A Única Vez
...Capítulo 1...
Oliver Browsing tentou não escutar o que sua mãe dizia sobre casamento. Seu irmão mais novo acabava de se casar com uma amiga de infância, e só fazia uma hora e meia que seu irmão havia se casado e sua mãe já estava olhando para ele como se quisesse dizer há ele que agora só faltava ele. Ficava feliz por saber que sua mãe pelo menos se importava com ele, mas não queria se casar, pelo menos não agora. Não que estivesse ficando para trás, já que entre os quatros ele era o único que não havia se enroscado com ninguém, afinal não era o único homem solteiro da família e muito menos da cidade.
Morava na cidade de Teton Village em Jackson no estado de Wyoming. Era uma região bem visitada na época do inverno, o prazer de conhecer a melhor montanha para ski da América do Norte. Lá fica a estação de ski Jackson Hole Mountain Resort. Mesmo se não quiser se aventurar nos esportes de neve, ainda assim conseguiria aproveitar a vila, pois há diversas lojas, cafés, bares e até um passeio de teleférico que te levará até o topo da montanha, onde avistará todo o vale de Jackson Hole.
Ah, e se estiver indo no verão, ainda assim dá pra curtir Teton Village. Você pode fazer trilhas, mountain bike ou apenas curtir um dos decks ao ar livre.
Oliver olhou mais uma vez para o a porta da cozinha quando viu que sua mãe apareceu vindo atrás dele. Tentará fugir dela o casamento todo para não ter que ouvir -lá dizer que precisava se casar e seguir a tradição da família.
- Querido, por que fugiu de mim?
- Eu não fugi, vim só pegar... – ele olhou para a garrafa de bebida e prosseguiu. – Vim pegar uma bebida.
Sua mãe franziu as sobrancelhas confusa e sorriu.
- Está na hora de parar de fugir. Vamos, a festa é lá fora e não aqui... – Ela disse já pegando no braço dele e conduziu-o para o jardim onde estava os convidados bebendo, comendo e conversando. – Quero meus filhos todos juntos.
Oliver fez careta e só então conseguiu se soltar de sua mãe e disse.
- Mãe, para. Eu não vou ficar andando atrás da senhora. – Ele emburrou. – Posso muito bem ficar... sozinho.
- Oliver...
- Eu sei me cuidar. Para de ficar me apresentando para essas... moças. – Ele disse. – Todas me conhecem.
Era óbvio que a maioria das moças da cidade conhecia ele, afinal a família tinha um hotel muito famoso ali em Teton Village, e como era da família todos cooperavam fazendo seus serviços por lá. Ele mesmo ficava na parte administrativa, e adorava fazer aquilo todos os dias.
Assim que escapou de sua mãe deixando-a no vácuo tentou fugir novamente para algum lugar sossegado, mas não deu muito certo, seu irmão George veio ao seu encontro.
- Ei, a mamãe está lhe enchendo o saco de novo?
George era o mais velho dos irmãos e foi o primeiro a se casar, já fazia sete anos que estava casado e era o único que entendia o lado dele.
- Está. Acho que vou me mudar daqui, assim ela para com isso.
George sorriu.
- Não é tão ruim.
- É sim, a mamãe tem que parar com isso.
- Eu quis dizer que não é tão ruim estar casado.
- Que bom para você.
- Mas acredito que um dia você vá fazer o mesmo. Tudo tem seu tempo.
Oliver hesitou e assentiu.
- Não quero falar sobre isso. Estou feliz pela vida que tenho.
-Ah sim, tenho certeza de que deve estar muito feliz.
Ao ouvi-lo concorda com o assunto, sorriu e só então percebeu que seu irmão lhe deu um tapa nas costas antes de se afastar deixando o sozinho com seus próprios pensamentos. Pelo menos podia ficar ali sem que ninguém lhe perguntasse absolutamente nada sobre o que estava achando de seus irmãos casados.
Curtiu o resto da festa com seus amigos por um bom tempo, até que sua mãe resolveu vir atrás dele de novo, fugiu de toda maneira até que ele cansou de tudo e disse que ia embora. Estava quase infartando quando resolveu que era hora de dar um basta naquela história toda de casamento.
Quando se aproximou do seu irmão mais novo Edward para se despedir, uma amiga de infância veio de encontro com ele.
- Ollie... como está?
- Oi, Becca. Estou muito bem, e você? – ele cumprimentou a com um beijo no rosto.
Era uma moça muito bonita, e era uma pena já ter namorado ela na adolescência e sabia que ambos sempre mantinham uma amizade duradora ao longo dos anos. Apesar de ele não ter aceitado o fim do relacionamento de ambos no começo, mas viu que não era para ser mesmo.
- Estou ótima. E aí, deve estar feliz por ser o único Browsing a não se casar?
Ele ficou sério de repente e deu de ombros, brincou.
- Ninguém me pega.
Rebecca riu sem graça.
- Engraçadinho.
- É melhor assim.
- O que acha dá gente sair qualquer dia desses?
Oliver franziu o cenho, indignado. Só então notou que sua mãe sorria para ele.
- Melhor não. Minha mãe lhe mandou aqui não foi?
- Ah... não. Por que ela me pediria para vir até aqui?
Ele balançou a cabeça e sorriu.
- Desculpa, mas não vai rolar.
Oliver se afastou indo até o irmão e se despedindo dele e da mulher, assim que conseguiu finalmente fazer isso, foi até o seu carro, mas seu pai veio ao seu encontro.
- Ollie... já está indo?
- Sim, pai. Precisa de alguma coisa?
- Sim. Tem como passar no hotel e verificar se está tudo bem por lá... sabe como é o Hector.
Oliver assentiu.
- Certo. Eu vou dar uma passada por lá.
Assim que seu pai se afastou, tirou o terno e afrouxou a gravata. Não via a hora de tirar aquela roupa e era uma pena ter que ir ao hotel antes de ir para casa. Estava tão cansado e a primeira coisa que faria era tomar um banho.
Por sua sorte que o hotel da família não ficava tão longe dali, afinal a festa de casamento do seu irmão tinha sido na casa de seus pais como era a tradição. Ele riu sarcástico ao lembrar que todos os seus irmãos foram obrigados a fazer as festas de seus casamentos no mesmo lugar querendo ou não tinham que fazer lá. Pois ele faria diferente, queria ver a cara da sua mãe se soubesse o que ele achava da casa dela.
Claro que não diria há ela o que pensava só para não magoar ela mais ainda, já que não pretendia arrumar ninguém por enquanto.
Quando ia parar o carro na vaga reservada um carro entrou na sua frente o que lhe casou um impacto inesperado. Quando percebeu já havia batido na lateral do carro.
- Mas que droga!
Oliver resmungou e desceu do carro para tirar satisfação com o motorista imprudente que teve a santa capacidade de entrar na sua frente e querer lhe roubar a vaga reservada.
Ao se aproximar do outro carro, notou que o motorista era uma mulher. Era só o que lhe faltava agora.
- Você é doida...
Ele esbravejou, mas parou assim que pôs os olhos nela e viu que era uma bela mulher, tinha cabelo castanhos e cacheados, grandes olhos castanhos. Talvez fosse por causa de sua estatura, pois tinha na cerca de um metro e sessenta em contraste ao um e oitenta e cinco dele. Ou talvez sua compleição, pois era esguia e delicada.
- Me desculpe.
Ela parecia estar a quilómetros de distância mesmo enquanto o fitava. Ela destacava uma pele alva, perfeita, e os lábios pintados de vermelhos, lábios... provocantes.
Oliver permaneceu imóvel por um longo momento, observando-a lentamente. Até que ela fez careta ao ver o estrago na lateral do carro.
- Sinto muito, eu não vi o seu carro.
- Como não?
Ela forçou um sorriso torto e sem graça.
- Estava com pressa. Não fiz por mal, ė que eu tenho um jantar e... não posso me atrasar.
- Mas essa vaga é reservada.
Ela olhou para a vaga do carro que agora estava meio que dois carros disputando o caminho.
- Mas eu estou nessa vaga.
- Não está não.
- Estou hospedada aqui, então isso me dá o direito de estacionar onde bem entender. – Ela disse cruzando os braços há cima do peito e empinar o nariz.
- Escuta, estacionamento dos clientes e ali... – ele apontou para o outro lado. – Será que não passaram as instruções correta para você quando hospedou.
- Eu não sei. Acabei de chegar aqui, não está vendo.
Ele balançou a cabeça, incrédulo.
- Então não está hospedada aqui?
- Claro que estou. É que estou atrasada... meus... deixa para lá. Agora você vai arrumar o meu carro.
- Eu? Foi você que entrou na minha frente, por tanto é você que vai consertar o meu carro.
- Você é muito grosseiro.
- E você é uma completa idiota.
- Vou fazer uma reclamação aqui. – Ela disse. – E vou descobrir quem é você para arrumar o meu carro.
- Fique à vontade.
Ela deu de ombros e foi dar uma olhada nos dois carros, só então a viu tirar o celular do bolso e começar a tirar fotos.
- O que está fazendo?
- Estou tirando provas.
- Para com isso. Podemos conversa civilizadamente lá dentro, vai começar a esfriar e não estou a fim de congelar aqui. – Ele comentou ao se aproximar dela.
- Não falo com estranhos.
Oliver bufou.
- Olha, eu não tenho tempo para ficar aqui discutindo com você. Será que pode me dar o seu contato para resolver o problema do meu carro... depois.
- Meu pai vai processar você por isso.
- Se está de brincadeira né. Você entra na minha frente, tenta pegar uma vaga que não é sua e ainda diz que vai me processar. – Ele zombou e resmungou. – Estou tendo um péssimo dia hoje.
- Problema seu. – Ela respondeu emburrada ao olhar mais uma vez para o seu SUV vermelho e depois para o Hummer H2 preto dele, para só então ir até dentro do carro e tirar algo e lhe entregar um cartão. – Estou atrasada, se quiser pode me ligar amanhã e resolveremos isso.
Oliver assentiu ao pegar o cartão, deu uma olhada e jogou no chão, fazendo com que ela sorrisse.
- Problema seu.
- Jogou o meu cartão no chão.
- Problema seu. – Ele disse e se virou indo até o seu carro, manobrou e a viu ali observando -o se afastar e estacionar mais para frente numa outra vaga reservada.
Sabia que não poderia ter agido daquela maneira e muito menos ter dito o que disse, ainda mais sabendo que ela era uma cliente do hotel. Imagine quando ela souber que ele era filho do dono dali e que ele que administrava a parte dos negócios.
Suspirou antes de descer do carro e ir para dentro do hotel. Era novembro e a neve já estava começando a tomar conta do lugar, era a época que mais lucrava no hotel, afinal muita gente vinha para passar as férias de fim de ano para esquiar com a família.
Ele adorava quando nevava, adorava esquiar e praticar snowboard quando tinha tempo livre. Mas agora seria difícil fazer isso já que sua mãe iria querer convencer -ló a arrumar uma nova nora para ela.
Bufou ao imaginar o que sua mãe estava aprontando há uma hora dessa. Não deveria pensar nessas coisas, tinha mais e que se preocupar com o seu carro agora que estava batido.
Iria fazer aquela moça pagar pelo conserto nem que tivesse que esganá-la. Era muito louca, porém bonita demais da conta. Nunca perderá a razão ao conhecer mulher nenhuma aos longos anos de sua vida. Havia tido inúmeros relacionamentos passageiros ou melhor... relâmpagos e nenhuma mulher havia o deixado tão desconcertado.
Oliver cumprimentou o bellboy e depois foi até a recepção onde ficou conversando um pouco para saber se estava tudo ok.
- Se acontecer alguma coisa Hector, me liga. – Ele disse pegando no seu celular, quando viu a mulher de lábios provocantes aparecer acompanhada de um casal.
Ele observou-a e quando ela passou por ele deu uma fuzilada e mostrou o dedo do meio para ele. Além de muito bonita ainda era bem arrogante.
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Atualizado até capítulo 20
Comments
Erlete Rodrigues
😂😂😂😂 começou bem , todos doidinhos‼️
2025-01-25
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Neide Lima
a Mãe 🤭😂😂😂
2025-01-11
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