03. Nova jornada

Após o encontro com Elisa, que se mostrou ser uma mulher incrível mesmo tendo a mesma idade que ela. Maya foi levada por Max até a academia militar de Bryon; local onde eram treinados os soldados que serviam o principado e os soldados de elite da aliança. Bryon era o único país da aliança mundial que tinha posse do grupo de execução; esse grupo era liderado por Max e era ligado diretamente aos conselheiros da aliança.

Quando Max estacionou o veículo, Maya pode notar que em nada a construção lembrava um complexo de treinamento militar. Os uniformes usados pelos soldados eram todos brancos e muito bem elaborados; o ar de educação e cortesia era visto de longe, além da diversidade de etnias que havia ali:

— Imagino que esteja confusa vendo esse local. — Max falou ao ajudá-la a desembarcar do veículo.

— É um pouco diferente dos complexos da aliança que estive. — Maya respondeu ao segurar a mão dele para sair do veículo.

— Isso porque aqui também é treinado a guarda real. Preferimos dar o mesmo treinamento dos soldados da aliança para a guarda real, a única diferença no treinamento é para aquele que se juntam ao pelotão de execução. Esses soldados escolhidos são enviados a outra base para treino mais assertivo.

— E o campo de voo?

— Fica nos limites da capital, em outro momento te levo até lá para poder apreciar nossas máquinas. — Ele sorriu.

— Vou adorar.

— Vamos, vou te apresentar aos nossos dois líderes atuais. Não se surpreenda com a idade deles, tivemos que colocar pessoas de nossa confiança nos cargos por problemas políticos.

— Eu compreendo, afinal, não tem muito tempo que Elisa tomou posse do trono.

— Sim.

Max e Maya passam a andar lado a lado para o interior da construção, que era mais bonito do que o lado de fora. O chão claro, impecável, e paredes claras. Era possível ver quadros retratando a história do país nas paredes, intercalando com avisos e placas de indicação. Os dois entraram em um corredor, onde indicava as salas de reuniões, onde Max parou em frente a uma das portas e abriu, indicando para que ela entrasse.

A sala era fechada e tinha uma mesa retangular com cadeiras de escritório, além de um computador e projetor. Próximo de uma mesa, que continha uma jarra com água e taças; dois homens conversavam tranquilamente:

— Senhores. — Max chamou.

— Comandante. — Os dois homens cumprimentaram educadamente.

— Obrigado por atenderem o meu chamado, aqui esta a pessoa que gostariam que conhecessem; essa é a coronel Maya Floyd, ela é piloto de caça da aliança em um país vizinho e ficará conosco por um tempo. Maya, esses são Arthur e Dimitri; Arthur é nosso comandante da guarda real e Dimitri é comandante da força militar da aliança em Bryon.

— É um prazer conhecê-los, senhores. — Maya fez uma leve reverência.

— É um prazer conhecê-la, coronel, seja bem-vinda a Bryon. — Dimitri se aproximou de Maya com um sorriso e estendeu a mão para cumprimentá-la, o que foi aceito por Maya, que sorriu de volta.

— Fiquei sabendo de algumas missões suas, coronel, fico feliz de recebê-la em nosso país. — Arthur se aproximou e a cumprimentou com um aperto de mão.

— Por hora, gostaria que Maya conhecesse um pouco dos nossos projetos e como ela é uma convidada direto da rainha, gostaria que vocês cuidassem dela pessoalmente, tudo bem para vocês? — Max perguntou.

— Nesse caso, acho melhor ela começar com o Dimitri, ele tem precisado de uma força ao lado dele. O que acha? — Arthur perguntou.

— Acho que a Maya vai ajudar bastante com isso, afinal, ela leva jeito com as pessoas. — Max falou olhando carinhosamente para Maya, o que chamou a atenção dos outros dois comandantes.

— Me diga, qual a sua dificuldade, comandante Dimitri. — Maya pediu e viu o semblante do homem mudar para uma expressão perdida.

— Fui o último a ser empossado no comando, havia outra pessoa como favorito, mas devido a problemas políticos, ele não pode tomar posse. Há pessoas do meu regimento que não aceitam isso. — Dimitri respondeu.

— É por isso Maya, que vamos precisar de você para elevar a confiança do regimento para o comandante. Acha que consegue? — Max perguntou.

— Farei o Dimitri ficar tão bom quanto o Theron. — Ela respondeu com um sorriso.

— Theron? Esta se referindo ao Theron Archer? — Dimitri estava surpreso.

— Sim, eu faço parte do pelotão especial dele e também, ele é meu comandante direto.

— Sua última missão foi comandada direto por ele, não foi? — Arthur perguntou curioso.

— Sim, foi onde meu caça foi abatido.

A expressão fria de Arthur se transformou em curiosidade, assim como a de Dimitri:

— Uau, conta isso aí. Como conseguiu sobreviver? — Dimitri puxou uma cadeira e sentou olhando para Maya.

— Bem, vou deixar vocês conversarem para se entrosar. Volto daqui a pouco para te buscar, Maya. — Max avisou e saiu da sala.

Arthur observou a leve interação entre Max e Maya. Aquela era primeira vez que ele via o loiro interagir de forma amável com outra mulher que não fosse Elisa. Por um instante, ele pensou que aquilo poderia ser um problema, mas também seria um alívio para os irmãos, que eram extremamente solitários.

Maya passou a contar sobre a sua missão e como se salvou, como era a sua interação na academia e como se preparava para missões de resgate. Encantando Dimitri, que estava cada vez mais empolgado em ter uma veterana de guerra em seu grupo. Mesmo entretida contando sua jornada, Maya percebeu que Arthur a observava de forma enigmática.

Após Dimitri fazer um leve apanhado dos problemas que estava tendo, o trio decidiu caminhar pelo complexo para que Maya conhecesse o local e vesse a sala onde iria trabalhar. Durante o percurso, Maya percebeu os olhares curiosos sobre ela, afinal, ela andava ao lado de dois comandantes usando apenas uma roupa civil, já que viera do encontro com Elisa para o complexo de treinamento:

— Fique tranquila, esses olhares são apenas de curiosidade já que raramente andamos pelo complexo. — Arthur falou percebendo o desconforto de Maya.

— Estou acostumada a ser olhada, mas essa a primeira vez que saio após a execução do meu marido. Tenho um pouco de receio de receber ódio pelo ocorrido.

— Não se preocupe, a sua história só é conhecida pelos três comandantes, então você é uma pessoa livre para ser quem você é aqui. — Dimitri falou gentil.

— Obrigada, rapazes, prometo me esforçar bastante para ser uma força positiva para vocês. — Ela tinha um tom animado.

— Você já está sendo. — Arthur sorriu.

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