James

...Capítulo 2...

James Coleman sorriu ao colocar o fone do telefone de volta. Estava surpreso consigo mesmo por estar fazendo isso. Nunca imaginaria que iria fazer aquilo, gostava muito de ajudar as pessoas e todas as moças que contratava eram mães solteiras, mas havia algo naquela moça que entrevistara naquela manhã. Teria dito há ela de cara que estava contratada, mas não poderia demonstrar que já havia escolhido a assim de cara.

Tinha o costume de fazer aquilo, de olhar para as pessoas e ver o desespero no timbre da voz de que precisava de ajuda, todas as moças que contratavam para trabalhar, a maioria eram pessoas assim. Essa era a segunda cafeteria que abria ali em Londres. Seus pais tinham negócios na sua cidade natal e ele resolveu sair de lá para expandir para outros lugares e estava dando muito certo.

Havia feito faculdade de administração e desde que terminou sairá de Churchill na província de Manitoba, Canadá. Não era para ser um sempre, mas estava gostando de morar em Londres, a sua cidade natal era um lugar bom para se viver mas não para ele que gostava de viver aventuras por aí. Tinha vindo para Londres só para um passeio na casa de um amigo e acabou ficando por ali, até seu pai dar a ideia de expandir os negócios da família e achou a ideia ridícula no começo, porém, agora estava se dando bem. Afinal, ali era bem mais lucrativo do que na sua cidade, que só havia mil habitantes.

Seus pais viviam querendo que ele voltasse, mas depois pensavam bem e diziam para que ficasse por ali mesmo, já que sabia que se voltasse para Churchill seus pais iriam arrumar um casamento logo para ele, o que não estava a fim tão cedo.

Em seus trinta e um anos a palavra casamento estava fora de cogitação naquele momento, e mesmo assim sua mãe sempre que ligava perguntava se ele tinha uma namorada. À única vez que seus pais vieram lhe visitar foi quando ele inaugurou a sua primeira cafeteria, depois não vieram mais. Todo fim de ano ele visitava seus pais, uma semana antes do Natal só para que eles pudessem ficar contentes e por isso estava contratando mais uma funcionária para poder seguir tranquilo por três dias.

Só de lembrar de Jenna Wilson o fez pensar em como fazia tempo que não namorava. Estava sempre ocupado com o trabalho que não tinha tempo para sair e paquerar as mulheres londrinas, apesar de já se fazer seis anos que morava ali, sairá com poucas mulheres e nenhuma fez despertar o interesse de querer levar alguma coisa sério. Da última vez que sua mãe estivera ali quando ele havia inaugurado a cafeteria ele estava saindo com uma moça, mas meio que não deu certo e terminou dois meses depois e até hoje sua mãe pensava que ele ainda estava com ela, desde então vem mentindo no fim de ano que ela estava ocupada e não podia levá-la para Churchill.

No entanto, já desconfiava que sua mãe pensasse que estava mentindo e não querendo desfazer, deixando por assim. E mais um ano ele iria para lá com a mentira, logo teria que arrumar outra desculpa ou já estava na hora de dizer que não tinha namorada coisa nenhuma.

Jenna era muito bonita, magra, alta, talvez com um metro e setenta comparado ao dele, que era uns doze a mais que o dela. O cabelo encaracolado ruivo é que o deixou fascinado, e pode notar as sardas sobre o nariz pequeno e perfeito, a boca carnuda bem desenhada e tinha um belo sorriso.

Confuso com aquela pequena atração que sentiu ao colocar os olhos sobre Jenna e que o deixou para lá de desconfortável. Deveria começar a pensar que ela seria apenas mais uma funcionária e nada mais.

Olhou para o relógio de pulso e viu que já estava quase próximo de fechar, não costumava ficar muito tempo ali, pois como havia duas moças trabalhando e ele só ajudava quando precisava, afinal ele tinha mais uma loja daquela há algumas quadras dali.

James ajeitou suas coisas e saiu do escritório, ao se aproximar as moças já estavam ajeitando tudo ali e como era ele que fechava o caixa aproveitou para fazer isso enquanto elas arrumaram tudo antes de fechar.

Assim que terminou, esperou que elas fossem embora para poder fechar. E já eram quase seis e meia, provavelmente a outra loja também estava para fechar, ele decidirá que não ficaria com as lojas tão tarde, pois não servia-se refeições como outras cafeterias.

Fechou tudo e saiu, pegou seu carro que estava no estacionamento e foi para casa. Para sua sorte não  morava tão longe dali, morava no bairro Pimlico é uma área residencial de luxo com ruas tranquilas repletas de casas imponentes do século 19. Seus muitos hotéis, além da proximidade da galeria Tate Britain e do elegante Chelsea, o tornam famoso entre os viajantes. Multidões no happy hour visitam restaurantes chiques e pubs antigos em torno da movimentada Vauxhall Bridge Road. O tranquilo St. George's Square Garden tem vista para o rio Tâmisa, e os corredores seguem o Thames Path à beira do rio.

Decidirá morar em uma casa ao invés de apartamento por dois motivos. Odiava lugares pequenos e gostava de animais, ainda mais ele que adotará um cachorro a dois anos atrás, só para não ficar sozinho.

James guardou o carro, tirou as chaves do bolso da calça e subiu pela pequena escada da frente da casa e entrou, foi recebido com um latido e um abraço do seu cachorro.

- Ei amigão.

Sorriu para o seu companheiro que ficou todo alegre e pulava ao seu redor, que com certeza estava com fome. Era um dálmata, estava muito bem treinado e quando podia dava algumas voltas pelo quarteirão para que ele pudesse se exercitar, o que era quase todo dia quando ele também estava disposto em correr um pouco.

Deu comida ao cachorro e foi para o andar de cima direto para o banheiro. Sua casa era um duplex simples, mas muito bem conversada e moderna, diferente dos outros que tinham ali. E claro que não pode negar, que comprará com um preço bem bacana, apesar de ter reformado ele nesse último ano.

Ao terminar de tomar banho, vestiu algo confortável e foi para a cozinha onde seu companheiro estava ali e tentou preparar algo para jantar. Era mesmo um homem solitário e uma rotina para lá de chata, mas o costume era tanto que nem se importava.

Depois de jantar, aproveitou para trabalhar um pouco no notebook, tinha algumas anotações que deixava para fazer quando estava em casa, já que passava a maior parte ajudando na cafeteria.

Era quase dez horas quando percebeu que deveria ir dormir. Chamou seu cachorro que dormia com ele, às vezes e trocou de roupa antes de deitar na cama.

 

Jenna acordou no dia seguinte e sorriu ao ver sua filha dormindo de lado. Rafa tinha o costume de dormir consigo às vezes e mesmo que ela chorasse um pouco gostava da companhia. Levantou-se devagar e foi ao banheiro tomar banho, precisava estar cedo lá para mostrar que era uma pessoa competente e pontual.

Assim que saiu do banho vestiu uma calça jeans, uma blusa básica e tênis, colocaria uma bota mas sabia que não poderia trabalhar tão produzida ainda mais no primeiro dia. Estava terminando de se arrumar quando viu sua garotinha levantar da cama e vim até ela toda sonolenta.

- Mamãe...

- Querida, volta para a cama. A mamãe vai trabalhar e você vai ficar com a vovó. – ela disse fazendo sinal com as mãos ao mesmo tempo.

- Eu não quero ficar com a vovó, ela grita muito.

Jenna sorriu, pegou-a no colo e levou-a para cama.

- Quando a mamãe estiver bem,  vamos morar em outro lugar. – Jenna fez novamente os sinais.

Rafaela havia nascido com deficiência auditiva, mas conseguirá tratamento que a fizesse poder falar e usava o aparelho fonador, às vezes ela não entendia e tinha que usar a linguagem de sinais. Passará por muita coisas e o pai dela também não ajudava em praticamente nada, sua mãe a condenava por muitas coisas que havia feito, mas algo que não se arrependia nunca foi ter tido Rafaela.

- Então, volte a dormir. Quando a mamãe chegar eu deixo você ser minha cabeleireira, ok.

Rafaela sorriu concordando. Pois sabia que ela gostava de pentear o seu cabelo.

- Certo, estamos combinadas.

- Eu te amo, mamãe.

Jenna sorriu e deu um beijo nela.

- Eu também te amo, minha princesa.

Jenna se despediu da filha e pegou sua bolsa antes de sair. Sua mãe estava acabando de sair do quarto quando a viu.

- Aonde você vai tão cedo?

- Eu arrumei um emprego.

- E a Rafa?

- A senhora não vai trabalhar hoje, pode ficar com ela para mim, por favor.

- Jenna tem que arrumar alguém para ficar com ela.

- Eu sei. E vou dar um jeito nisso depois que eu passar no teste hoje.

- Então não é certo que está empregada?

- Mãe, não vou ficar aqui discutindo isso. Preciso estar lá cedo... então até mais tarde.

Jenna virou -se para ir embora, pode ouvir sua mãe resmungar e entrar no seu quarto. Se não corresse, iria perder o ônibus, e se perdesse esse ônibus chegaria atrasada o que não queria que acontecesse.

Mais populares

Comments

Keila Mar

Keila Mar

uma mãe que não colabora e só reclama é muito difícil, se ela não quisesse trabalhar, só ficasse em casa dormindo e saindo pras baladas podia reclamar da filha, mas vejo que ela quer trabalhar, talvez não tenha maturidade o suficiente e fica dormindo com um e outro.

2025-02-14

1

Adriane Alvarenga

Adriane Alvarenga

Nossa essa mãe dela é muito chata....

2025-01-24

1

Erlete Rodrigues

Erlete Rodrigues

a mãe dela é muito reclamona ‼️

2025-02-11

0

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!