Capítulo 19

...Davi Alencar ...

Estou na casa de tia Liz e tio Bê para comemorar o aniversário de 18 anos das gêmeas Ayla e Lara e como é tradição da nossa família sempre comemoramos os aniversários de todos, não importa a idade que estejamos fazendo, sempre tem que ter uma comemoração por menor que seja.

As gêmeas da minha tia estão lindas, na verdade sempre foram, eram crianças lindas e agora são mulheres lindas. Ela herdou a parte loira das Medeiros, mas com os olhos azuis do pai delas.

Rubi e Safira também estão aqui, junto com os pais e os irmãos delas, já que temos esses primos em comum, pois o tio dela é casado com minha tia.

Tudo estaria normal se somente eles estivessem aqui, mas vejo um loiro tão alto quanto eu ao lado de Rubi e os dois conversam.

Fred

O que me deixa mais desconfortável é que não nos vimos depois do dia em que fomos à Ilha Paraíso.

E se nesse tempo esse otário se reaproximou dela e a convenceu a voltar para ele, estremeço só de pensar nisso.

A verdade é que a única mulher que tem o poder de quebrar meu coração é ela, ela é a única que sempre me teve por inteiro.

Franzo o cenho, pois só pode ser o otário de p*u pequeno do ex namorado dela, mas não faço ideia do porquê está aqui.

Não sei até que ponto meus tios conviveram com ele, afinal elas estavam no país e vinham visitar a família com mais frequência que Noah e eu.

Olho para tia Liz e ela me entende só com o olhar e levanta as mãos em rendição e vem até mim.

— Ele é o ex?

— É. — minha tia diz e franze o cenho.

— E o que ele está fazendo aqui?

— Ele gosta muito das meninas e as meninas dele, já que sempre veio nos visitar junto com ela e as meninas sempre o convidam para o aniversário delas. E em nossa defesa ninguém sabia que ele era ex, Rubi não disse que eles haviam terminado.

— Não?

— Não, por isso as meninas o convidaram e ele também não falou que eles haviam terminado. Eu até falei para elas não convidarem, já que você está aqui, mas segundo elas não haveria problema já que vocês são adultos.

— Esse cara é um otário, tia, não sabe valorizar essa mulher incrível que ela é.

— Eles sempre pareceram muito apaixonados, parecia estar tudo bem entre eles. — dou de ombros e suspiro.

— Bom, isso não me diz respeito, se ela quer ficar com ele, não posso fazer nada pra impedir. — digo e nessa hora ela olha para mim e eu viro minhas costas e começo a sair.

Ayla

— Davi?! — Ayla me chama.

— Oi linda. — digo a abraçando e deixando um beijo em sua testa.

— Já está indo?

— Já meu anjo. — ela parece mesmo um anjo de tão linda.

— Porquê? — ela pergunta e eu olho para Rubi e o otário.

— Por causa deles? — ela pergunta olhando também.

— É…

— Não vai não, a bisa fez bolo de chocolate. — sorrio para ela.

— Gostou do seu presente? — pergunto tentando mudar de assunto

— Gostei muito, obrigada. — ela diz.

— Que bom que gostou meu anjo.

— Rubi não está mais com Fred.

— Eu sei.

— Eu não sabia, ela não contou e nem ele. Fred sempre veio para os nossos aniversários depois que ele e Rubi começaram a namorar.

— Está tudo bem meu anjo, não precisa se explicar é seu aniversário e você convida quem quiser.

— Eu jamais vou preferir outra pessoa a você que é da minha família. — ela sorri.

— Obrigado princesa. — digo acariciando a bochecha dela e Rubi olha séria.

Ela que nem venha ter ciúmes de Ayla, pois não há nenhum cabimento e nenhuma segunda intenção, é só carinho, amo essas meninas como amo minhas irmãs. Todos eles gostam muito de mim, porque eu sempre fui o primo legal que brincava com eles e cuidava também, por isso os mais novos são tão apegados a mim.

— Vem… Você tem que ficar! Por mim, por favor?! Faz tempo que não participa de um aniversário meu.

— Eu vou ficar meu anjo. — digo e ela sorri e me abraça.

Noah e Safira estão numa conversa baixa e muito animada, meu irmão encontrou uma que é páreo para ele, aliás acho que ela é ainda pior que ele e é justamente ela que vai pôr a coleira nele.

Pego uma cerveja e sento um pouco afastado das pessoas e do barulho.

— Tudo bem meu amor? — minha mãe pergunta sentando ao meu lado.

— Tudo sim.

— É feito mentir para a mãe. — respiro fundo e ela acaricia meu cabelo. — Rubi, não é?

— A senhora sempre sabe de tudo.

— Não sei de tudo, mas conheço minhas crias e sei bem quando um de vocês não está bem e quase sempre sei os motivos e o seu é aquela loirinha ali conversando com aquele loiro.

— Achei que estávamos nos encaminhando para ter algo, mas acho que ela prefere ele.

— Eu acho que não meu amor, acho que ela está ali mais por educação do que por outra coisa. Porque não foi falar com ela?

— Eu não vou mamãe, não vou interferir em nada.

— Não quero te ver triste por causa de nada e nem de ninguém meu filho.

— Vai ficar tudo bem mamãe, isso tudo é culpa minha, eu que terminei com ela quando fui embora.

— E a Mia?

— Ela está melhor, falei com o pai dela, mas ele não me deixou falar com ela, ela está fazendo terapia. E isso me faz sentir muito culpado, magoei duas pessoas, mamãe… — respiro fundo. — Primeiro a Rubi e depois a Mia… Eu acho que vou me mudar mamãe.

— Para onde filho?

— Não sei mamãe, para outra cidade, onde tenha alguma unidade do escritório, posso trabalhar de qualquer lugar.

— Filho… você já passou um tempo morando longe da família, eu não queria que fosse, mas se isso for te fazer bem, tudo bem meu amor, eu te apoio.

— Eu sei mamãe, a senhora é a melhor.

— Eu sei que sou. — ela diz dando de ombros e eu sorri a abraçando e deixando um beijo em sua testa.

— E muito convencida também.

— Sou só um pouco, mas tenho plena certeza que sou uma boa mãe para vocês.

— E eu? Ninguém inclui o pai nisso? — meu pai diz se aproximando com uma mão no bolso e segurando um whisky na outra.

— Lá vem o ciumento! — minha mãe diz revirando os olhos e meu pai sorri e eu sorrio também.

— Essas loiras têm o poder de massacrar nosso coração. — minha mãe revira os olhos.

— E vocês morenos tem um grande poder de fazer escolhas erradas… — minha mãe diz para o meu pai e ele estreita os olhos.

— Mamãe! Isso me atinge…

— Não é com você meu amorzinho. — ela diz dando um beijo na minha bochecha.

— Fiz algumas escolhas erradas sim, minha melhor escolha foi você minha vida. — ele diz olhando para mim mãe e ela sorri.

Esses dois sempre foram assim, uma das relações mais bonitas que já vi na vida.

Saio de perto deles e os deixo lá trocando flertes.

— Tio? — minha sobrinha Annalu, filha da minha Laura, me chama.

— Oi, minha bonequinha.

— O senhor pode dizer pro Miguel e pro Rafael pararem de me excluir da brincadeira, afinal eles são meus irmãos gêmeos.

— E do que estão brincando?

— De bandeirinha, mas eles preferem brincar só com os meninos.

— Já falou pra sua mãe, meu amor?

— Não, eles acabaram de me tirar da brincadeira e o senhor é o primeiro adulto que vi.

— Ok, vamos lá.

Annalu segura a minha mãe e me leva até onde estão os bonitinhos brincando.

Gael, Miguel, Rafael, Henrique, Lucca e mais alguns meninos estão brincando, só há meninos aqui.

Não sei como falar para a minha sobrinha que ela não deve brincar só com meninos, mesmo que cinco deles sejam da sua família, sem soar machista, pois tudo que quero nessa vida é que essas meninas entendam que eles podem tudo e que o lugar delas é onde elas quiserem, mas com explicar para uma criança de 9 anos que ela não deve brincar com meninos sem deixar esse preconceito instalado em sua cabecinha.

Cadê minha irmã quando preciso dela!

Olho para o lado e as meninas da festa estão brincando com bonecas e maquiagens.

— Não gosta de bonecas e maquiagens? — pergunto.

— Gosto, mas não muito, prefiro correr, não gosto de ficar parada.

— Meu amor, eu quero lhe dizer que você pode fazer tudo, que você pode estar e fazer o quiser, mas no momento não é adequado que brinque com os meninos, porque você pode se machucar ou algo do tipo.

— AFF! O senhor pensa igual a eles! Todos os meninos são iguais, não importa a idade! — ela solta a minha mão e sai pisando duro.

E eu sorrio com a cena, minha irmã e meu cunhado vão ter trabalho para domar essa ferinha.

— Vocês não devem excluir a irmã de vocês das brincadeiras, Gael você é o irmão mais velho, tem que cuidar da sua irmã, e vocês dois são gêmeos dela. — digo para Miguel e Rafael. — E vocês dois são primos dela, como irmãos também. — digo para Henrique e Lucca.

— Tio a Anna é dramática, por tudo faz drama. — Miguel diz. — E a mãe sempre obriga a gente a brincar com ela.

— Isso não deveria ser obrigação. — digo.

— Ela tem que ficar com as outras meninas e brincar brincadeiras de menina.

— Não existe isso, as meninas podem brincar do que elas quiserem, assim como vocês, só tentem incluir mais a irmã e prima de vocês nas brincadeiras, cuidem dela. — digo e Miguel bufa.

Me afasto deles e vejo que Rubi está me observando, mas não fala nada e eu também não falo, passo reto por ela e vou me juntar aos meus primos para jogar conversa fora.

Sei que errei com ela ao ir embora, mas já deixei claro para ela sobre meus sentimentos e a decisão é dela, não vou correr atrás dela, apesar de querer muito fazer isso, mas ninguém deve se humilhar pela atenção de ninguém, por mais que ame a pessoa.

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Comments

Charlotte Peson

Charlotte Peson

Não amei nada !
O que esse filhote de cão está fazendo aí ?
O que essa lesa da Rubi está querendo?
O Cara só pode estar chantageando ?
Eu achei a atitude da Rubi muito otaria !
Espero que o Davi der ooo gelo nela !
Pronto eu estava na expectativa aí me surge esse cara de lindo 🤩 13 cm não dá!

2025-03-12

14

Charlotte Peson

Charlotte Peson

Davi é carinhoso mesmo, todos os homens dessa família são assim mesmo, acredito que esse carinho dele e nada intencional.

2025-03-12

4

Lelê

Lelê

Gente esse loiro é lindo demais né! Mas depois de saber do pau pequeno , não dá mais kkkk

2025-03-27

1

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