Neil fechou a porta da cabana com um estalo seco, abafando o som do mundo. A madeira estalava sob os passos deles. Do lado de fora, apenas o sussurro do vento entre as árvores. Lá dentro, o silêncio tinha outra temperatura — uma tensão elétrica, carregada de desejo contido.
Emilly largou a mochila sobre a mesa, os livros tombando com desinteresse. A escola, os pais, o vestibular… tudo ficava do lado de fora daquela porta. Naquele instante, só existia ela e Neil. E o espaço entre eles — que diminuía a cada passo, cada respiração presa.
Ainda estavam com o uniforme da escola, mas nada neles parecia ingênuo. Os olhares se demoravam, os toques escapavam. Havia algo mais denso entre seus corpos — o misto da juventude com o risco, do amor com a fome. Um ritual não declarado.
Neil segurou sua mão. Os dedos se entrelaçaram com firmeza e leveza, como quem segura um segredo prestes a ser revelado. Sem dizer nada, a conduziu até o quarto. A madeira rangia sob os pés como se acompanhasse o compasso do desejo.
Ao entrar no quarto, Emilly sentiu a respiração vacilar. Havia cheiro de madeira e lembranças velhas no ar, mas também algo novo — o cheiro da escolha que ela estava prestes a fazer. Era sua primeira vez. E ela queria que fosse com ele. Com Neil.
Ele a puxou devagar, colando seu corpo ao dela por trás. O calor da pele dele atravessava o tecido da blusa, e seus lábios roçaram a curva do pescoço dela com reverência.
— Eu te amo — murmurou, a voz rouca, quase um lamento.
Ela virou-se para encará-lo. Havia desejo nos olhos dela, mas também confiança. E algo mais: coragem.
— Eu também te amo, Neil. Hoje… eu sou sua.
O beijo veio denso, profundo. Línguas que se buscavam, que se conheciam como se pertencessem uma à outra. As mãos dele começaram a explorar seu corpo, sem pressa. Primeiro o botão da blusa, depois o zíper da saia. Emilly tremia, mas não recuava. Os toques não invadiam — convidavam.
Ele a despiu como quem desfaz um embrulho precioso. E ela, insegura mas entregue, permitia-se descobrir-se através das mãos dele. Quando seus seios ficaram expostos, Neil os tocou com os lábios, com uma delicadeza quase sagrada. Emilly arfou — um som pequeno, mas cheio de tudo o que ela sentia.
Ela nunca tinha sido tocada assim. Nunca soubera que o corpo podia responder daquela forma — que o prazer começava muito antes do sexo.
Neil tirou as próprias roupas, revelando-se por inteiro. Ela o observava, fascinada e um pouco assustada. Mas não havia pressa, nem cobrança — apenas entrega. Ele a deitou na cama e desceu os beijos pelo seu corpo até encontrar o centro da sua feminilidade. Quando sua língua a tocou ali, ela se curvou em puro espanto. Era intenso. Era novo. Era demais.
Seu corpo se acendia por inteiro, como se cada nervo gritasse. E mesmo que a razão dissesse para segurar, a vontade dizia sim.
Quando ele se deitou sobre ela, alinhando seus corpos, Emilly respirou fundo.
— Vai doer? — perguntou num sussurro.
Neil olhou dentro dos olhos dela.
— Talvez… mas eu vou ser cuidadoso. Você só me diz “não” se quiser parar. A qualquer momento.
Ela assentiu.
Ele a penetrou com lentidão. O corpo dela resistiu por um momento — depois cedeu. A dor veio rápida, como um corte fino. Ela mordeu o lábio, segurou nos ombros dele, mas não chorou. Havia algo mais forte do que a dor: a sensação de pertencimento. De que aquele momento era apenas deles.
Os movimentos de Neil começaram suaves, respeitosos, quase tímidos. Aos poucos, foram encontrando ritmo, encaixe, harmonia. E quando o prazer começou a vir, Emilly não segurou o gemido. Era como se estivesse descobrindo a si mesma pela primeira vez.
Fizeram amor como quem escreve uma história — com começo, meio e uma promessa de continuidade.
Depois, deitaram-se lado a lado, as peles úmidas, os corações acelerados. Emilly encostou a cabeça no peito dele, ouvindo os batimentos ritmados. A mão dele acariciava seus cabelos, os dedos deslizando com carinho.
— Está arrependida? — ele perguntou, num sussurro.
Ela o olhou.
— Não. Foi… mais do que eu imaginei.
Ele sorriu. Um sorriso pequeno, vulnerável.
— Eu sempre vou lembrar de hoje. De cada segundo.
— Por que está dizendo isso assim… como uma despedida?
Neil hesitou. E então veio a verdade:
— Porque, se eu passar no teste da banda, talvez eu tenha que ir pra capital. E se eu for… quero que saiba que isso aqui foi real. Que eu te amei com tudo o que sou.
Ela ficou em silêncio. Aquele amor tinha sabor doce, mas já deixava um gosto de perda na boca. Queria acreditar que ele voltaria. Que a buscaria. Mas o futuro era uma estrada que ela não sabia como seguir.
Ainda assim, se aconchegou mais perto. Porque naquele momento, ela não queria pensar. Queria apenas sentir.
Mais tarde, se amaram novamente — com mais calma, mais instinto, menos medo. Os corpos se conheciam melhor. E dessa vez, o prazer veio mais inteiro, mais forte. Ela gemia livre, sem vergonha. E ele se perdia nela como se o mundo não existisse fora daquela cama.
No banho, trocaram risos, carícias e olhares longos. Quando ela viu a mancha de sangue no lençol, ficou parada, olhando-a. Era como um selo, uma marca. De dor. De entrega. De transformação.
Lavou o lençol na pia com as mãos firmes. Havia algo cerimonial naquele gesto.
Neil a chamou da sala.
— Emilly, vamos?
Ela olhou-se no espelho uma última vez. Não era mais a mesma.
— Estou pronta.
E estavam.
Neil trancou a cabana. Subiram na moto e voltaram pela estrada. O vento agora era outro. Não levava embora — revelava o que ela tinha se tornado.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 57
Comments