A carona

...Capítulo 13...

- Mais que droga!

Jenna havia levantado cedo naquele dia, fez exercício logo assim que levantou-se, depois fez o café da manhã e viu sua mãe sair, para não ter desavença resolveu não questionar.

Ligou para uma amiga sua para saber se ela poderia ficar com Rafaela e para sua sorte ela poderia ficar naquele dia, teve que correr para chegar lá e pegar o ônibus para poder trabalhar, mas acabou perdendo o ônibus e teve que pegar um outro e correr para chegar a tempo, enfim chegou lá dez e meia toda ofegante, correu para o seu armário e trocou de roupa.

E para sua felicidade Carla a olhou com cara de nojo e a mandou para a cozinha. Quem ficou feliz por recebê-la ali foi Owen, o rapaz bonito da cozinha, era ele quem fazia todas as coisas com a ajuda de Lia, uma moça encantadora.

- O que eu faço?

- Preciso de uma ajuda para fazer massa. – ele disse. – Sabe fazer alguma coisa, linda?

Jenna sorriu toda sem graça.

- Mais ou menos.

- Então vou lhe ensinar.

Owen lhe ensinou fazer a massa de croissants e soube que ele fazia para depois congelar e assar para o dia seguinte, ficou toda feliz por saber agora em como fazer aquela maravilha.

Estavam rindo de alguma coisa que Lia contava quando entrará ali, quando o chefe chegou fazendo com que parassem de rir, ela apenas sorriu.

- O que você está fazendo aqui na cozinha, srta. Wilson?

- Ah... Carla me mandou para cá, senhor?

Ele franziu as sobrancelhas.

- Por quê?

Jenna deu de ombros, respondeu.

- Eu não sei, senhor. Cheguei e ela me viu com cara de nojo e me mandou para cá.

James assentiu, se aproximando e só então a encarou.

- O que aconteceu com o seu queixo?

- Ah... Eu caí.

Ele hesitou.

- Ok. Hoje você pode ficar por aqui... até esse roxo aí... sumir. – disse, e estava pronto pra sair da cozinha quando falou. – Vê se para de cair por aí srta. Wilson.

- Sim, senhor.

James deu um sorriso torto e saiu dali. Quando se deu conta estava sorrindo que nem boba e os demais a olhavam boquiabertos. Tentou disfarçar o seu constrangimento e voltou ao que fazia, para sua sorte ninguém comentou nada.

Teve que fazer o intervalo das duas e meia, e acabou comendo o lanche que Owen fazia com um suco, depois comeu alguns biscoitos que havia trazido de casa e assim que voltou para dentro deu alguns dos biscoitos que restaram para os dois ali que por fim recebeu elogios.

- Uau! Foi você mesma que fez? – Owen indagou ao saborear um de olhos fechados.

- Sim. Sempre faço, minha filha adora.

- Maravilhoso!

- Obrigada. Se quiserem posso fazer aqui para a gente... Se o chefe deixar é claro.

- Com certeza ele vai deixar. Ele gosta de pegar ideias dos funcionários.

- Sério?

- Só algumas... geralmente ele escuta mais o Owen.

- Mais o Owen que prepara tudo. – ela comentou. – Não sei se terei chance...

Jenna se calou ao ver James na porta sério vendo os três parados conversando, foi fração de segundos que todos voltaram ao trabalho.

- Estou interrompendo algum assunto importante?

- Não, senhor.

- Não. Pelo contrário, estávamos experimentando o biscoito da nossa colega Jenna que a propósito está incrível. – Owen falou estendendo o pote à ele.

Jenna se encolheu ao vê-lo dar uma olhada nela, por um momento pensou que ele não iria pegar os seus biscoitos, mas estendeu a mão e pegou um para experimentar.

James a encarou por alguns segundos enquanto comia o biscoito, em seguida indagou.

- Foi você que fez?

- Sim, senhor.

- Muito bom. É Speculoos?

- Sim.

Ele balançou a cabeça.

- Olha vocês podem ficar conversando... mas nada de ficarem parados comendo. – ele disse e se afastou.

Dessa vez ambos a olharam e sorriam, pensou que não iriam dizer nada mas virou um murmúrio.

- Senti um clima.

- Que clima? – indagou sem graça. – Até parece que ele iria se interessar por alguém como eu, mãe solteira ainda.

- E qual o problema nisso?

- Homens não curtem mães solteiras. É por isso que arrumo caras para nada sério. – ela sorriu. – Só sexo e nada mais.

Ambos assentiram e por fim os três riram. Sem mais conversas afiadas resolveram ficar conversando sem parar de trabalhar antes que James aparecesse novamente. Nem viu o tempo passar e só se deu conta quando Owen começou a limpar ali, ajudou-o com a limpeza, o que foi bem rápido e depois foi ajudar na parte da frente que ainda não estavam terminando. Para seu alívio, Carla foi embora e ficou somente ela terminando de arrumar o balcão quando viu que estava sendo observada.

James se aproximou e disse.

- Quer ficar aqui, srta. Wilson?

- Ah não, só estou terminando isso aqui.

- Não precisa. Pode fazer isso amanhã. – ele falava sem tirar os olhos de cima dela.

Será que ele não sabia que isso era tão constrangedor?

- Ah claro, o senhor quer ir embora. Desculpa.

Ele sorriu.

- Se sabe que posso ir embora e deixá-la trancada aqui.

- Teria coragem de fazer isso?

- Não. Eu não seria doido em... – ele foi interrompido pelo celular, que resolveu não atender. – Bem, quer uma carona?

Jenna hesitou.

- Não precisa.

- Ah que isso, uma carona não faz mal a ninguém. – ele insistiu fazendo um gesto com a cabeça. – Vamos, eu te deixo em casa.

Jenna balançou a cabeça e sorriu aceitando. Foi até o seu armário para pegar suas coisas, enquanto ele a esperava na porta do fundo. Acompanhou-o até o carro, o celular dele insistiu novamente em tocar e dessa vez ele fez questão de atender.

- Oi... Eu estou indo para casa. – ele dizia ao abrir a porta para ela do carro, para em seguida entrar. – Não vou esquecer disso mãe. – ele falou meio que sem graça e olhou para ela. – Mãe, eu tenho que desligar, vou dirigir... não, eu não estou fugindo. – ele resmungou ao ligar o carro, e com uma mão só conseguiu manobrar o carro para sair dali. – só não quero dirigir falando no celular... Eu sei disso... não precisa ficar me lembrando disso.

Jenna fingiu não escutar e meio que acabou se encolhendo ali, até ela acabar espirrando e ver a cara dele de desespero.

- Desculpa.

- Mãe... não é... – ele olhou para ela balançando a cabeça, enquanto ouvia a mãe falar algumas coisas e pelo jeito não era algo bom. – Eu vou desligar mãe... Até mais.

James desligou o celular e bufou.

- Não podia ter segurado o espirro.

- Não.

Ele hesitou sem tirar os olhos da rua, contou.

- Te contei que vou viajar?

- Acho que sim.

- Olha eu estou tentando contar para minha mãe que não tenho namorada, mas aí você estraga tudo.

- Eu... mas eu só espirrei. – ela disse sem entender nada.

- Minha mãe acha que tenho namorada e que vou levá-la comigo na viagem. – ele contou ao olha-la de relance. – Minha irmã espalhou para todo mundo que tenho namorada, mas eu não tenho.

Ela fez careta.

- Então arruma uma.

- Como se fosse fácil.

- Por que disse a sua irmã que tinha uma namorada?

- Eu não disse, ela distorceu a minha conversa e disse a minha mãe que tenho namorada e agora minha mãe quer conhecer... e você espirra dentro do meu carro.

- Desculpa. Quer que eu desça do carro?

- Não.

- Achei que só eu tinha problemas. – ela ralhou.

Ele fez careta.

- Todo mundo tem problema.

- Já pensou em alguns sites de relacionamentos, pode ser que encontre alguma mulher interessante por lá. – sugeriu com pingo de zoação.

- Pelo jeito você já entrou nesses sites.

- Algumas vezes. Mas não deu muito certo, tem cada um... – ela riu ao lembrar dos encontros ridículos que teve.

- Imagino.

- Acho que a melhor coisa que você deveria fazer era contar a verdade e viajar sem culpa.

- Eu tentei, mas aí você espirrou.

- Você pode dizer que era um homem.

James franziu o cenho.

- Você não conhece minha mãe. – ele disse ao parar o carro em frente à casa dela. – Bem, está em casa.

- Obrigada, Sr. Coleman.

- De nada. E por favor, não comenta essas coisas com ninguém, ok.

- Ah claro.

- Ótimo.

Ela sorriu e saiu do carro, antes de entrar dentro de casa deu um aceno. Sorria toda boba ao entrar dentro de casa, foi então que se deu conta que sua mãe a observava.

- Chegou cedo.

- Meu chefe me deu carona.

- Onde está a Rafa?

Só então ela lembrou que deixará Rafa na casa de sua amiga. Abriu a porta e respondeu.

- Vou buscá-la.

Jenna teve que correr para buscá-la e para sua sorte não era longe. Chegou lá, Rafa a recebeu toda contente e já tinha tomado banho.

- Obrigada, depois eu lhe pago assim que receber.

- Tudo bem. Amanhã não vou poder ficar... tenho uma cliente chata. – sua amiga contou.

- Ah ok... Eu vejo o que faço. Mas obrigada mais uma vez.

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