EMIL
Raios de sol entraram pela janela, batendo no meu rosto. Abri os olhos lentamente e ao despertar senti uma dor insuportável. Recordava tudo. Absolutamente, tudo, mas a única coisa que não recordo é o rosto desse alfa de merda.
Um grande rancor despertou em mim, haviam roubado minha virgindade e pureza. Toda minha vida era uma maldita merda, todas as coisas ruins me passavam. A vida definitivamente me odiava.
Paul seguramente está muito preocupado, meu pai... Não, acho que nem sequer se perguntou onde estava, minha madrasta e irmã postiça desejariam que eu estivesse morto e assim ficassem com toda a herança. Sujas víboras.
De repente senti como algo saía de meu interior, levantei os lençóis e dei uma olhada.
--- Alfa de merda... Gozou em meu interior --- Tinha que tirar isto rapidamente de dentro, caminhei até o banheiro, mas cada passo era uma dor terrível, caminhei a passo de tartaruga até entrar no chuveiro. Água começou a cair sobre meu corpo, deslizei minha mão para trás, comecei a tirar tudo de dentro de mim, era demais. Quantas vezes havia gozado dentro de mim?
Ao terminar coloquei o roupão e saí do banheiro. A dor havia baixado consideravelmente, revisei meu telefone e abri os olhos ao ver a hora. Faltava minutos para chegar a tempo, me troquei e coloquei a mesma roupa de ontem, uma manga longa de gola alta para ocultar os chupões e uma calça jeans. Paul terá que me emprestar livros.
Saí desse quarto que de fato tinha uma muito boa comodidade, peguei um táxi e fui rapidamente à minha universidade, não quero ter outra F em assistência. Além disso, tenho que me preparar mentalmente para as perguntas que Paul me fará.
Caminhei pelos corredores da Universidade, podia sentir vários olhos em mim. Só queria ter um dia tranquilo, e óbvio que ia ser impossível, escutava murmúrios às minhas costas, uns falavam na minha frente sem vergonha. Que mais tinha que me acontecer?
--- Veja, veja. Quem ia imaginar que se dignaria a vir? --- Uma voz irritante falou ao meu lado enquanto abria meu armário para tirar algumas coisas de lá.
--- Que queres Layla? --- Fechei com força a porta do meu armário e me virei para olhar a vadia que tinha na frente.
--- Só queria ver seu rosto, te vejo acabado Emil. Tanto afetou que seu ex me prefere a mim? --- Seu tom era zombeteiro, claro que desfrutava disto.
--- Só vinhas dizer isso? Não tenho tempo para falar com lixo. --- Olhei com desdém essa ômega. Pessoas ao redor observavam e escutavam nossa conversa.
Layla apertou os punhos e me olhou com raiva. --- Seu maldito. Se nota que estás orgulhoso de levar chifres na cabeça --- Cruzou os braços. --- Tanto te doeu que recorreste a se deitar com um alfa? Apestas ao seu cheiro --- Enrugou o nariz com nojo.
Eu a olhei confuso. De que cheiro falava?, havia me banhado e sem dúvida havia tirado seu cheiro. --- Não sei de que merdas falas --- Respondi com raiva. Mas chegou um cheiro conhecido às minhas fossas nasais. Era ele... Meu ex.
--- Querido! --- Gritou Layla emocionada e se lançou a abraçá-lo. Toda uma cadela, eu passei ao seu lado, não suportava estar ali. Pode ser que o odeie e despreze com todo meu ser, mas em algum momento o amei com fervor. E ainda doía, doía sua traição.
Pude sentir um olhar enquanto me afastava, era Carl. Apressei meu passo até estar fora de todos os olhares. Soou o sino, suspirei pesadamente. Me tocava química, e não é que a odeie, mas me tocava junto a Carl, e não queria cruzar-me com ele, nem sequer respirar onde ele está.
Entrei na classe e me sentei na última fila. O salão se encheu em poucos minutos, depois de entrar a professora Aurora, Carl entrou minutos depois.
--- Não o deixarei entrar para a próxima classe se chega tarde jovem Carl. --- Falou muito séria a professora Aurora.
--- Entendo --- Respondeu sem importância e se sentou ao lado de seu melhor amigo Jeff. Os dois eram iguais.
A classe transcorreu normal, deu uma longa explicação sobre o tema que tocava, depois pediria a alguém que me passe os apontamentos. Já que não tenho nada onde escrever. Posteriormente a professora nos guiou ao laboratório onde pomos em prática o aprendido e segundo como nos saia o experimento é nossa nota.
Colocamos um jaleco branco, que me ficou grande. Maldita seja minha estatura. A professora Aurora nos agrupou em equipes de 4. Me tocou com uma garota beta, se não recordo mal, se chamava Nara. Com o idiota de Jeff (Melhor amigo de meu ex) e outro garoto ômega que não recordo seu nome.
Com Nara nos entendemos de imediato, mas o idiota de Jeff paquerava com o ômega e sem dúvida se via incômodo.
--- Jeff. Podes deixar de oprimir o garoto? --- Falei com raiva. Sempre buscava qualquer pessoa para se deitar.
--- Bom bom, acaso estás com ciúmes? Se queres te posso dar a atenção que Carl não te pôde dar. --- Riu zombeteiramente.
--- Primeiro beijaria o traseiro de meu avô defunto a estar ao seu lado --- Minha irritação era notável.
O sorriso de Jeff desapareceu. Sem dúvida havia atingido seu orgulho. Enfim pudemos terminar o trabalho em grupo. O sino soou e caminhei até a saída para ir ao campus, ali ninguém ia às terças-feiras exceto Paul, um amigo mais e eu.
Sem fixar-me topei contra umas costas largas, levantei o olhar e sim. Era Carl.
--- Perdão --- Minha voz era firme e sem pensar fui ao campus. Ainda me afetava sua presença.
Ao chegar ao campus alguém se adiantou. E parecia me esperar. Era Paul. Agora o que ia dizer?
Continua…
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Atualizado até capítulo 76
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