Aceitando o emprego

...Capítulo 4...

Jenna atendeu um rapaz e estava indo muito bem, até perceber que estava sendo observada por James. Se atrapalhou um pouco, mas não  cometeu nenhuma gafe. Como estava próximo do almoço, começou novamente o movimento e muitos que não tinham tempo pra comer em restaurante, preferiam pelo lanche rápido e ficou contente por estar se saindo bem.

Quando deu meio dia foi para a cozinha, tirou seu avental e só então James apareceu chamando-a para o escritório. Suspirou nervosa quando teve que ficar sozinha com ele ali naquele pequeno lugar.

- Então, o que achou?

- Tranquilo. – sorriu sem graça. – E adorei o croissant.

- Ótimo. Fico feliz que tenha gostado, se realmente for ficar quero que traga isso. – ele disse lhe entregando um papel. – Não precisa ter pressa, está tudo aí, salário, horários, horas extras pois não sei se uma delas comentou com você que as vezes preciso que vão até a outra loja.

- Sim, Debby comentou sobre isso.

- Ótimo. Amanhã você pode entrar às sete, ok.

- Obrigada, Sr. Coleman.

Ele fez careta.

- James, por favor.

- Desculpa.

- Qualquer dúvida é só vim falar comigo, certo.

Ela assentiu pegando os papéis.

- Folgas também estão aqui?

- Sim.

Jenna se despediu dele, que a acompanhou até a porta e saiu toda feliz, pegou suas coisas e foi embora. No caminho, lembrou que havia mandado mensagens a Charlie e pegou no celular na bolsa para dar uma olhada e realmente tinha respostas dele. Sem perder tempo, pegou um ônibus e foi até a casa dele, não moravam muito longe um do outro.

Charlie morava num prédio não muito ruim e não gostava muito de que Rafa fosse para lá por causa da atual namorada do pai, não que ela não tratasse bem a menina, mas era mais por medo de Rafa não manter a calma, pois às vezes ela dava alguns surtos que só ela conseguia acalmar.

Assim que chegou lá, bateu na porta e Charlie apareceu balançando a cabeça.

- Eu ia levar ela de volta.

- Sei.

- Por que não confia em mim, Jen.

Jenna engoliu em seco.

- Eu não sou mais a sua Jen. Quero minha filha.

- Ela é minha também.

- Cadê a Rafa?

Ele hesitou e abriu passagem pra entrar. Charlie era alto, musculoso, cheio de tatuagens e Rafa herdará a cor de cabelo dele loiro. Na época de escola ele era popular e achava o charmoso, mas não  sabia que por traz daquilo tudo só tinha um cara idiota.

Se pudesse voltar atrás, com certeza ele não seria o cara que ela não iria mais namorar. O relacionamento de ambos fora forçado demais, ele vivia brigando por motivos idiotas e ela como era boba, deixou que ele mandasse nela. Quando descobriu que estava grávida, ficou feliz pela gravidez, pelo menos achava que sim. Mas Charlie demorou para cair a ficha, depois que Rafa nasceu e descobriram que ela tinha problema auditivo rapidamente Charlie pulou fora e tentou negar a paternidade.

Para sua sorte foram os pais dele que a ajudaram muito com a menina. Conseguirá médicos para o tratamento e uma escola particular, mas como Charlie não ajudava com as despesas decidiu por Rafa numa escola normal e que estava se dando muito bem.

Apesar de estar sempre tendo que ir à escola para acalma-la por causa das crises que ela tinha e uma vez por semana ela ia ao psicólogo. Sabia que seus problemas com o pai dela a afetava muito e mesmo tentando evitar em discutir com Charlie era impossível.

Ao entrar no apartamento viu sua filha brincando com uma boneca ao lado da namorada dele e assim que ela a viu correu para os seus braços.

- Mamãe.

- Vamos para casa. – ela disse olhando-a para que ela entendesse, já que estava em seu colo.

Rafaela sorriu assentindo.

- Ótimo.

Colocando-a no chão de volta foi até a porta onde seu ex estava e disse.

- Dá próxima vez me avisa que vai buscá-la.

- Ok.

Charlie se agachou e se despediu da filha. Suspirou para não acabar perdendo a paciência, ele nunca foi paternal e por que o interesse agora.

Pegou o ônibus e foi para casa, seu celular tocou e era sua mãe querendo saber se já estava em casa, e disse que estava chegando. Faltava apenas um quarteirão para chegar em casa quando lembrou que tinha que providenciar suas coisas para levar ao seu novo emprego.

Ao chegarem, Rafa foi correndo para a cozinha e deixando a sua bolsa ali no hall seguiu-a para cozinha, sua mãe estava tomando chá e Rafaela já foi pegando bolachas para comer.

- Como foi o seu primeiro dia?

- Muito bem.

- Amanhã a Rafa tem que ir à escola. – ela disse fazendo os sinais para que a menina entendesse o que estava dizendo.

- Não quero.

- Vai sim. Eu tenho que trabalhar, filha. – falou em sinais. – Nada de choro, só tem mais essa semana de aula.

Rafaela fez careta.

- Não posso perder esse emprego. O meu chefe pelo jeito é uma boa pessoa e vi que as moças que trabalham lá gostam de lá e espero me dar bem.

- Isso se você não fizer uma delas ser mandada embora.

Ela suspirou.

- Não precisa ficar me lembrando disso.

- Já pediu desculpa para sua amiga?

- Não.

- Teve sorte por não ter sido presa. Deveria agradecer por aquele homem não ter deixado você ir para a cadeia. – Sua mãe resmungou.

Jenna só de lembrar lhe deixava nos nervos. Havia sim feito algo errado tudo porque ela não conseguirá o que sua amiga sem esforço nenhum tivera, e só não estava na cadeia por que ouviu ela pedindo para que não fizessem isso por causa da filha. Seu ex chefe a mandará embora por justa causa e aquilo a deixou mesmo sem rumo.

Seu currículo estava marcado, e só Deus sabe que aquele emprego caiu como uma prece e não iria desperdiçar de maneira nenhuma. Diversas vezes quisera ir até Caroline para pedir mil desculpas, mas não sabia como chegar nela e dizer que sentia muito.

Agora que sentirá na pele como era fazer o mal para as pessoas, ela pensaria duas vezes em fazer aquilo novamente, ainda mais por causa de homem.

Totalmente imatura, porém, agora já aprenderá a lição e estava pondo final nas suas idiotices e pensaria mais em sua filha, ela sim precisava dela mais que tudo.

- Eu ainda vou me redimir por isso.

- Seu chefe sabe disso?

- Não. Eu não sei.

Provavelmente ele sabia, isso ficaria marcado para sempre com sua carteira de trabalho. Só esperava que essa chance de mostrar que estava mudada e ia fazer o possível para ficar.

Assim que Rafa terminou de comer chamou-a para tomar banho, em seguida foi ela. Ajudou sua mãe com o jantar e como a louça era sua, limpou a cozinha antes de subir e Rafa já estava a esperando para arrumar o seu cabelo que agora estava quase seco.

Sorriu e sentou na cama, já estava tudo ali as coisas para que ela arrumasse o seu cabelo. Seus brinquedos de salão todos ali e alguns lacinhos.

- O que você quer no cabelo, madame? – Rafa perguntou em sinais.

Jenna hesitou.

- Quero xuxinhas.

- Está bem.

Sorriu novamente, enquanto sua filha mexia em seu cabelo, aproveitou para dar uma olhada no seu celular, entrou no Facebook só para dar uma olhada, e quando se deu conta estava procurando pelo seu patrão bonitão, infelizmente não encontrou nada. Ele pelo jeito não tinha rede sociais, mas encontrou a cafeteira no Facebook e Instagram o que já foi bom, mas nada de acha-lo.

Rafa fez vários penteados nela e quando cansou já eram quase nove horas e precisava ir dormir. Trocaram a roupa pelo pijama e deitou-a do seu lado, costumavam dormir juntas quando estava frio.

- Tenho que ir à escola? – Rafa perguntou em sinais.

- Sim, querida. Mamãe vai trabalhar.

- Posso ficar com o papai depois?

Jenna hesitou e suspirou.

- Por que quer ficar com ele?

Rafaela deu de ombros.

- Ele vai ter outro bebê e não quero ficar para trás.

- Quem disse isso há você? – Jenna deu uma levantada, já que estavam deitadas de lado de frente para a outra.

- Eu li os lábios daquela moça que está na casa dele.

- Ah querida, o papai tem direito de ter outra família, mas isso não quer dizer que você vai ser deixada de lado. Eu estou aqui, vou estar sempre aqui com você. – ela disse. – Nem que eu fique bem velhinha.

Rafaela sorriu e a abraçou.

- Promete.

- Sim. Agora está na hora de dormir. – deu um beijo em sua filha que adormeceu rápido.

Demorou para dormir, não sabia se pensava no seu patrão bonitão ou no seu ex que seria pai novamente.

 

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Comments

Erlete Rodrigues

Erlete Rodrigues

ela é mãe de uma menina que tem uma deficiência e ela é meio sem juízo não é não ⁉️

2025-02-11

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