Max levantou-se para conversar com os outros homens antes de eles saírem,deixando-me cara a cara com Blake , que agora estava me dando um sorrisinho malicioso com aquela linda cara presunçosa. Eu não sabia se devia dar um tapa nele ou arrumar seu cabelo. Eu tinha algumas outras ideias na cabeça também. Sentir-me tão confusa com relação a alguém em um período tão curto de tempo fez-me questionar minha própria sanidade.
— Você foi bem — disse ele, aproximando-se.
A voz dele era grave e rouca, fazendo minha pele arrepiar-se.
— Mesmo? — respondi insegura.
— Mesmo. — garantiu ele.— Posso levar você para tomar um café amanhã?
Os olhos dele estavam brandos tivéssemos passado os últimos vinte minutos trocando farpas.Confusa, enfiei minhas anotações de volta na bolsa. Blake era lindo, mas estava supervalorizando grosseiramente Os seus quesitos que achava se eu iria deixar ela me levar para sair depois daquele show.
— Tem um pub pequenino excelente do outro lado da rua. Eles servem um café da manhã irlandês completo.
Levantei-me e o encarei, entusiasmada por poder servir a ele uma pequena fatia de rejeição.
— Foi um prazer, sr. Landon, mas alguns de nós tem trabalho a fazer.
...****************...
— Ele te chamou pra sair? — berrou Alli no telefone.
Nova York se agitava e alvoroçava ao fundo enquanto ela falava.
— Acho que sim.
Eu ainda estava me recuperando dos acontecimentos da manhã.
— Você usou seu terninho poderoso? Com a blusa azul-petróleo?
— Sim, é claro — respondi, tirando aquela exata peça de roupa, naquele momento, e desabafando no futon do nosso dormitório.
— Bom, eu já esperava. Você fica linda nele. Ele era gato?
Blake Landon era um dos homens mais sexys com quem eu já tinha estado em um mesmo recinto, mas ele não tinha respeito nenhum pelas mulheres nos negócios, o que punha um grande freio na minha atração por ele. Infelizmente, ele estava perigosamente perto de estar na minha lista das dez pessoas que eu mais desprezava.
— Isso não importa, Alli. Nunca fui tão humilhada.
Tremi, relembrando os desafios dele e a rejeição subsequente.
— Você tem razão, Desculpe, queria poder ter estado lá para ajudar.
— Eu também queria. Enfim, como foi sua entrevista?
Alli fez uma pausa.
— Foi boa.
— É?
— Muito boa, na verdade. Não quero secar a mim mesma, mas parece bastante promissor.
— Isso é ótimo.
Tentei esconder minha decepção, pois sabia que ela estava animada com isso .Ela iria trabalhar diretamente com a diretora de marketing de uma das maiores marcas da moda. Eu sabia há meses que Alli iria procurar por um trabalho em tempo integral depois da formatura, mas a ideia de administrar o site sem ela me deprimia. A não ser que conseguíssemos bancar a contração de um novo diretor de marketing, eu seria a nova voz da empresa e networking nunca foi o meu forte.
—Mas não tem nada certo ainda. Vamos ver.
— Nós devíamos comemorar — falei.
Só Deus sabia o quanto eu precisava de algum tipo de recompensa por dele sobrevivido aquela manhã infernal.
— Devíamos celebrar nosso novo melhor amigo, Max! — gritou ela.
Dei risada, ciente de que Max fazia bem o tipo dela também, embora ela ainda não soubesse. Ela se derretia por ternos de três peças.
— Tomara que ele não esteja apenas escondendo seu fabor ao Quinlan ao encontrar-se comigo nessa próxima reunião.
— As pessoas não exibem dois milhões de dólares na frente das outras como favor.
— Verdade, mas não quero que ele invista a não ser que esteja realmente interessado.
— Elena, você está analisando isso demais, como sempre.
Suspirei lentamente.
— Talvez.
eu esperava que ela estivesse certa, mas não conseguia deixar de imaginar todos os cenários possíveis na minha cabeça, em uma tentativa de planejar e preparar-me para todos eles. Meu cérebro nunca parava nesses dias em que havia tanto em jogo.
— Vou pegar o trem em uma hora. Chegarei antes do jantar e aí podemos beber alguma coisa.
— Está bem, até logo.
Desliguei e comecei a me levantar para poder colocar minha confortável calça de moletom, aquela que eu guardava para usar em término de relacionamento e ressacas. O dia de hoje tinha me sugado além da conta. Parei de me analisar-me no espelho de corpo inteiro, no quarto que eu e Alli dividimos. Soltei o coque francês e meu cabelo loiro e ondulado se espalhou pelas minhas costas. Eu estava mais magra que o normal graças às últimas semanas de estresse, mas meu conjunto de calcinha e sutiã ainda se agarravam às minhas curvas sutis.
Passei as mãos pela renda macia que abraçava meus quadris, desejando que as mãos de outra pessoa estivessem ali para fazer-me esquecer daquele dia. Eu não esperava me deixar abalar por um investidor arrogante em meu primeiro pitch com investidores, mas minhas reação física a Blake era um indicador sério de que eu precisava sair e conhecer mais pessoas. Afastar-me de computador, ao menos nas noites de sábado. Era geralmente nesse horário que fazíamos a manutenção do site, porque o tráfego era lento, mas se continuasse nesse ritmo, eu não iria ter outro relacionamento enquanto ainda estava na casa dos vinte anos.
Deixei a preocupação de lado, vesti-me e mandei um e-mail para Sid com as novidades. Ele não estaria acordado até daqui a algumas horas. Tem que ser uma criatura noturna como muitos programadores, ele tinha pegado uma gripe no dia anterior à reunião. Ele também não gostava muito de falar em público, mas a união faz a força e eu teria gostado de ter o apoio dele.
A empresa cobre as despesas que eu, Alli e Sid tínhamos, bem como nossos gestos modestos como universitários, mais renomadas do país, iria nos levar em nosso primeiro ano fora da faculdade. Enquanto Sid e Alli estavam procurando empregos como qualquer estudante responsável de último ano, eu tinha apostado todas as fichas no Clozpin, convencida, depois de nosso sucesso inicial, de que eu poderia transforma-lo em algo bem melhor do que um emprego padrão para todos nós.
Convencer Max a investir talvez fosse minha última esperança antes de ter que deixar aquele sonho de lado e arranjar um emprego comum. Enquanto isso, eu tinha menos uma semana para sair do dormitório e encontrar um lugar para morar.
...* * *...
Acordei com o cheiro de café, rapidamente seguido por uma palpitação chata na cabeça.
— Maldito vinho.
Massageei as têmporas, querendo me livrar da dor.
Sentei-me no futon, enrolei-me em mei edredom e agradeci aos deuses pela dádiva preciosa que é o café, enquanto Alli entregava-me uma xícara fumegante e um comprimido de ibuprofeno.
— Não importa, nos divertimos horrores.
Ela se acomodou ao meu lado com sua xícara de café. Seu curto cabelo castanho estava preso em um coque bagunçado e ela estava despretensiosamente bonita , uma blusa enorme que deixava seu ombro a amostra e legging preta.
......................
Alli Malloy.
......................
— Não via você se divertir há muito tempo. Você merecia uma pequena pausa.
—Aquela reunião me tirou do sério — respondi, grata por, apesar da dor de cabeça, meus nervos não estarem mais à flor da pele como estavam ontem.
— Então, me fale mais sobre mais sobre Max e quando eu posso conhecê-lo. Segundo a Elena bêbada, somos almas gêmeas.
Ri quando os detalhes da noite passada retornaram a mim. Nenhuma noite de jantar e drinks seria completa sem um papo de meninas.
— Sei basicamente o que o professor Quinlan me contou. Ele é inteligente, mas sempre acabava se metendo em alguma encrenca na faculdade. Não acho que ele teria se formado sem a ajuda do Quinlan e um diploma universitário era algo que o papai dele não podia comprar. — Dei de ombros, querendo dar ao Max um voto de confiança agora que ele tinha me salvado da humilhação total.— Mas tenho certeza de que não deve ser fácil andar na linha tendo um pai bilionário. Algumas pessoas não conseguem lidar com tanta liberdade assim.
— Bom, por acaso, eu estou no ramo de adestrar playboys bilionários.
Ela deu um sorriso safado por cima do ombro.
— Não tenho dúvidas de que esse é o seu ramo — respondi, revirando os olhos.
— Então, agora ele só faz esse negócio de investir?
— Não sei bem ao certo o que ele faz fora da Angelcom. Com todo aquele dinheiro, ele deve fazer todo tipo de coisa.
— OK, começa a pesquisa na Internet. — Alli se levantou em um pulo e voltou com o laptop, narrando as atividades benfeitoras de Max em associações de caridade de investimentos virtuais. — Vamos ver o que conseguimos encontrar sobre Blake Landon.
Apertei os dedos em torno da alça da caneca, lembrando-me vagamente de meu discurso embriagado sobre como Blake tinha sido um babaca ofensivo na reunião. O fato de ele pressupor que podia arruinar minha apresentação e depois me levar pra sair era inacreditável, mas com a aparência deles ele provavelmente tinha a maioria das mulheres comendo na palma da mão com muito pouco esforço. Infelizmente, para ele, eu não era a maioria das mulheres. A raiva fervente que eu sentia por aquele homem era amenizada apenas pela maneira profana que eu me sentia quando ele me encarava.
— Por favor, eu não dou a mínima.
De todas as emoções antagônicas, eu tentava me focar na raiva, mas na verdade, estava secretamente curiosa quanto ao que Alli talvez pudesse encontrar. Até ontem, eu nunca tinha ouvido falar de Blake, mas a julgar pela maneira como permitiram que ele conduzisse o show na Angelcom, ele devia ter certa influência. Alli ficou olhando atentamente para a tela, lendo com evidente interesse. Finalmente, cedi.
— E então, o que diz?
—Ele é um hacker.
— O quê?
Ela devia ter encontrado o Blake Landon errado, apesar dele quase não se parecer com um empresário honrado aquela manhã.
— Bom, ele costumava ser, de qualquer maneira. Há boatos de que ele tem relações com o M89, um grupo de hackers alocados nos Estados Unidos que invadiu mais de duzentas contas bancárias VIPs há mais ou menos 15 anos. Mas não diz nada sobre isso. Oficialmente, ele é o desenvolvedor fundador do Banksoft, que foi comprado por doze bilhões de dólares. Ele é o diretor executivo da Angelcom e um investidor ativo de uma série de empresas virtuais iniciantes.
— Bilionário que se criou sozinho, então.
— É o que parece. Ele só tem 27 anos. Diz aqui que os pais dele eram professores.
Aquelas informações não ajudaram muito a diminuir a raiva que eu sentia por ele ter sabotado meu pitch, mas acabaram preenchendo algumas lacunas. Eu tinha que admitir que o respeitava mais sabendo que ele não tinha herdado sua fortuna, mas entre ele e Max, ele agia como um pirralho mimado.
— Bom, não acho que faça muita diferença agora. Se eu tiver sorte, nosso caminhos nunca mais vão se cruzar de novo.
......................
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 33
Comments