...Capítulo 19...
Judith a convidou para ir ao mercado, queria recusar mas não pode, afinal seria mal educada se não fosse. James resolveu ficar com o pai e com as duas meninas, enquanto as três iam ao mercado. Teve que pegar o casaco e uma toca, mesmo sabendo que ela era a única ali de salto alto. Não estava acostumada com tanta neve e não tinha calçados para isso.
Estava saindo do quarto quando James apareceu e a repreendeu.
- O que foi aquilo?
- Sobre como nos conhecemos? – ela viu o assentir. – Contei a primeira coisa que me veio à cabeça.
- Bela atriz você é. – Ele caçoou. – Não tinha uma história melhor não. Parecia que eu era a mulher na história.
- Sinto muito se foi essa a impressão que teve. Mas você também não precisava dizer que não sei andar de salto alto... poxa eu até corro de salto. – Ela emburrou cruzando os braços. – Precisamos entrar num acordo.
Ele assentiu concordando.
- Ok. E vê se não fica inventando histórias ridículas enquanto vai fazer compras.
- Claro, meu bem.
Jenna sorriu maliciosa e pegou sua bolsa antes de ambos saírem do quarto. Novamente na sala, viu que Rafaela estava se dando bem com a filha de Amy o que achou ótimo e não precisava se preocupar em quanto estivesse fora. Esperava não demorarem muito, não gostava de ficar longe de sua filha em casas estranhas, apesar de confiar em James para olhá-la.
Assim que saíram, teve uma pequena visão de onde estava. Realmente era uma cidade muito pequena, dava até para andar a pé e só não foram a pé porque iam ao mercado e o tempo não ajudava.
O comércio é bastante rudimentar e basicamente há duas lojas na cidade: a Arctic Trading Co., uma loja nos moldes dos antigos armazéns dos anos 1740 (embora o empreendimento seja mais recente, fundado em 1978), e a Northern Store, um misto de armazém, supermercado e loja de departamento, onde você pode comprar uma simples garrafa d’água ou até mesmo um snowmobile. A cidade conta com quatro restaurantes e cinco hotéis, todos acessíveis a pé em curta distância de caminhada.
Acompanhou as duas assim que Judith parou o carro em frente ao supermercado, e entraram pegando um carrinho. Sentiu os olhares para cima dela, até Judith começar a dizer para as pessoas que ela era a namorada do filho, foi aí que todo mundo olhava-a curiosos.
Nunca se sentiu incomodada, mas naquele dia sentiu -se mal por ser o centro das atenções. Todo mundo se conhecia ali, e claro que estavam curiosos para saber quem roubará o coração de James.
Pegaram algumas coisas e ficou perdida com que elas estavam querendo fazer para o almoço. Apenas seguiu as pelo corredor do mercado.
- Então há quanto tempo estão juntos? – Amy perguntou enquanto pegava algo na prateleira.
Jenna hesitou.
- Dois meses.
- Uau! James está nos surpreendendo. Quando ele inaugurou a cafeteria ele estava com uma moça, achávamos que ele estava com ela ainda.
- Mas isso faz tempo?
- Sim. Só notamos isso quando ele veio sozinho nos anos anteriores. – Amy contou. – Ele parece que não está feliz por lá.
- Porquê?
- Sempre está fugindo das nossas ligações, diz que está trabalhando muito e que não tem tempo de vir aqui.
- Bem, agora ele tem a mim. Estamos felizes... apesar do pouco tempo junto, mas estamos felizes. – Ela falou. – Estamos planejando morar juntos, Rafa adora ele e o Rufus.
Amy sorriu.
- Sério? Nossa isso vai nos deixar tranquilos. – Amy disse olhando para a mãe que assentiu toda feliz. – Tínhamos medo dele ficar sozinho naquela cidade.
- Ah Londres é uma maravilha como qualquer cidade grande. – Ela contou. – Deveriam ir mais vezes lá. Íamos adorar em tê-las em casa.
Ambas sorriam. E voltaram ao que estavam fazendo, até se encontrarem com uma moça bonita, observou-as cumprimentarem e a apresentarem.
- Essa é Jenna, a namorada do James. – Amy falou.
- Uau! James está namorando? – a tal de Karen indagou.
- Sim. Finalmente ele arrumou alguém. – Judith falou. – Assim ele desencana o sentimento que sentiu por você, Karen.
Karen sorriu sem graça.
- Ah nós éramos jovens. Ele seguiu com a vida para longe da cidade e eu segui a minha. – Karen contou e sorriu há ela. – Que bom que ele encontrou você.
Jenna apenas assentiu. Observou-a se despedir e se afastar. Era uma moça muito bonita, magra, de estatura média, cabelos compridos e loiros, olhos azuis e boca pequena. Ao contrário dela, que tinha várias sardas no nariz, não que não fosse bonita ou que tivesse atrativos suficientes para conquistar um homem, apesar de James parecer um homem difícil, sabia que uma hora ela conseguiria algo.
- Não se preocupe, meu irmão não gosta mais dela. – Amy disse.
- Como sabe?
- Ele está com você.
- Não fique preocupada, Karen foi a primeira garota que conquistou James quando eles eram adolescentes. Mas ela fez a escolha dela e não tem como voltar atrás. – Judith contou. – James pode ter aquele jeito de homem bobo, mas é bem espertinho.
Jenna riu fazendo com que ambas franzisse as sobrancelhas e rissem também.
- Vocês duas são tão hilárias. – Ela falou e se afastou dizendo que precisava pegar algo.
Sem mais piadas, ela achou melhor que deveria ficar quieta. Não deveria ter dito aquele tipo de coisa para as duas, afinal elas eram importantes para James e ela só era apenas uma funcionária. Pegou o que precisava e se encontrou com elas em um corredor, saíram do mercado e foram direto para casa.
James ficou ali na janela observando-as saírem para irem ao mercado e ficou se perguntando se Jenna não iria dar com a língua nos dentes. Ela era abusada e falava as coisas sem pensar. O medo dela inventar alguma história ridícula sobre ambos e que o deixava nervoso.
Não tinha costume disso, e provavelmente não estava afim de ter que brigar com ela por alguma idiotice que aquela mulher resolvesse falar para sua mãe e irmã.
Quase que decidiu em ir atrás, mas não estava afim de encontrar pessoas conhecidas no caminho. Toda vez que vinha na cidade ficava trancado dentro da casa só para evitar contato com as pessoas dali, afinal só estava ali para ver seus pais e nada mais. Não tinha mais vida ali e não estava a fim de manter contato próximo.
Ficou o tempo todo ali na janela observando o movimento calmo da cidade, enquanto o seu pai olhava as duas meninas que por sinal estavam se dando bem. Ficou feliz por isso, gostava de Rafa e prometera ficar de olho nela enquanto a mãe ficava longe.
Estava tão entretido ali quieto quando seu pai apareceu olhando para ele sério demais para o seu gosto.
- Diz o que te incomoda, filho?
- Não é... nada, pai.
- Tem certeza?
James hesitou.
- Na verdade estou pensando no trabalho.
- Pois não deveria. Está de folga, deveria se focar mais aqui e na sua namorada. – seu pai falou. – Se ela sobreviver a sua mãe e a Amy está tudo certo.
James forçou um sorriso.
- O senhor não conhece a Jenna. – nem ele mesmo conhecia.
- Parece ser uma boa pessoa. Quando sua mãe me contou que você iria trazer alguém, não acreditei. – sorriu levantando-se e se aproximou dele. – Fico feliz que realmente resolveu tocar a vida.
- O que quer dizer com isso?
- Sabemos que você só foi embora daqui por causa da Karen. Todo ano que vem aqui não sai de dentro de casa só para evitar de encontrar-se com ela.
James engoliu em seco.
- Isso não é verdade. Eu já superei isso, pai.
- Algo me diz que não. Mas não vou negar que realmente a ruiva é muito bonita. – sorriu. – É uma pena não ser mais novo.
James deu uma risadinha.
- Não conta para sua mãe que falei isso. – pediu seu pai. Realmente Jenna tinha razão, não tinha muita coisa do seu pai além dos olhos. Ele era alto mas gordinho e tinha um bigode ridículo que sua mãe odiava.
- Como anda as coisas na cafeteria? – Ele mudou de assunto.
- Bem. Aqui não muda muita coisa, como você sabe. – seu pai disse. – Mas me conta e os negócios vão bem por Londres?
- Sim, muito bem.
- Pretende abrir mais uma?
- Por enquanto não. Acho que duas já dão trabalho suficiente para deixar a gente doido. – Ele comentou meio brincalhão.
- A sua namorada não lhe ajuda no trabalho ou ela tem outros negócios?
James hesitou.
- Ela me ajuda e bastante, como se fosse uma funcionária de lá.
- Isso é muito bom. Arrumou uma mulher que não depende de homem... apesar de ter vindo completa. – Ele falou olhando para Rafaela e sorriu. – Uma menina boa.
- Sim.
Foi então que ouviram o barulho do carro parando próximo da casa. Era elas chegando, aproveitou e abriu à porta para ajudá-las com as compras e ficou surpreso por ver que haviam comprado poucas coisas.
- Querido, deveria ter vindo com a gente no mercado. Encontramos a Karen... Ela queria tê-lo visto.
James mudou a cara e olhou para Jenna que ficou constrangida com o papo e deduziu que as duas já haviam falado para ela sobre sua ex casinho de adolescência.
- Ah não estou muito a fim de...
- Querido, supere isso. – Sua mãe pediu. – Todo ano você foge dela, agora que está namorando deveria enfrentar seus medos.
James fez careta.
- Eu não tenho medo dela. Qual é o problema de vocês? – Ele indagou, incrédulo. – Por que tocar nesse assunto? Por que insistir num assunto que não faz sentido... Quer saber eu vou dar uma volta.
- James...querido.
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Atualizado até capítulo 47
Comments
Erlete Rodrigues
agora ele encontra a Karen Será que ela casou com o amigo dele que era surdo lá e mudo ⁉️
2025-02-11
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Adriane Alvarenga
Hum...vai encontrar a tal Karen....
2025-01-24
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