Meu nome é Clara Weston, tenho 35 anos e posso dizer com tranquilidade que sempre tive tudo o que desejei na vida. Nasci em uma família rica de Nova York, cresci cercada por luxo e oportunidades. Fui educada nas melhores escolas, viajei pelo mundo e nunca soube o que era precisar de algo que não estivesse ao meu alcance.
Mas a vida tem formas curiosas de equilibrar as coisas. Você pode ter tudo em um momento e, no próximo, ver tudo desmoronar.
Há pouco mais de um ano, sofri um acidente de carro. Foi em uma tarde chuvosa. Eu estava dirigindo pela Park Avenue, voltando de uma reunião de negócios, quando o carro à minha frente freou bruscamente. Tentei desviar, mas a pista estava escorregadia, e acabei perdendo o controle. Meu carro bateu de frente em um poste.
Os dias seguintes foram um borrão de dor e confusão. Passei por várias cirurgias e, quando finalmente acordei no hospital, os médicos me deram a pior notícia possível: eu nunca mais poderia ter filhos.
Eu não sabia como reagir. Sempre imaginei que, em algum momento da minha vida, teria um filho. Não porque me faltasse algo, mas porque acreditava que seria o próximo passo natural. Ter um herdeiro, alguém para compartilhar o que construí. Quando soube que essa possibilidade havia sido tirada de mim, algo dentro de mim se quebrou.
Por meses, fiquei presa em um ciclo de tristeza e revolta. Leonardo, meu marido, tentou me consolar, mas eu sabia que ele também estava sofrendo. Ele sempre foi muito ambicioso, e parte desse desejo incluía construir uma família comigo. Agora, esse sonho estava destruído.
Com o tempo, a dor foi se transformando em aceitação. Comecei a me convencer de que, talvez, não ter filhos fosse um sinal de que eu deveria focar em outras coisas. Minhas empresas, minha vida social, minha saúde mental.
Mas, então, Leonardo mencionou a possibilidade de adoção. No início, rejeitei a ideia. Parecia estranho criar uma criança que não era biologicamente nossa. No entanto, à medida que os dias passavam, a ideia começou a tomar forma na minha mente.
Quando ele mencionou que havia uma criança que era parente dele, fiquei intrigada. Ele nunca havia falado sobre família antes, o que tornava a situação ainda mais misteriosa. Eu não esperava o que viria a seguir.
A verdade sobre o caso de Leonardo me atingiu como um soco. Saber que meu marido havia me traído por três anos foi devastador, mas, ao mesmo tempo, algo dentro de mim mudou quando ouvi sobre a existência daquela criança.
No começo, a notícia me criou um misto de emoções. Eu estava furiosa com Leonardo pela traição, magoada por ele ter mentido para mim, mas não conseguia ignorar a esperança que se acendeu no meu coração. Essa menina poderia ser a resposta para tudo.
Sei que parece cruel, mas estou sendo honesta comigo mesma. A possibilidade de criar uma criança que compartilha o sangue do meu marido me dá um novo propósito. Eu sempre quis ser mãe, e agora essa oportunidade está diante de mim.
A menina, segundo Leonardo, é fruto de um erro dele, mas também é parte dele. E, de certa forma, essa conexão biológica faz toda a diferença. Eu sei que as pessoas costumam dizer que o amor é mais importante que o sangue, mas, para mim, saber que essa menina é filha de Leonardo torna tudo mais fácil de aceitar.
Agora, minha mente está completamente focada em um único objetivo: trazer essa menina para a nossa família. Maria Eduarda, a mãe da criança, está doente. Ela não pode cuidar da filha adequadamente. Eu, por outro lado, posso oferecer tudo que essa criança precisa: conforto, estabilidade, amor.
Ainda me sinto traída por Leonardo, mas percebo que o erro dele pode ser transformado em algo bom. Não posso mudar o passado, mas posso usar essa situação para criar um futuro melhor.
Enquanto penso nisso, lembro-me de um momento no hospital, logo após o acidente. Estava sozinha no quarto, olhando pela janela, enquanto a dor do corpo parecia se misturar à dor da alma. Uma enfermeira entrou e disse algo que nunca esqueci:
— Às vezes, as coisas ruins que acontecem na vida podem nos levar às coisas boas que nunca imaginamos.
Na época, aquelas palavras me pareceram vazias, mas, agora, elas fazem sentido. Talvez esse acidente não tenha sido apenas uma tragédia. Talvez ele tenha sido o caminho para algo maior.
Saber que existe uma menina lá fora que pode se tornar minha filha me dá uma nova razão para viver. Eu não vou desperdiçar essa oportunidade. Vou lutar por ela, mesmo que isso signifique enfrentar o julgamento das pessoas ou as consequências da traição de Leonardo.
Essa criança será minha, e eu farei de tudo para garantir que ela tenha uma vida melhor do que qualquer outra poderia oferecer.
Clara levantou-se do sofá, o olhar fixo no horizonte. Não havia mais dúvidas em sua mente. Ela sabia o que precisava ser feito, e ninguém, nem mesmo Maria Eduarda, poderia impedi-la de alcançar seu objetivo.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 83
Comments
Sandra Maria Pontes da Sil
Esses dois seres são desprezível ele muito mais que ela vai se aproveitar da Doença de MARIA EDUARDA pra roubar a MENINA LUNA dis braços da Mãe, isso é cruel demais, infelizmente existe esses seres nojentos que ao invés de ajuda a Mãe vai SIMPLISMENTE roubar a filha dela /Awkward//Awkward/
2025-04-05
0
Jorgete Das Chagas Scramignon (Gete)
Nossa que casal mas desgraçado! tomara que a Maria Eduarda de a volta por cima e bote esses dois para escanteio!
2025-03-23
1
Silvana Costa Carneiro
eu sabia que esse Leonardo não valia nada, Sara não tinha que ter dado esse endereço
2025-02-19
0