Acordei no hospital. A minha cabeça doía. Ao colocar a mão senti a gaze. Olhei para o lado e a minha mãe veio correndo até a cama.
_ Graças a Deus você acordou!_ Ela diz com lágrimas _ como está se sentindo?
_ Muita dor. Estou zonza. O que aconteceu?
_ Você tropeçou num brinquedo e caiu batendo a cabeça com força. Teve um pequeno corte. E você desmaiou.
Olhei para a minha mãe e veio à minha cabeça a conversa anterior que tivemos.
_ Quero ir para casa. Estou bem.
_ Você disse que está com dor.
_ Só tomar um analgésico.
O médico entra nesse momento e sorri ao me ver acordada.
_ Que bom que acordou. Vou examiná-la para ver se está bem.
O médico testou os meus reflexos a alguns estímulos, me fez várias perguntas, examinou os meus olhos.
_ Está sentindo algo?
_ A minha cabeça está doendo.
_ Bem, os seus reflexos estão normais. A pressão também. E os exames não mostraram nenhuma concussão. Pode ir para casa e tomar esses analgésicos para dor. Mas não abuse.
_ Está bem. Obrigada doutor Hugo.
A enfermeira veio retirar o soro e com a ajuda da minha mãe fomos para o carro.
_ O seu pai ficou com as gêmeas. Elas estão inconsoláveis, pois se sentem culpadas de deixar os brinquedos esparramados.
_ Os meus anjinhos não têm culpa do motivo da minha correria.
A minha mãe engoliu em seco e fechei os olhos, mostrando que eu não queria conversar.
Chegando em casa, fui direto para o quarto. Logo duas cabeças loiras aparecem na porta
_ Oi amorinhas. Venham aqui bebês.
Elas vieram correndo e pularam em cima de mim.
_ Desculpa a gente, Nella, por favor _ fala Anne chorando _ a gente deixou o brinquedo no caminho.
_ Tudo bem, meus amores. Não foi culpa de vocês. Eu que corri feito doida.
_ Nós fizemos um desenho para você.
Ivy me entrega um desenho mostrando nós três numa praia. Estávamos jogando bola e sorrindo.
_ Que lindo!_ Eu dei um beijo em cada uma_ vocês são talentosas.
_ Obrigada Nella_ Elas falam juntas e a minha mãe entra com o jantar _ nós amamos você.
_ Eu também amo muito vocês amorinhas.
_ Meninas deixem a Nella jantar agora. Desçam para fazer companhia ao papai.
_ Obrigada mãe. Estou sem fome. Na verdade quero dormir.
_ Nella, você precisa se alimentar. Os analgésicos são fortes.
_ Estou sem fome. Deixe aí. Mais tarde como.
_ Minha filha, eu sei que está magoada e tem toda razão. Mas não se prejudique assim.
_ Você não tem ideia do que estou sentindo mamãe. Sou uma mercadoria para vocês.
_ Me machuca muito com essas palavras cruéis. Você não tem noção do que seu pai e eu estamos sofrendo por tudo isso. Ele procurou todas as maneiras de resolver.
_ Por favor, me deixe sozinha. Vou comer. Afinal não posso danificar a mercadoria, não é?
_ Nella...
Eu virei a cabeça para o canto, deixando as lágrimas caírem. Ao ouvir a porta fechando, suspirei. Peguei o celular e liguei para a única pessoa que poderia me confortar.
📱 Oi Luca.
📱 Oi meu bem. Como você está?
📱Agora estou melhor. Sentindo saudades de você.
📱Eu também. Eu fui ao hospital, mas você estava dormindo. A sua mãe deve ter lhe dito.
📱 Ela esqueceu. Eu queria te ver.
📱Eu também. Mas hoje é impossível amor. Estou em Seattle.
📱A trabalho?
📱Sim. Mas amanhã estarei de volta. E pode apostar que será a primeira pessoa que irei ver.
📱Está bem. Juízo e sonhe comigo. Eu te amo.
📱Eu também te amo. E sempre sonho com você.
Depois que desliguei, peguei a comida e para a minha surpresa estava faminta. A Vera caprichou no jantar.
Levantei com cuidado, fui ao banheiro e depois de fazer as minhas higiene, deitei novamente. Os meus pensamentos voltaram no tempo que conheci Luca.
Éramos adolescentes e nos tornamos amigos assim que ele veio para a minha escola. Nós nos tornamos inseparáveis. A risada fluía sempre. Luca era muito bom em arrancar gargalhadas minhas.
A minha família adorou Luca também. E a amizade entre as famílias fluiu. Não foi surpresa quando nós dois admitimos que nos amávamos. E todos aceitaram o namoro.
Fomos para a mesma universidade. Escolhemos a NYU para ficarmos próximos. Ele escolheu a advocacia e eu Pedagogia. Fizemos planos de pós- graduação juntos. Eu fiz pós em literatura e ele estava no doutorado seguindo a carreira de advogado numa empresa de advocacia renomada.
Apesar de nos amarmos muito, e a nossa intimidade esquentar muito, ainda não fizemos amor. Eu quero muito, mas ainda não me sinto pronta e Luca respeita a minha decisão. Sabemos como nos dar prazer sem ir até o fim.
Mas agora eu tomei uma decisão. Não tenho como fugir do meu destino. Apesar de estar magoada com o meu pai, eu sei que não há outra opção. Eu não irei deixar as minhas amorinhas desamparadas. E a minha mãe tem razão. Elas merecem tudo que eu tive e até mais. Desde bebês mostraram que seriam guerreiras, numa luta incansável contra um problema cardíaco. E venceram. E sou grata ao meu pai por ter feito o possível para que desse certo.
Mas eu não irei entregar a minha virgindade para um estranho. Escolhi me guardar para o meu amor. E ele merece ser o primeiro. E se depender de mim, o único que me terá nos braços.
Eu tomei o analgésico e entrei no mundo dos sonhos. Nele só existem Luca e eu.
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Atualizado até capítulo 36
Comments
Erlete Rodrigues
não tome decisões importantes para você com a cabeça cheia
2025-01-18
0
Marilena Yuriko Nishiyama
ah Antonella como vc irá abordar o assunto com o Luca a respeito do casamento com outro e será que ele irá aceitar🤷🏻♀️.....
2025-01-03
3