No Ônibus

Capítulo 6

Elay continua pálida.

Humberto se afasta um pouco de Elay ao ver Carlos falando com os seguranças.

Carlos, soltem a filha dele.

Carlos diz que Isadora não é louca e que ela não está fazendo nenhuma resistência para que eles a prendam.

Isadora responde: "Claro que não estou fazendo resistência, papai. Eles são meus empregados, trabalham para mim e estão me protegendo."

Humberto diz que é visível que ela não está bem e pede para a segurança levar Isadora para o hospício.

Carlos fala: "Se você mandar minha filha para o hospício..."

"Faço todos esses sócios e investidores irem para a outra construtora e essa empresa vai à falência, estou lhe avisando."

Hibert, vendo a confusão entre Humberto e Carlos, pede desculpas e solicita que os sócios e investidores vão embora, prometendo remarcar a reunião depois.

Ele volta para Carlos e Humberto.

"Hibert, cavalheiros, contenham-se."

Hibert continua e diz a Carlos: "Olha, Humberto não vai fazer isso com Isadora. A conhecemos desde pequena, mas realmente acho que você tem que levá-la e conversar com ela, pois o que ela fez aqui é realmente algo que não se faz."

"Humberto, isso é coisa de maluca! Olha, minha secretária está sem cor, passando mal."

Carlos, entendo que minha filha se excedeu.

Humberto, se exceder e apontar uma arma para alguém, mesmo que seja de brinquedo, é se exceder, é coisa de maluca.

Hibert fala para Humberto: "Por favor, filho, deixa eu resolver essa situação."

Humberto, tudo bem, estou muito nervoso, vou acabar fazendo besteira.

Humberto diz: "Mas Carlos, vou ser bem sincero: se Isadora voltar e me perturbar ou perturbar qualquer outra pessoa próxima a mim, vou mandá-la para o hospício sem conversar."

Humberto fala para os seguranças levarem ela para o carro do senhor Carlos e ficarem de olho nela.

Isadora foi falando enquanto os seguranças a levavam. Amor, você ficou bravo, era só um cigarrinho para relaxar. Amor, olha, eu te amo.

Humberto falou que ela era uma mulher irritante.

Carlos ia falar, mas Hibert disse: "Meu amigo, meu filho está de cabeça quente com tudo que aconteceu."

Humberto ficou procurando Elay.

Hélio, enquanto estava acontecendo aquela confusão, levou Elay para beber água, pois viu que ela estava se tremendo. Eles chegaram ao bebedouro.

Hélio falou: "Elay, você está bem?"

Elay respondeu: "Me dá um beliscão."

Hélio: "Que isso, Elay? Como eu posso fazer isso com você?"

Elay: "É sério, Hélio, eu ainda não estou acreditando que estou viva. Minhas pernas estão se movendo sem eu comandá-las. Acho que morri, e tudo aqui é uma ilusão."

Hélio riu: "Você está em choque."

Humberto fez cara feia ao ver Elay e Hélio novamente conversando.

Humberto foi na direção deles e perguntou mais uma vez: "Elay, como você está?"

Elay: "Não, estou acreditando que estou viva ainda."

Humberto: "Se você quiser, pode ir para casa."

Elay: "Eu bem diria que iria ficar, mas não estou bem. Pode ser que eu dê recados errados depois do susto."

Humberto: "Tudo bem, Elay, pode ir pra casa. Ou melhor, essa situação toda foi culpa minha, então vou te levar." (Humberto pensou: depois dessa loucura toda, um tempinho a sós com Elay me faria muito bem.)

Elay respondeu: "Ok, então. Em circunstâncias normais, não aceitaria essa carona, mas nesse caso vou aceitar, pois é bem capaz de eu pegar o ônibus errado depois desse tremendo susto."

Hélio, eu vou com vocês.

Humberto fez cara feia para Hélio, que nem se deu conta, já foi na frente com Elay para o estacionamento. Ele foi com o braço no ombro de Elay. Ainda falou para Elay ficar calma, que meu irmão vai resolver uma coisa rápida, mas que vai voltar para nos levar.

Humberto pensou: "Acho que Isadora e Hélio estão querendo testar o limite da minha sanidade hoje."

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