Capítulo 2

Acordei no hospital. A minha cabeça doía. Ao colocar a mão senti a gaze. Olhei para o lado e a minha mãe veio correndo até a cama.

_ Graças a Deus você acordou!_ Ela diz com lágrimas _ como está se sentindo?

_ Muita dor. Estou zonza. O que aconteceu?

_ Você tropeçou num brinquedo e caiu batendo a cabeça com força. Teve um pequeno corte. E você desmaiou.

Olhei para a minha mãe e veio à minha cabeça a conversa anterior que tivemos.

_ Quero ir para casa. Estou bem.

_ Você disse que está com dor.

_ Só tomar um analgésico.

O médico entra nesse momento e sorri ao me ver acordada.

_ Que bom que acordou. Vou examiná-la para ver se está bem.

O médico testou os meus reflexos a alguns estímulos, me fez várias perguntas, examinou os meus olhos.

_ Está sentindo algo?

_ A minha cabeça está doendo.

_ Bem, os seus reflexos estão normais. A pressão também. E os exames não mostraram nenhuma concussão. Pode ir para casa e tomar esses analgésicos para dor. Mas não abuse.

_ Está bem. Obrigada doutor Hugo.

A enfermeira veio retirar o soro e com a ajuda da minha mãe fomos para o carro.

_ O seu pai ficou com as gêmeas. Elas estão inconsoláveis, pois se sentem culpadas de deixar os brinquedos esparramados.

_ Os meus anjinhos não têm culpa do motivo da minha correria.

A minha mãe engoliu em seco e fechei os olhos, mostrando que eu não queria conversar.

Chegando em casa, fui direto para o quarto. Logo duas cabeças loiras aparecem na porta

_ Oi amorinhas. Venham aqui bebês.

Elas vieram correndo e pularam em cima de mim.

_ Desculpa a gente, Nella, por favor _ fala Anne chorando _ a gente deixou o brinquedo no caminho.

_ Tudo bem, meus amores. Não foi culpa de vocês. Eu que corri feito doida.

_ Nós fizemos um desenho para você.

Ivy me entrega um desenho mostrando nós três numa praia. Estávamos jogando bola e sorrindo.

_ Que lindo!_ Eu dei um beijo em cada uma_ vocês são talentosas.

_ Obrigada Nella_ Elas falam juntas e a minha mãe entra com o jantar _ nós amamos você.

_ Eu também amo muito vocês amorinhas.

_ Meninas deixem a Nella jantar agora. Desçam para fazer companhia ao papai.

_ Obrigada mãe. Estou sem fome. Na verdade quero dormir.

_ Nella, você precisa se alimentar. Os analgésicos são fortes.

_ Estou sem fome. Deixe aí. Mais tarde como.

_ Minha filha, eu sei que está magoada e tem toda razão. Mas não se prejudique assim.

_ Você não tem ideia do que estou sentindo mamãe. Sou uma mercadoria para vocês.

_ Me machuca muito com essas palavras cruéis. Você não tem noção do que seu pai e eu estamos sofrendo por tudo isso. Ele procurou todas as maneiras de resolver.

_ Por favor, me deixe sozinha. Vou comer. Afinal não posso danificar a mercadoria, não é?

_ Nella...

Eu virei a cabeça para o canto, deixando as lágrimas caírem. Ao ouvir a porta fechando, suspirei. Peguei o celular e liguei para a única pessoa que poderia me confortar.

📱 Oi Luca.

📱 Oi meu bem. Como você está?

📱Agora estou melhor. Sentindo saudades de você.

📱Eu também. Eu fui ao hospital, mas você estava dormindo. A sua mãe deve ter lhe dito.

📱 Ela esqueceu. Eu queria te ver.

📱Eu também. Mas hoje é impossível amor. Estou em Seattle.

📱A trabalho?

📱Sim. Mas amanhã estarei de volta. E pode apostar que será a primeira pessoa que irei ver.

📱Está bem. Juízo e sonhe comigo. Eu te amo.

📱Eu também te amo. E sempre sonho com você.

Depois que desliguei, peguei a comida e para a minha surpresa estava faminta. A Vera caprichou no jantar.

Levantei com cuidado, fui ao banheiro e depois de fazer as minhas higiene, deitei novamente. Os meus pensamentos voltaram no tempo que conheci Luca.

Éramos adolescentes e nos tornamos amigos assim que ele veio para a minha escola. Nós nos tornamos inseparáveis. A risada fluía sempre. Luca era muito bom em arrancar gargalhadas minhas.

A minha família adorou Luca também. E a amizade entre as famílias fluiu. Não foi surpresa quando nós dois admitimos que nos amávamos. E todos aceitaram o namoro.

Fomos para a mesma universidade. Escolhemos a NYU para ficarmos próximos. Ele escolheu a advocacia e eu Pedagogia. Fizemos planos de pós- graduação juntos. Eu fiz pós em literatura e ele estava no doutorado seguindo a carreira de advogado numa empresa de advocacia renomada.

Apesar de nos amarmos muito, e a nossa intimidade esquentar muito, ainda não fizemos amor. Eu quero muito, mas ainda não me sinto pronta e Luca respeita a minha decisão. Sabemos como nos dar prazer sem ir até o fim.

Mas agora eu tomei uma decisão. Não tenho como fugir do meu destino. Apesar de estar magoada com o meu pai, eu sei que não há outra opção. Eu não irei deixar as minhas amorinhas desamparadas. E a minha mãe tem razão. Elas merecem tudo que eu tive e até mais. Desde bebês mostraram que seriam guerreiras, numa luta incansável contra um problema cardíaco. E venceram. E sou grata ao meu pai por ter feito o possível para que desse certo.

Mas eu não irei entregar a minha virgindade para um estranho. Escolhi me guardar para o meu amor. E ele merece ser o primeiro. E se depender de mim, o único que me terá nos braços.

Eu tomei o analgésico e entrei no mundo dos sonhos. Nele só existem Luca e eu.

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Comments

Erlete Rodrigues

Erlete Rodrigues

não tome decisões importantes para você com a cabeça cheia

2025-01-18

0

Marilena Yuriko Nishiyama

Marilena Yuriko Nishiyama

ah Antonella como vc irá abordar o assunto com o Luca a respeito do casamento com outro e será que ele irá aceitar🤷🏻‍♀️.....

2025-01-03

3

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