Leonardo
Cheguei à cidade no início da tarde, e, ao estacionar o carro em frente à casa de Maria Eduarda, senti o peso da minha decisão. O ar estava abafado, e eu mal podia acreditar que finalmente estava ali, frente a frente com o passado. Respirei fundo e caminhei até a porta. Cada passo parecia mais pesado, mas eu precisava encarar isso de uma vez por todas.
Bati na porta e aguardei. O som da madeira ecoou pela casa silenciosa. Após alguns segundos, a porta se abriu, e Maria Eduarda apareceu. Ela me olhou surpresa, e por um momento, fiquei paralisado. Não sabia o que esperar, mas o que vi ao fundo me fez sentir uma pontada no peito.
Maria Eduarda estava ali, mas não sozinha. Sentado no sofá, com Luna no colo, estava um homem. Ele parecia calmo, com os cabelos castanhos levemente desalinhados, e estava olhando para a bebê com uma expressão gentil. Luna, com seus poucos meses de vida, estava tranquila em seu colo, com os olhos fixos nele.
Maria Eduarda me olhou de volta, e o silêncio que se formou entre nós foi pesado. Eu quebrei o silêncio primeiro.
Leonardo:
— Vim conhecer a minha filha.
Ela deu uma risada curta e sem humor, balançando a cabeça em descrença.
Maria Eduarda:
— Filha? — Ela ergueu uma sobrancelha. — Eu acho que você não tem uma filha aqui, Leonardo. Ainda mais depois de tudo o que você me pediu para fazer. Lembra? Você me pediu para abortar porque era um homem casado.
Aquelas palavras me acertaram como um soco no estômago. Eu sabia que tinha falhado naquele momento, sabia o quanto tinha sido egoísta. Mas não podia mais voltar atrás. Tinha que encarar as consequências agora.
Leonardo:
— Eu errei, Maria Eduarda. Sei disso. Naquele momento, eu não estava pronto para ser pai. Mas agora, eu quero tentar. Eu quero fazer parte da vida da Luna.
Ela ficou em silêncio por um momento, parecendo ponderar as minhas palavras. Os olhos dela estavam carregados de ressentimento, mas também de dor. Ela ainda estava machucada, e eu não podia culpá-la por isso.
Maria Eduarda:
— Tentar? Agora você quer tentar, depois de tanto tempo? Você acha que pode entrar na minha vida e na vida da minha filha como se nada tivesse acontecido?
Eu olhei para a bebê no colo do homem, que agora me observava com calma. Ele não disse nada até então, mas sua postura parecia ser a de alguém que estava esperando um momento certo para falar. Eu ainda não sabia quem ele era, mas o fato de ele estar ali, com Luna no colo, só aumentava a tensão.
Leonardo:
— Eu sei que não posso apagar o passado. Mas, por favor, me dê uma chance de tentar fazer as coisas certas dessa vez. Eu sei que você está fazendo o que acha melhor para ela, mas eu também sou pai da Luna. Eu só quero ser parte da vida dela, se você permitir.
Ela olhou para o homem sentado ao lado dela, que manteve a calma, observando a cena. Não me atrevi a perguntar quem ele era, mas algo na postura dele fazia eu perceber que ele provavelmente tinha algum tipo de ligação mais próxima com Maria Eduarda. Talvez fosse alguém de confiança, talvez um amigo.
Maria Eduarda:
— E o que você acha que vai conseguir com isso, Leonardo? Você apareceu do nada, dizendo que quer ser parte da vida dela. Não é assim que as coisas funcionam. Você acha que pode se aproximar depois de tudo o que fez?
Eu não sabia como fazer Maria Eduarda entender. Ela estava tão fechada, tão magoada, e era difícil ver uma brecha para me aproximar dela ou da Luna. Mas eu não poderia desistir.
Leonardo:
— Eu sei que não é fácil, Maria Eduarda. Eu só quero tentar. Não quero tirar a Luna de você, só quero estar presente na vida dela, se você me deixar.
Ela suspirou, claramente exausta com a situação. Foi quando o homem ao lado dela, que até então estava em silêncio, finalmente falou.
Homem (Dr. Lucas):
— Acho que seria melhor se vocês conversassem em outro ambiente. Isso não vai ser resolvido em uma porta, certo?
Ele me olhou com uma calma que me desconcertou, e, por um momento, me senti sem saber o que dizer. Olhei para ele, sem saber quem era, e depois voltei os olhos para Maria Eduarda, que parecia estar esperando minha reação.
Maria Eduarda:
— Eu concordo. Vamos conversar, mas com calma. Não vou permitir que a Luna sofra com essa história. E você, Leonardo, vai ter que provar que merece estar na vida dela.
Eu fiquei em silêncio por um momento, sentindo o peso das palavras dela. Sabia que não seria fácil, mas não tinha mais volta. Eu estava ali por Luna, e nada mais importava. Ela era minha filha, e eu faria de tudo para fazer parte da vida dela, não importa o que fosse necessário. Sai de lá nervoso e curioso, quem é aquele homem ?
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Atualizado até capítulo 83
Comments
Daniela Dias
a história está muito boa, mas dr Lucas tem que descobrir rápido que Maria Eduarda não está doente porque se não o canalha do Leonardo vai fazer a cabeça dela e quando Maria Eduarda descobrir a intensão de Leonardo será tarde
2025-03-28
1
Zeca Natividade
Esse cara não pode levar a melhor Autora. Ele está se calçando mais além do casamento com clara pra fazer da menina herdeira da esposa e controlar a herança da filha. É um cretino dissimulado
2025-04-08
0
Silvana Costa Carneiro
Sara olha a bagunça que vc proporcionou a Duda
2025-02-20
1