Sara chegou à porta de Maria Eduarda com um semblante sério, os olhos um pouco cansados da viagem de negócios que acabara de concluir. Ela estava há alguns dias fora da cidade, mas o pensamento constante na amiga e na situação delicada em que ela se encontrava não a deixava em paz. Quando entrou na casa, foi recebida pelo som suave das risadas de Luna, que brincava com seus brinquedos na sala.
Maria Eduarda, ao ver Sara, sorriu, mas logo notou a expressão pensativa de sua amiga. Estava curiosa, mas sabia que Sara sempre era direta. Se algo importante aconteceu, ela contaria sem rodeios.
— E aí, amiga, como foi a viagem? — Maria Eduarda perguntou, tentando suavizar o clima.
Sara soltou um suspiro, deixei a mala no canto e se sentou no sofá, olhando para a amiga com uma expressão que indicava que algo mais estava por vir.
— Foi boa... mas tenho algo para te contar, Duda. Algo que aconteceu no aeroporto, logo quando eu cheguei.
Maria Eduarda franziu o cenho, sentando-se ao lado de Sara.
— O que aconteceu? — perguntou, desconfiada, mas com um leve sorriso no rosto, ainda acreditando que poderia ser algo simples.
Sara fez uma pausa antes de falar, o olhar atento, como se estivesse ponderando as palavras certas.
— Eu encontrei o Leonardo.
Maria Eduarda imediatamente se recuou para trás no sofá, sentindo uma sensação desconfortável se formar em seu peito. Ela fechou os olhos por um segundo, tentando processar a informação.
— O quê? — Sua voz saiu quase como um sussurro, surpresa e, ao mesmo tempo, cheia de incredulidade.
Sara suspirou profundamente, sabendo que essa reação era esperada, mas sentia que precisava explicar.
— Eu estava no aeroporto, quando ele apareceu. Ele estava voltando de viagem e, depois de me ouvir falando com você ao telefone, acabou descobrindo sobre a Luna. Ele… quer ajudar, Duda. Ele perguntou se poderia fazer alguma coisa.
Maria Eduarda levantou-se rapidamente, uma onda de raiva e frustração tomando conta dela.
— Como assim, "quer ajudar"? — Ela se afastou de Sara, começando a andar pela sala, nervosa. — Ele me mandou embora quando eu estava grávida! Ele não queria saber de mim nem da Luna. Agora, depois de tanto tempo, ele aparece assim, dizendo que quer ajudar? Não acredito nisso!
Sara levantou as mãos em um gesto de calma, tentando encontrar as palavras certas.
— Eu sei, amiga, eu sei que ele te machucou. Mas você não pode negar que ele parecia genuíno. Ele parecia querer ajudar. E você... você está passando por tanta coisa, Duda. A Luna precisa de uma estabilidade financeira, e eu só pensei que, talvez, ele pudesse ser uma solução.
Maria Eduarda olhou para Sara com os olhos cheios de lágrimas, a dor e a raiva tomando conta de seu corpo.
— Ele não tem direito de se aproximar, Sara. Não tem! Ele me usou e me deixou sozinha. Quando eu mais precisei, ele me deixou na pior. E você acha que agora ele pode me ajudar?
Sara se levantou e foi até a amiga, segurando suas mãos, com uma expressão sincera.
— Eu sei que não é fácil. Eu sei que ele te machucou, e eu não estou dizendo que você precisa confiar nele de novo. Só quero que você pense nas possibilidades. Ele é o pai da Luna, Duda. Não estou dizendo para você abrir o coração de imediato, mas, por favor, pense com calma.
Maria Eduarda olhou para Luna, que estava brincando com os brinquedos, alheia a tudo o que estava acontecendo. A filha dela era sua maior preocupação, e ela sabia que sua vida não podia mais ser regida pelas escolhas que fez no passado. Ela respirou fundo, tentando controlar as emoções.
— Eu sei que estou em uma situação difícil, Sara. E que a Luna precisa de uma vida melhor, de algo mais do que o que posso oferecer sozinha. Mas eu… não sei se posso confiar nele. Ele me destruiu uma vez. E se ele me machucar de novo?
Sara deu um passo mais próximo, agora com um tom mais suave.
— Eu entendo, Duda, eu entendo mesmo. Mas, se ele quiser ajudar... talvez seja uma chance de melhorar a sua situação. Você precisa de apoio, e ele é o pai da Luna. Não estou dizendo que você precisa aceitar tudo o que ele vier a oferecer, mas se ele realmente quer ajudar, talvez seja uma oportunidade.
Maria Eduarda ficou em silêncio, ponderando as palavras da amiga. O sentimento de revolta ainda estava ali, mas algo em sua mente começou a ceder. Ela não sabia o que o futuro reservava, mas sabia que estava sozinha nessa jornada até então, e qualquer ajuda poderia ser uma luz no fim do túnel.
— Eu vou pensar nisso. — ela disse, ainda com a voz vacilante. — Não vou tomar nenhuma decisão agora. Mas... pela Luna, eu vou tentar. Vou tentar pensar naquilo que é melhor para ela.
Sara sorriu, aliviada, e abraçou Maria Eduarda, com um olhar cheio de compreensão.
— Eu estou com você, amiga. Não importa o que aconteça, vamos passar por isso juntas. A Luna tem você, e você tem a mim. Isso é tudo o que importa.
As duas ficaram ali por um momento, o abraço compartilhado trazendo uma sensação de conforto entre as palavras e os sentimentos confusos que estavam por dentro. Maria Eduarda sabia que o caminho à frente não seria fácil. Mas ela estava disposta a tentar, especialmente por Luna.
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Atualizado até capítulo 83
Comments
Daniela Dias
a história está boa mas o médico tem que descobrir que foi errado o diagnóstico dela antes do mal caráter do Leonardo entrar na justiça e mesmo porque ele nunca quis saber de luna agora querendo ser pai, ele não tem direito nenhum na criança, ele abandou Maria Eduarda grávida nunca quis saber nem a criança tinha nascido ou não
2025-03-28
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Mara Melo
Pensando friamente ,sem a emoção, sendo um câncer terminal ,ela com pouco tempo de vida ,ninguém melhor que o pai biológico para ficar com o bebê, mesmo que ele não mereça, é o certo .Mas felizmente não será preciso sendo que ainda teremos muita novidade pela frente .
2025-03-10
1
Nilce Fernandes
Cadê as fotos dos personagens.Fica mais interessante a história.
2025-04-10
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