Clara
Desliguei o telefone e, sem nem perceber, arremessei o copo que estava na minha mão contra a parede. O vidro se estilhaçou em centenas de pedaços, exatamente como eu sentia meu autocontrole naquele momento. Minha respiração estava pesada, meu coração disparado, e a raiva parecia subir pelas minhas veias como fogo líquido.
Clara (pensando): Como Leonardo pode ser tão fraco? Ele não está vendo que a gente está perdendo tempo enquanto ela manipula toda a situação?
Passei as mãos pelos cabelos, tentando me acalmar, mas era inútil. Eu sabia que ficar ali, parada, não ia resolver nada. Ele podia ter decidido agir devagar, mas eu não era assim. Eu precisava resolver isso, de uma vez por todas.
Sem pensar duas vezes, fui para o quarto. Abri o armário e comecei a tirar minhas roupas, jogando tudo em cima da cama. Peguei a mala grande que estava no canto e comecei a colocar tudo dentro dela.
Clara (pensando): Se Leonardo não quer resolver isso da maneira correta, eu vou resolver. Eu vou buscar minha filha e colocar um ponto final nessa história.
Enquanto arrumava a mala, as palavras dele ecoavam na minha cabeça: "Ela não vai abrir mão da Luna." Claro que ela não vai! Que mãe abriria? Mas isso não significava que ela tinha condições de criar uma criança. Ela estava doente, frágil, e agora tinha um homem ao lado dela que podia ser um problema. E Leonardo? Ele estava perdido, hesitante, exatamente como ela queria que ele estivesse.
Quando terminei de arrumar tudo, fechei a mala com um puxão forte, como se aquilo pudesse aliviar a raiva que ainda fervia dentro de mim. Peguei minha bolsa, conferi meus documentos e chamei um táxi para o aeroporto.
Clara (pensando): Se Leonardo não tem coragem de agir, eu vou mostrar pra ele como se faz.
O trânsito até o aeroporto parecia uma eternidade, mas eu mantinha o foco. Cheguei ao balcão da companhia aérea e comprei a passagem mais rápida para a cidade em que Leonardo estava. Não importava o custo. Tudo que eu queria era resolver isso o mais rápido possível.
Durante o voo, eu tentava me acalmar, mas cada vez que lembrava da voz dele ao telefone, hesitante e cheio de dúvidas, minha irritação aumentava. Eu sabia que amava Leonardo, mas naquele momento, ele estava agindo como um homem fraco. E isso, eu não podia aceitar.
Quando desembarquei, peguei o celular e localizei o hotel onde ele estava hospedado. O táxi me levou direto para lá. Assim que entrei no lobby, perguntei pelo quarto dele. A recepcionista hesitou, mas acabou cedendo quando mencionei que era uma emergência familiar.
Subi até o andar dele e, sem nem bater, abri a porta com força. Ele estava sentado na poltrona, com um copo de whisky na mão. Quando me viu, seus olhos se arregalaram.
Leonardo: Clara? O que você está fazendo aqui?
Fechei a porta com força atrás de mim, jogando minha bolsa na cama.
Clara: O que eu estou fazendo aqui? Eu vim buscar minha filha, Leonardo. E eu vou resolver as coisas da maneira certa, já que você está agindo como um homem fraco.
Ele ficou de pé, deixando o copo sobre a mesa.
Leonardo: Clara, calma. Não é assim que a gente vai resolver isso.
Clara: Não é assim? Então me diz, Leonardo, como você acha que vai resolver? Conversando com ela como se isso fosse suficiente? Você acha que vai conseguir alguma coisa desse jeito?
Leonardo: Clara, eu estou tentando.
Clara: Tentando? Você nem sabe o que está fazendo. Enquanto você hesita, ela ganha tempo. E agora tem aquele médico, o tal de Lucas, que pode complicar ainda mais as coisas.
Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos.
Leonardo: Eu sei disso, Clara. Eu sei que ele pode ser um problema, mas a gente não pode sair atropelando tudo.
Clara: Não? Então me diz, o que você acha que vai acontecer? Você acha que um juiz vai olhar pra você e pensar: “Esse homem merece a guarda da filha”? Você pediu pra ela abortar, Leonardo. Ela vai usar isso contra você, e com razão!
Ele abaixou a cabeça, claramente incomodado com a verdade.
Leonardo: Eu sei que errei, mas eu estou tentando consertar as coisas agora.
Clara: E enquanto você tenta, Luna continua lá, com uma mulher que não tem condições de cuidar dela. Você acha que o juiz vai se comover com a sua culpa?
Ele não respondeu. Ficou em silêncio, o que só aumentou minha irritação.
Clara: Sabe o que eu vou fazer? Eu vou procurar o melhor advogado dessa cidade. Eu vou tirar a Luna de lá o mais rápido possível.
Leonardo: Clara, isso não é tão simples.
Clara: Não é simples porque você está complicando. Você acha que eu vou ter pena dela? Ela não teve pena de você quando te escondeu a Luna.
Leonardo: Ela estava com medo.
Clara: Medo? Ela usou isso como desculpa, Leonardo. E agora está te manipulando de novo.
Ele respirou fundo, claramente lutando contra o que queria dizer.
Leonardo: Eu só... Não quero fazer as coisas de um jeito que possa prejudicar a Luna no futuro.
Clara: E eu não vou ficar esperando enquanto você tenta descobrir como lidar com isso.
O silêncio caiu entre nós, pesado e carregado. Ele sabia que eu estava certa, mas não queria admitir.
Leonardo: Clara...
Clara: Não. Eu já decidi. Eu vou fazer o que precisa ser feito, mesmo que você não queira.
Ele olhou para mim, finalmente levantando a voz.
Leonardo: E você acha que é fácil pra mim? Você acha que eu não penso nisso todos os dias?
Clara: Então para de pensar e começa a agir, Leonardo!
Saí do quarto antes que ele pudesse responder. Eu não estava ali para discutir. Estava ali para resolver. E, com ou sem ele, era exatamente isso que eu ia fazer.
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Atualizado até capítulo 83
Comments
Ana Lucia Rodrigues
que mulher horrível com que direto ela acha que tem sobre a Luna o vagabundo traiu ela por anos e depois que que a outra ficou grávida ele mandou que ela abortace, a Duda foi embora para ter sua filha sozinha e agora ela que escondeu a criança, hipócritas.mostros dos infernos. ela bem que merece não poder gerar um filho.
2025-03-24
1
Juliana Ribeiro
mulher dos infernos.ainda tá achando que o marido é a vítima da história. nojentos os dois achando que tem direito de tira a filha da mãe é colocando toda culpa na Maria Eduarda enquanto ele quem a enganou e mandou ela abortar o bebê, dois doentes.
2025-03-22
0
Marli Da Silva Gouvêa Castro Rosa
Não entendo, ele não quis o bebê, falou pra ela matar a criança, ela se negou, ele sabia que tinha um filho(a), não foi atrás e agora diz que ela escondeu a bebê.
2025-03-10
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