mim,como se ele estivesse estado ali.

Passei as mãos no rosto, tentando afastar as imagens vívidas que ainda me perturbavam. Merda. Foi culpa de ontem, sem dúvida. Aquele beijo maluco. Minha mente tentava se afastar da memória, mas era impossível não sentir o calor que ainda me dominava.Olhei para baixo, percebi o volume evidente no meu shorts.

—  Caralho... meu pênis esta ereto como uma rocha... tô ferrado.—resmunguei, sentindo o constrangimento se espalhar.

Isso não deveria estar acontecendo. Caminhei até o banheiro, tentando manter a compostura enquanto pensava em algo sem graça, algo que fosse capaz de acalmar meu corpo. Mas a verdade era inescapável. Minha mente estava uma bagunça, e eu sabia que minha sexualidade estava confusa. Era quase certo que eu não fosse hetero... talvez nunca tivesse sido.

O peso dessa possibilidade fez meus olhos arderem. A água gelada da torneira atingiu meu rosto com um impacto quase doloroso, mas não foi suficiente para apagar a confusão que queimava por dentro, me consumindo lentamente.

Me sinto vazio, como se a única fonte de calor no mundo fosse ele. Me encarei no espelho, os olhos vermelhos e inchados, resultado da noite passada em que o choro foi meu único consolo. Tudo culpa daquele infeliz do Albuquerque. Será que ele sabia que isso iria acontecer? Que castigo para o meu pai seria ter um filho gay, alguém que jamais aceitaria. A sensação de desamparo me sufocava, e eu me perguntava se meu pai teria alguma ideia do turbilhão que estava acontecendo dentro de mim.

Sacudi a cabeça, tentando afastar esses pensamentos. Não, eu não estava atraído pelo Lyan. Nem por homem nenhum. Isso era só uma fase, algo passageiro. Não podia ser diferente.

Ao sair do banheiro, o som do telefone cortou o silêncio do apartamento . Claro, justo agora, meu pai. Faziam duas semanas que não nos falávamos. Ele estava na correria, tentando salvar a empresa depois da retaliação que o Otávio Albuquerque fez questão de começar, e que só cessou depois que aceitei a "proposta".

Eu não queria atender. Não queria essa conversa, e muito menos por telefone. Mas, mesmo assim, peguei o celular.

—  Bom dia, pai. Como você está? —  Falei com a voz baixa, sem animação, tentando esconder o nó na garganta.

—  Estou bem, Leo. E você? Sua voz não está nada boa. Aconteceu alguma coisa aí? — perguntou, com aquele tom que só piorava minha irritação.

Claro que ele desconfiou. Não sei nem disfarçar direito.

—  Não aconteceu nada, pai. Só cansaço dos estudos. Só isso.— Disse  mais firme, tentando parecer normal, mas a mentira soava fraca até para mim.

— Que bom, Leo. Você não foi forçado...

— Não, pai! Eu não fui forçado a nada! —  interrompi, a raiva crescendo dentro de mim antes que ele terminasse a frase. Já sabia exatamente onde queria chegar.

Do outro lado, ouvi seu suspiro de alívio. Ele achava que eu estava com medo de falar a verdade, ou pior, achava que eu precisava de sua aprovação.

— Essas aberrações...

—  Para, pai!— cortei ele de novo, sem paciência. Sabia exatamente a quem estava se referindo, e aquilo me destruindo por dentro. — As pessoas aqui na faculdade não são assim. Tem alguns malas, mas já fiz até alguns amigos.

— Não se engane, filho. Eles só querem te levar para a cama, e você acredita...

O aperto no peito foi tão forte que não consegui mais ouvir. Desliguei o telefone com raiva, a energia da conversa me deixando exausto e ainda mais confuso. Meu coração estava pesado, e minha cabeça, um caos.

Troquei de roupa, colocando novamente meu disfarce de "nerd feioso", como dizem por aqui. Minha vida está uma bagunça completa. Estou começando a achar que gosto de homens e, com um pai que provavelmente vai surtar, isso é praticamente um apocalipse pessoal. Não sei como vou lidar com isso.

Fui até a sala, e lá estava Nathan, entrando na ponta dos pés, tentando não fazer barulho depois de mais uma noite intensa com seu amante secreto. O sorriso forçado dele era fácil de identificar.

Com uma tosse forçada, decidi quebrar o silêncio:

— Nathan, bom dia. Só chegou agora? A noite foi boa, pelo visto.

Ele deu um pequeno salto de susto, antes de me encarar com os olhos ainda meio borrados de sono.

— Que susto, Leo. Bom dia. Talvez tenha sido ótima — respondeu, tentando disfarçar a vergonha com um sorriso sem graça, evidente pelo fato de ter chegado tão tarde.

— Por que você nunca me diz o nome da pessoa com quem sai? Você não confia em mim? —  perguntei, arqueando as sobrancelhas, curioso, mas também com uma pontinha de frustração. Afinal, ele sabia todos os meus segredos, então o mínimo seria compartilhar um pouco mais de si comigo.

— Olha, Leo, não é falta de confiança. É que... bem, nós dois preferimos manter as coisas em segredo por enquanto, tá? Relaxa, eu tô bem com isso — respondeu com um sorriso mais aberto, mas ainda um tanto evasivo, como se tentasse se esquivar de algo.

— Tá bom, Nathan. Só espero que você não sofra no final disso tudo —  falei, a preocupação visível em minha voz, mais forte do que gostaria de admitir.

Ele deu de ombros, ainda sorrindo, como se não houvesse nada de errado.

—  Eu sei que pode dar tudo errado, Leo, mas não vou deixar o medo me impedir de ser feliz pelo menos um pouco. Além disso, sou sortudo por ter um amigo como você nesta faculdade.

— Tá bom, mas se ele te machucar, eu vou te ajudar a dar uma bela surra nele —  disse , tentando ser sério, mas falhando miseravelmente ao deixar escapar um sorriso involuntário.

Nathan riu e balançou a cabeça, divertido.

—  Tá sendo contaminado pelo Sales, hein? Tá ficando valentão também. Mas, falando nele, qual é o lance de vocês dois? Por que ele te procurou ontem? Veio cedo te ver, né? — questionou , com os olhos brilhando de curiosidade, a energia jovial transbordando em sua voz.

Suspirei profundamente antes de responder, sentindo o peso da situação ainda pesado em meu peito.

—  Bem, não tive muita escolha. Estou em um namoro... um namoro falso com ele, por causa do André. E você já sabe a história toda.

Nathan parou de sorrir imediatamente, o tom sério tomando conta de seu rosto. Ele me olhou fixo, com uma intensidade que não deixou margem para brincadeiras.

— Leo, Leo... — repetiu meu nome, quase como um aviso, sua voz firme e assertiva. —  Para você pode ser falso, mas, pelo jeito que o Lyan te olhou ontem, não me parece nem um pouco falso para ele.

Desviei o olhar, desconfortável com as palavras que ecoavam em minha cabeça. Ele não estava errado, mas não queria admitir.

—  Eu sei, mas...

—  Sem "mas", Leo. Cuidado. Você pode magoar ele nesse seu rolo onde só pensa no que você precisa. Mas o que você quer? Você já sabe — Nathan pergunta.

Olhei para ele, pensativo, as palavras tentando se organizar na minha mente.

— Acho que nem sei... Espera! Não se mexe. Fica bem quieto. Preciso tirar uma dúvida — falei, lembrando do beijo que dei no Lyan ontem, o toque que ainda parecia vibrar nos meus lábios. Precisava de uma confirmação, algo que me ajudasse a entender o que estava acontecendo comigo.

Aproximei-me, mas Nathan levantou as mãos na frente do rosto, claramente tentando evitar o que quer que eu estivesse planejando fazer.

— Sai fora, Leo! Não é assim que se faz, seu besta. Nada disso por você. Não funciona desse jeito, poxa — afirma , rindo nervoso e tentando se afastar, ainda com aquele ar de descontração.

Afastei-me, bufando de frustração.

—  Tá, você tem razão. Eu também não gosto de você dessa forma. É que eu tô perdido, cara. Me responde uma coisa: você já beijou uma garota e, sei lá, isso te fez duvidar da sua sexualidade? Tipo, querer namorar ou ir pra cama com ela?— perguntei, cruzando os braços, a confusão tomando conta de mim.

Nathan me olhou, surpreso pela pergunta, mas sua resposta veio com calma, como se estivesse pensando nas palavras cuidadosamente.

—  Olha, eu beijei uma vez. Foi bom, mas nada que me fizesse duvidar da minha sexualidade. Eu sei que sou gay desde a infância. Mas por que a pergunta?

Engoli em seco, sentindo o nó na garganta. A resposta estava mais difícil de engolir do que eu imaginava.

—  Porque eu beijei o Lyan ontem... Como se minha vida dependesse daquele toque. E, cara, senti meu corpo inteiro reagir a ele. Agora tô a mil — confessei, meu rosto queimando de vergonha enquanto os sentimentos confusos e novos explodiam dentro de mim.

— Olha, Leo, relaxa, cara. Não põe rótulo agora. Se isso é o problema, curte o momento com o Lyan e vai vendo como se sente. Isso não vai se resolver agora, não adianta se matar procurando respostas. Dá abertura pra isso. Vamos tomar café, tô com fome —  disse Nathan, colocando a mão no meu ombro de forma amigável, tentando me acalmar.

— Você pode ter razão, mas sou teimoso, você sabe. Vamos comer, então. Qual cafeteria você quer ir? —  respondi, olhando ele de relance enquanto saíamos pelos corredores.

—  Sei bem —  Nathan respondeu após uma breve reflexão. — Aquela que serve café americano com bacon e panquecas.

Caminhamos por dez minutos pelo campus quase vazio. Das quatro lanchonetes, aquela era a mais barata e tinha uma comida boa. O estilo americano da decoração sempre me agradou, com aquele ar informal e acolhedor.

Fizemos nossos pedidos. Ele foi direto para o café da manhã americano tradicional, com um prato enorme de panquecas e bacon. Eu, por outro lado, optei por algo mais leve: um chocolate quente e um misto .

Quando os pedidos chegaram, Nathan logo atacou as panquecas e, com a voz abafada pela,comida ainda na boca pergunta meio alto.

—  Onde você e o Lyan foram ontem?

—  Você pode falar mais baixo, caramba? Assim a faculdade toda vai saber que estamos juntos —  respondi, levemente irritado, antes de completar — Um lugar especial pra ele.

Nathan riu e tampou a boca com a mão para abafar o som.

— Desculpa, foi mal. Não achei que você fosse ficar tão nervoso. Relaxa, Leo, ninguém aqui está prestando atenção em nós. Ele vai querer que todos saibam — deu mais uma garfada na panqueca, mastigando calmamente antes de continuar.—

Mas sério, lugar especial? Conta mais, agora fiquei curioso.

Pego um guardanapo e limpo o rosto de Nathan com um toque leve.

—  Tem algo no seu rosto, Nathan. E sobre o lugar... é particular. Não sei se posso falar, tá bom? É meio pessoal pra ele. Mas foi legal.

Me senti meio desconfortável, lembrando que, se meu pai visse aquilo, teria um ataque. Eu tinha que parar de me importar tanto com o que ele pensa e focar mais em mim, na minha amizade com Nathan e no que estou sentindo por Lyan. Era hora de pensar no que eu quero , ao invés de viver em função do que os outros acham.

—  Mas que cena mais comovente...

— a voz de Lourenço ecoa assim que me vê terminando de limpar o rosto de Nathan, com um tom de deboche.

—  Você não tem nada melhor pra fazer, não?—  retruquei , sem dar muita atenção, enquanto jogava o guardanapo fora.

—  Até tenho, mas não podia perder a oportunidade de dizer como vocês dois são fofos juntos —  ele zombou, lançando um olhar debochado para nós.

Revirei os olhos, ignorando-o. Lourenço  e os amigos se sentaram um pouco mais distante de onde estávamos, mas eu ainda ouvi um comentário que fez meu coração disparar:

— Ontem vi o Lyan com um cara na garupa da moto. Só não vi o rosto, mas ele tá com alguém.

Quase engasguei com o chocolate quente que estava tomando. Meu estômago deu um salto - eu sabia que estavam falando de mim. Graças a Deus não me viram de cara limpa, sem o disfarce. Mas, mesmo assim, a sensação de estar sendo observado me deixou em pânico.

—  Você tá bem, Leo? Respira, cara. —  Nathan percebeu minha reação e, preocupado, me olhou.

Só então percebi que ele já tinha terminado de comer. Caraca, como Nathan  é rápido para isso.

—  Tô sim — falei com um sorriso forçado, tentando disfarçar a ansiedade.

Foi quando meu telefone tocou. O nome de Lyan apareceu na tela e, imediatamente, meu corpo se alertou. Atendi, mas com um tom irritado:

— Mas já, inferno — resmunguei no telefone.

— Nossa, amor, que ignorância! Tô perto da  cafeteria italiana, vem aqui, poxa, ou eu vou até onde você tá —  ele disse, com a voz leve e até divertida na ligação. Eu olhei de lado e vi Lourenço tentando ouvir nossa conversa.

Decidi não entrar em uma briga. Respondi rapidamente:

— Vou até você. É melhor, mas já tomei café com o Nathan.

—  Tá bom, a gente pode fazer outra coisa, então. Te espero aqui, Leo — Afirmou já encerrando  a ligação.

A tensão aumentou. Eu sabia que a decisão de falar sobre nós dois era algo muito grande. Revelar para todo mundo que estávamos juntos seria um choque total, principalmente porque ele era um dos cinco mais populares da faculdade. A ideia de um possível caos completo me fez ficar apreensivo. Mas agora não havia mais volta.

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