BRAD
Há seis meses recebi uma ligação do Conselho Tutelar, a minha ex esposa morreu em um procedimento estético. Foi fazer uma lipoaspiração que deu muito errado e ela veio a óbito. Voei para Miami, para ficar com a minha filha. Eu vinha vê-la a cada três meses, mas ela já não era a garotinha que sempre me esperava na janela, quando eu chegava em casa.
Eu não pretendia voltar ao Congo, a minha filha precisava de mim. Então a levei para o meu apartamento e tentei conviver com ela, mas ela é uma garota de onze anos, ela lembra a minha ex esposa em tudo. Só se importa com a beleza e maltrata os empregados, a peguei várias vezes, humilhando as empregadas. Não respeita ninguém, nem professores, amigos, ou a mim mesmo.
Tentei de todas as formas, achava que ela estava assim por causa da morte da mãe, procurei tratamento psicológico e fiquei estarrecido com os vídeos das seções com a terapeuta. Ela ignorou a terapeuta por um tempo, depois resolver mentir e dizer que foi abusada sexualmente por todos os namorados da mãe. Eu acreditei nela, pois ela até chorava nas seções, fiquei revoltado, queria sair e acabar com esse cara. Mas a terapeuta me mostrou a verdade, chamou a minha atenção para o fato de não ter lágrimas, quando ela levantava o rosto para ver a reação da terapeuta, e ela não conseguia dar detalhes do suposto abuso. Claro que não sabe os detalhes, ela ouviu falar sobre uma criança abusada pelo namorado da mãe e inventou essa. Mesmo quando a terapeuta falava sobre a mãe dela, ela não chorava, chegamos a conclusão, que não foi a morte da mãe que causou isso. E sim o fato da mãe a deixar com as babás e eu longe, ela cresceu sem valores, sem amor, sem ninguém para corrigir os seus erros. Adora chamar a atenção, então apronta para receber atenção.
Dei todo o meu carinho e atenção à ela, tentando ensinar alguma coisa, não adiantou, ela continuava aprontando, comecei a corrigir com castigo, sem TV, sem videogame e sem celular. Na sua escola estuda uma menina carente que ganhou bolsa, e ela adora humilhar a garota. Fui chamado diversas vezes na escola, ela aprontou de tudo com essa garota. Conversei com ela sobre a minha infância pobre, as palavras que ela disse ainda tem o poder de me machucar.
Allyson _ Eu sei que você era um pobretão que se casou com a minha mãe pelo dinheiro dela. Maldita hora que você a conheceu! Se não fosse isso, eu nunca teria nascido. O que seria melhor para todos, já que nunca me quiseram! Sempre fui deixada de lado!
E pela primeira vez a vi chorar de verdade. Trancou-se no quarto e só saiu de lá na manhã seguinte.
Brad_ Está mais calma querida?
Allyson _ Eu não sou sua querida!
Brad_ Claro que é! Eu te amo filha!
Allyson _ Não ama, se me amasse teria me levado com você!
Brad_ A sua mãe tinha a sua guarda. Eu não poderia te tirar dela.
Allyson _ Você pode me levar para a escola, para fingir que é um bom pai, ou prefere que eu vá com o motorista? Eu prefiro ir com o motorista da minha mãe, o carro é melhor do que o seu.
Fico pensando e não sei o que fazer com essa garota. A deixo na escola e vou ao hospital para uma reunião com o CEO, que deixei na presidência. Ele me prestou conta de tudo e está tudo certo com o hospital, mesmo o hospital ter ficado só para mim, ainda assim divido tudo em três partes e mando para a conta das minhas irmãs. Pelo menos, comigo longe, elas se acalmaram um pouco.
Almoço com um amigo do tempo de residência, quando estamos saindo do restaurante o meu telefone toca e já até conheço o número da escola. Atendo e a diretora pede a minha presença imediatamente na escola. Assim que chego, vejo até um carro de polícia na porta, apavoro-me e entro correndo. Ela está sentada na porta da sala da diretora com um sorriso de escárnio, quando me vê, faz cara de preocupada.
Brad_ O que aprontou agora ?
Allyson _ Eu só fiz a coisa certa papai. Vi o professor de educação física abusando de uma aluna e delatei.
Brad_ A essa altura eu já conheço você, e vou ouvir todos os lados primeiro.
Entro na sala, onde o professor já está algemado, com um policial ao lado.
Professor _ Pode perguntar a Cassie, se toquei nela inapropriadamente! A Allyson está mentindo.
Diretora_ O pai dela chegou, pode contar o que aconteceu.
Professor _ Eu peguei a Allyson humilhando a Cassie, como sempre, desta vez por causa da roupa da Cassie, pois a sua camiseta estava com um furo e a Allyson viu e chamou a atenção do resto da turma falando um monte de maldades e todos riram da garota. Dei uma bronca nela e fui atrás da Cassie que estava chorando, atrás da arquibancada do ginásio, me sentei no chão ao seu lado e conversei com ela, que apoiou a cabeça no meu ombro chorando. As minhas mãos nem saíram de cima dos meus joelhos onde estavam apoiadas. Conversem com a Cassie.
Diretora_ Ela está dando o seu depoimento para uma policial feminina na outra sala, vamos olhar nas câmeras.
E pelas câmeras vimos a menina chorando e contando a policial todos os absurdos que a minha filha fez com ela, e confirmar a versão do professor.
Brad_ Eu desconfiei que ela estava mentindo, pelo sorriso de escárnio em seu rosto quando eu cheguei, não sei mais o que fazer com essa menina, desde que a mãe morreu, ela está descontrolada.
Professor _ Desculpe, mas ela já está assim há algum tempo!
Brad_ Eu peço desculpas em nome dela, e vou chamá-la para que ela peça desculpas também.
Eu a chamo e ela entra na sala de cabeça erguida como se não fosse culpada de nada.
Fica brava quando descobre que a sua mentira foi descoberta. A diretora lhe dá uma suspensão de uma semana. Faço com que se desculpe com o professor, o que ela faz a contragosto. Enquanto ela pega as suas coisas eu vou falar com a outra menina, combino algumas coisas com a mãe dela, me desculpo e vou embora.
Ela passou a semana toda praticamente no quarto, só saia para as refeições, sem TV, sem celular e sem Internet.
No dia de voltar às aulas, uma surpresa lhe aguarda. Ouço o seu grito quando acorda e vê o seu guarda roupa somente com as roupas da Cassie.
Allyson _ O que é isso? O que essas roupas fazem no meu armário? E onde estão as minhas roupas?
Brad_ Eu dei as suas roupas para a Cassie, como você chamou a atenção de todos pelas roupas dela, nada mais justo do que você, que tem mais, doar para quem não tem!
Allyson _ Você não pode fazer isso comigo!
Brad_ Não só posso, como fiz, vista essa roupa e vamos para a escola.
Depois de muito show ela finalmente obedece.
Allyson _ Não precisa me levar! Vou com o motorista.
Brad_ Eu o dispensei semana passada, não precisamos mais dele.
Allyson _ Eu odeio esse seu carro de pobre!
Brad_ Também não precisa se preocupar, nós não vamos nele. Vamos de ônibus, hoje você vai conhecer a vida de pobre, bem de pertinho.
E assim fizemos por uma semana, na qual ela parou de falar comigo. Quando eu achei que ela tinha aprendido a lição, sou chamado na escola novamente, dessa vez ela bateu na Cassie e arrancou a sua roupa do corpo da menina. Foi expulsa da escola. Vamos para casa e dessa vez eu não disse uma palavra. Arrumei tudo, comprei as passagens, comprei algumas roupas bem simples para ela e fiz a sua mala.
Allyson _ Eu não posso viajar com essas roupas!
Brad_ Para o local onde vamos, essas roupas são consideradas, chique, não se preocupe!
E assim chegamos no Congo, há três meses, eu estou de volta a minha missão, esperando que um choque de realidade, mostre a minha filha como é a vida de quem não tem absolutamente nada.
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Atualizado até capítulo 92
Comments
Raquel Martins
Ele é um pai justo
2025-05-25
1
Cleidilene Silva
gostei da atitude do Brad,se todos pais fizessem isso .
2025-05-09
3
Maria Do Socorro Bezerra
Brad sabe educar, impor limites, vibrei com cada atitude dele, se todos os pais agissem assim teríamos muito menos delinquentes nas escolas.
2025-04-10
2