(devianart AI + Leo concept Edit)
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Aery sentou-se no chão com um sorriso satisfeito, observando as frutas coloridas dentro do balde que haviam recebido do troll.
Seus olhos brilhavam com a mesma intensidade das pequenas frutas vermelhas, e, sem hesitar, ela pegou uma e levou à boca.
O sabor doce e levemente ácido a fez soltar um pequeno suspiro de prazer.
— Hmm! Isso é bom!
Ela olhou para Leo, que permanecia de braços cruzados, observando-a com sua expressão habitual de ceticismo.
Aery pegou outra fruta e a estendeu para ele.
— Você devia experimentar.
Leo arqueou uma sobrancelha, analisando a oferta como se ela estivesse tentando envenená-lo.
— Você sabe que isso pode ser venenoso, certo?
Aery revirou os olhos e deu um sorriso travesso.
— Oh, Leo, sempre tão dramático. Eu já comi uma! Veja, ainda estou viva!
— Até quando, não sabemos.
— Pare de ser tão desconfiado! Aqui. — Ela estendeu a fruta mais perto do rosto dele.
Leo suspirou, mas, para sua surpresa, em vez de pegá-la com a mão, ele inclinou-se ligeiramente e a tomou direto dos dedos dela, seus lábios roçando de leve contra sua pele no processo.
Aery ficou imóvel por um instante, surpresa pelo gesto inusitadamente íntimo. Seu coração deu um salto involuntário, mas Leo agiu como se nada tivesse acontecido.
Ele mordeu a fruta, mastigando lentamente.
— É doce. — admitiu, depois de um momento.
— Eu disse! — Aery bateu palmas, animada, tentando ignorar a forma como sua pele ainda formigava onde ele a tocou.
Leo pegou outra fruta do balde sem dizer nada, e Aery sorriu.
Mesmo com toda sua resistência e ceticismo, ele acabava cedendo para ela de uma forma ou de outra.
Depois de limparem o acampamento, continuaram a jornada pela trilha, com Aery carregando o balde de frutas com entusiasmo.
— Você acha que devíamos guardar algumas dessas para trocar por suprimentos na próxima aldeia? — perguntou, equilibrando o balde na cintura.
— Talvez. Ou podíamos não arriscar comer algo que um troll nos deu.
Aery revirou os olhos e riu
— Ainda com isso?
O caminho serpenteava por um vale coberto de flores silvestres, e Aery não resistiu a se abaixar para colher algumas.
Leo caminhava alguns passos atrás, observando-a. Ele se perguntou, não pela primeira vez, como alguém como ela podia existir no mesmo mundo que ele.
Tão vibrante, tão diferente... e, no entanto, ali, ao lado dele.
— Você já pensou... — Aery começou, virando-se para ele. — ...no que vai fazer quando essa "parceria temporária" terminar?
Leo arqueou uma sobrancelha.
— Você está dizendo que quer se livrar de mim, branquinha?
Aery parou no meio do caminho e fingiu uma expressão de indignação.
— Claro que não! Mas, sabe... uma hora você vai querer voltar para Ark, e eu... bom, ainda não sei onde vou parar.
Por um momento, Leo não respondeu.
Ele desviou o olhar para o horizonte, o maxilar tenso.
— Ainda temos muito chão pela frente. Não precisa pensar nisso agora.
Aery sorriu, um sorriso pequeno, mas genuíno.
— Você está certo. Ainda temos muito chão.
Seguiram adiante, sem perceber que, de alguma forma, a ideia de "muito chão" agora parecia algo mais reconfortante do que antes.
A trilha os levou até uma ravina estreita, onde pedras cobertas de musgo formavam um caminho irregular para atravessá-la. O som de um riacho abaixo ecoava suavemente entre as rochas.
— Acho que consigo pular daqui até ali. — Aery apontou para uma pedra maior no meio da passagem.
Leo imediatamente estendeu a mão para detê-la.
— Não. As pedras estão escorregadias. Você vai cair. De novo.
Aery fez uma careta, cruzando os braços.
— Você precisa relaxar mais, Leo. Eu já fiz isso antes!
Antes que ele pudesse argumentar, ela deu um pequeno salto para a primeira pedra.
O que ela não esperava era que a pedra estivesse solta. Assim que pousou, sentiu o chão se deslocar sob seus pés.
— Aery! — Leo rosnou, avançando em um instante.
Ela perdeu o equilíbrio, os braços se agitando no ar, mas antes que pudesse cair, mãos fortes agarraram sua cintura e a puxaram bruscamente para trás.
O impacto os fez tropeçar juntos para trás, e, antes que percebesse, Aery estava pressionada contra o peito de Leo, seus corpos colados, o calor dele contrastando com o frescor da brisa.
Os olhos dela se arregalaram, e seu coração disparou. Leo a segurava firme, como se não pretendesse soltá-la tão cedo.
— Eu... eu acho que essa pedra era mais traiçoeira do que parecia. — Aery murmurou, tentando rir, mas sua voz saiu baixa, hesitante.
Leo não respondeu de imediato.
Ele estava perto demais.
Perto o suficiente para sentir o cheiro doce dos cabelos dela, para notar os pequenos detalhes de seu rosto que normalmente passariam despercebidos.
— Você acha? — Ele finalmente respondeu, seu tom rouco e baixo.
Os olhos dela brilharam, fixos nos dele. O ar entre eles parecia eletrificado.
— Da próxima vez, ouça antes de agir, branquinha. — Leo cruzou os braços, tentando esconder qualquer resquício de vulnerabilidade na própria voz.
Aery sorriu, o rosto ainda ligeiramente corado.
A leveza voltava aos poucos, mas algo na forma como seus olhos o observavam dizia que ela também não esqueceria tão cedo.
— Você me salvou de novo. Acho que estou devendo outra coroa de flores para você.
Leo soltou um suspiro, balançando a cabeça, mas não pôde evitar um pequeno sorriso ao vê-la se recompor.
— Apenas tente não cair no próximo riacho, está bem?
— Prometo! — Ela respondeu alegremente, como se o momento tenso nunca tivesse acontecido.
Mas talvez Leo quisesse que ela caísse, para segura-la de novo.
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Aery caminhava ao lado de Leo, frustrada com suas inúmeras tentativas falhas de fazê-lo rir. Mas ela não era de desistir fácil.
E, naquele momento, uma ideia brilhante iluminou seus olhos.
Ela parou no meio da trilha, girando nos calcanhares para encará-lo com um sorriso travesso.
— Já sei o que vai te fazer rir.
Leo cruzou os braços, cético.
— Duvido.
— Aposta quanto?
Ele arqueou uma sobrancelha.
— O que você quer?
Aery sorriu ainda mais.
— Se eu te fizer rir, você tem que admitir que eu sou sua pessoa favorita no mundo.
Leo bufou, descrente.
— E se você falhar?
— Eu admito que você é a minha pessoa favorita no mundo.
Ele estreitou os olhos.
— Isso não parece uma punição para você.
Aery deu de ombros.
— Porque eu sei que vou ganhar.
Leo suspirou.
— Faça o seu pior, branquinha.
E Aery, determinada, fez exatamente isso.
Ela começou com o básico.
— Por que os magos não jogam cartas?
Leo permaneceu impassível.
— Porque sempre perdem a paciência.
Silêncio absoluto.
Aery forçou uma risadinha sozinha, mas nada.
— Tá, ok, próxima. O que um esqueleto disse para o outro quando viu um fantasma?
— Aery...
— “Parece que você morreu de novo, hein?”
Nada.
Aery franziu o cenho, indignada.
— Nossa, Leo, sério? Você é feito de pedra?
— Pedra não tem você pra encher o saco.
Aery revirou os olhos.
Ela subiu numa pedra e fez uma pose exagerada.
— Povo da floresta! Vejam este ser mal-humorado! Ele nunca ri, nunca se diverte! Vive de cara fechada! Eu me pergunto... será que ele sequer tem um coração?!
Leo a observou, sem reação.
Aery caiu de joelhos na pedra, colocando a mão no peito dramaticamente.
— Pobrezinho... Sua alma foi consumida pela escuridão. O que houve, jovem guerreiro? A infância difícil te deixou assim?
Leo estreitou os olhos.
— Quer descobrir por experiência própria?
Aery pulou da pedra rapidamente.
— Certo, próxima ideia.
Ela se aproximou de Leo, semicerrando os olhos com um sorriso malicioso.
— Talvez... eu devesse tentar uma abordagem diferente.
Ele ergueu uma sobrancelha.
— Tipo?
Aery inclinou a cabeça para o lado, estudando-o.
— Eu poderia fazer cócegas em você.
Leo franziu a testa.
— Se você tentar, eu quebro seus dedos.
— Nossa, que simpático.
— Você pediu.
Aery cruzou os braços, frustrada.
— Ok, ok... Vou ter que apelar.
Aery cruzou os braços, já sem ideias. Leo era um desafio impossível. Mas, então, um pensamento surgiu.
Se piadas bobas não funcionavam… talvez ela devesse jogar no próprio campo dele.
Ela pigarreou e, com um tom casual, perguntou:
— Leo, você sabe qual é a parte mais difícil de comer um órfão?
Ele lançou um olhar desconfiado para ela.
— Qual?
Aery manteve a expressão séria, mas por dentro, estava se segurando.
— Saber onde colocar o resto do corpo.
O silêncio que veio depois foi quase cômico.
Leo piscou lentamente.
Então, para surpresa de Aery, ele soltou um som rouco… e riu.
Baixo, grave, mas inconfundível. Um riso de verdade.
Aery arregalou os olhos, completamente pasma.
— VOCÊ RIU!
Leo imediatamente fechou a cara de novo.
— Não ri.
— Riu sim! Eu ouvi!
— Foi um espasmo.
Aery apontou para ele, incrédula.
— Um espasmo?! Desde quando você tem espasmos de risada?
Leo bufou, cruzando os braços.
— Foi um golpe sujo.
Aery sorriu vitoriosa.
— Não tem nada sujo nisso, eu só conheço meu público.
Leo passou a mão pelo rosto, como se tentasse apagar o momento.
— Nunca mais.
— Já ouviu falar que depois da primeira vez fica mais fácil? Aposto que consigo de novo.
Leo apenas a encarou.
— Tenta.
Mas Aery já tinha vencido.
⋅⋆⭑✧⭑⋆⋅
O dia seguia tranquilo enquanto caminhavam por uma trilha cercada por árvores densas. O sol mal conseguia atravessar a copa das folhas, lançando sombras escuras pelo chão da floresta.
Leo franziu a testa, os sentidos aguçados captando algo incomum.
— Alguma coisa está errada. — Murmurou, levando a mão até o cabo da espada nas costas.
Aery, que caminhava alguns passos à frente, parou e olhou ao redor.
— O que foi? Eu não sinto nada...
— Exatamente. — O tom dele ficou mais grave. — Está quieto demais. Nem os pássaros estão cantando.
E então, um rugido cortou o ar.
Das sombras entre as árvores, formas bestiais emergiram. Criaturas com corpos deformados, olhos brilhando em vermelho e bocas repletas de presas afiadas.
Eram lobos — ou o que um dia foram. A corrupção os retorcia em formas anormais, tornando-os mais rápidos e letais.
Leo sacou sua espada em um movimento fluido.
— Aery, atrás de mim!
— Nem pensar! — Ela rebateu, os olhos brilhando com determinação enquanto levantava as mãos.
Uma luz azulada dançou em seus dedos, e palavras de poder fluíram de seus lábios.
No instante em que um dos lobos saltou em sua direção, ela lançou uma esfera gélida contra ele.
O impacto congelou a criatura no ar, aprisionando-a em uma espiral de gelo antes que pudesse tocar o chão.
Leo já estava em movimento. A espada cortou o ar, abrindo um arco ao partir um dos monstros ao meio.
Outro tentou atacá-lo pelo flanco, mas ele desviou com um giro, enterrando a lâmina no peito da criatura antes de chutá-la para longe.
— Atrás de você! — Aery gritou.
Leo virou no último segundo, vendo dois lobos se lançarem sobre ele. O solo brilhou quando Aery conjurou um círculo mágico, e chamas surgiram ao redor dos inimigos, fazendo-os recuar com uivos agudos.
Ele sorriu de lado.
— Nada mal, branquinha.
Ela ergueu o queixo, satisfeita.
Mas então, um terceiro lobo, maior, saltou das sombras, mirando em Aery. Seus olhos vermelhos brilhavam como brasas.
Rápido demais para que ela conjurasse outro feitiço a tempo.
Aery arregalou os olhos.
Leo não hesitou.
Uma sombra negra saiu de seus dedos antes mesmo que pudesse pensar.
A magia tomou forma — uma garra espectral que agarrou o lobo no ar. Com um estalo seco, a criatura foi esmagada e arremessada contra uma árvore.
O silêncio durou apenas um segundo.
— O que foi isso? — Aery perguntou, surpresa.
Leo fechou a mão, dissipando os resquícios negros que ainda serpenteavam em seus dedos.
— Conversamos depois.
A luta continuou. Aery e Leo se moviam em sintonia, como se tivessem treinado juntos por anos.
Quando Aery congelava um inimigo, Leo o destruía com um golpe só. Quando Leo criava uma abertura com a espada, Aery lançava um feitiço devastador.
E então, finalmente, o último lobo caiu.
O silêncio voltou à floresta — mas desta vez era uma paz conquistada.
Aery se apoiou em um tronco, ofegante, mas com um sorriso triunfante.
— Acho que fizemos uma boa equipe.
Leo limpou a lâmina da espada e deu de ombros.
— Você é melhor do que eu pensava.
Ela sorriu, mas logo ficou séria, observando-o.
— Aquela magia... era magia negra, não era?
Leo ficou em silêncio por um momento.q Seus olhos dourados baixaram para a mão, onde sombras escuras ainda se dissipavam lentamente.
— Sim.
Aery inclinou a cabeça, estudando-o.
— Não parecia algo maligno.
Leo cruzou os braços, parecendo incomodado. E Aery percebeu.
— Magia é uma ferramenta. O que importa é como você a usa.
Ela assentiu, pensativa.
— Bom... já que somos uma boa dupla, acho que você pode me ensinar a usar sua "ferramenta" algum dia.
Ele soltou uma risada curta.
— Não conte com isso, branquinha.
Seguiram em frente, sem perceber que algo na dinâmica entre eles havia mudado.
Depois de alguns minutos caminhando, Aery parou de repente e se virou para ele.
— Espere um pouco... E se as carcaças daqueles lobos tiverem algo de útil?
Leo arqueou uma sobrancelha.
— Você quer voltar para mexer em monstros corrompidos por magia negra?
— Sim! — Ela sorriu animada. — Quem sabe? Talvez os dentes deles sejam fortes o suficiente para virar armas, ou as peles possam ser usadas para algo!
Ele passou a mão pelos cabelos negros, exasperado.
— Branquinha, são lobos corrompidos. A carne apodrece em minutos. E tudo o que sobrar provavelmente estará impregnado de magia negra.
Aery hesitou por um momento, mas sua curiosidade logo venceu.
— Talvez não. Talvez as garras sejam puras ou...
— Ou você vai tocar alguma coisa que vai te envenenar e me obrigar a carregar você pela floresta até encontrar um curandeiro.
Ela bufou.
— Você não tem nem um pouquinho de espírito aventureiro, sabia?
— Tenho o suficiente para não mexer com magia negra desnecessariamente.
Mas ele percebeu que ela não ia desistir tão fácil.
— Tudo bem, branquinha. Voltamos lá. Mas só para você ver que é uma ideia idiota.
— Ótimo! — Ela sorriu, satisfeita.
Quando voltaram ao local da batalha, Aery imediatamente começou a inspecionar as carcaças. Leo, espada em punho, ficou ao lado dela, atento.
— Veja isso! — Aery segurava uma garra. — É afiada... e resistente.
— Cuidado.
Mas, para sua sorte, nada aconteceu. Logo encontrou outra garra, igualmente impressionante.
— Acho que isso pode virar uma arma ou um amuleto!
Leo revirou os olhos, se agachando e pegando o restante antes que acontecesse algo.
— Você realmente não tem medo de nada, tem?
— Não quando tenho você por perto para me salvar. — Ela piscou para ele.
Leo suspirou.
— Vamos logo antes que mais lobos — ou coisa pior — apareçam.
Com as garras guardadas, seguiram em frente. Aery pensava em como usá-las. Leo, por outro lado, só conseguia pensar em como ela conseguia ser tão destemida — ou talvez só teimosa demais para se importar.
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Atualizado até capítulo 45
Comments
Aline C
meu deus kakakakakak
2025-03-25
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