Leonardo estava sentado no sofá da ampla sala de estar de seu apartamento luxuoso em Manhattan, as mãos suadas enquanto observava Clara caminhar de um lado para o outro. A tensão no ambiente era palpável. Clara havia sugerido, dias atrás, que adotassem uma criança para preencher o vazio deixado pelo acidente que a impossibilitara de engravidar, mas Leonardo tinha algo mais em mente.
— Clara, eu... pensei bastante sobre o que você disse — começou ele, escolhendo as palavras com cuidado. — Sobre adoção. E talvez eu tenha uma solução que possa ser ainda melhor.
Clara parou de andar e cruzou os braços, olhando diretamente para ele.
— Melhor como, Leonardo?
Ele respirou fundo, sentindo o peso do que estava prestes a dizer.
— Existe uma criança... que é parente minha.
Clara franziu o cenho, e seu olhar se estreitou.
— Parente sua? Mas você sempre disse que não tinha mais família. Está mentindo para mim, Leonardo?
Ele gaguejou, desviando o olhar enquanto sentia o sangue esquentar.
— Não é bem assim, Clara.
Ela deu um passo à frente, os olhos fixos nele como um animal pronto para atacar.
— Então me conta a verdade. Agora.
Leonardo passou as mãos pelo rosto, sentindo o peso da confissão iminente. Não havia mais como fugir.
— Eu tive um caso... há alguns anos.
Clara arregalou os olhos, surpresa e furiosa ao mesmo tempo.
— Um caso?
Ele assentiu lentamente.
— Sim. Durante três anos, antes de tudo isso, antes do acidente... Eu me envolvi com uma mulher chamada Maria Eduarda. Foi um momento de fraqueza, Clara.
— Fraqueza? — Clara avançou nele, os punhos fechados. Começou a socá-lo no peito, a raiva transbordando. — Não manter seu órgão genital dentro das calças não é fraqueza, Leonardo, é falta de caráter!
Ele segurou os punhos dela, tentando acalmá-la, mas Clara estava descontrolada, lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto continuava a gritar.
— Eu te dei tudo! Meu amor, minha confiança, meu apoio! E é assim que você me paga?
— Eu sei que fui sem caráter, Clara! Eu sei! — gritou ele, tentando ser ouvido por cima da voz dela. — Mas eu estava confuso, perdido...
— Perdido? — Ela riu amargamente, afastando-se dele e cruzando os braços. — Você não estava perdido, Leonardo. Você sabia exatamente o que estava fazendo.
Leonardo respirou fundo, tentando recuperar a compostura.
— Maria Eduarda engravidou de mim.
Clara congelou. O silêncio que se seguiu era ensurdecedor.
— Ela... o quê? — perguntou Clara, com a voz baixa, quase um sussurro.
— Quando Maria Eduarda me contou que estava grávida, eu mandei ela embora. Disse que não largaria você, que ela precisava sair da minha vida.
— Você... — Clara começou, mas a voz falhou. Ela sentou-se no sofá, as mãos tremendo.
Leonardo se aproximou cautelosamente, ajoelhando-se na frente dela.
— Clara, escuta. Eu sei que errei, mas agora essa menina... ela é minha filha. Nossa última chance.
Clara levantou a cabeça, os olhos cheios de lágrimas e fúria.
— Última chance para quê, Leonardo? Para você consertar o que destruiu?
— Para você ser mãe, Clara. Para realizar o seu sonho.
Ela riu, incrédula.
— Você acha que eu quero ser mãe de um fruto da sua traição?
— Essa menina vai se parecer comigo, Clara. Ninguém vai desconfiar que ela não é sua filha. Ela pode ser nossa filha.
Clara balançou a cabeça, ainda tentando processar tudo, mas Leonardo não parou.
— Maria Eduarda está doente. Muito doente. Ela não vai conseguir cuidar da criança. Nós podemos dar a Luna — esse é o nome dela — uma vida que Maria nunca poderia oferecer.
— E o que você está sugerindo exatamente? — perguntou Clara, a voz fria.
— Podemos entrar com um pedido na justiça. Tirar a guarda dela.
Clara piscou algumas vezes, absorvendo as palavras. Lentamente, um sorriso começou a aparecer em seu rosto.
— Você realmente faria isso por mim? — perguntou ela, inclinando-se levemente para ele.
Leonardo segurou as mãos dela, os olhos suplicantes.
— Clara, eu faria qualquer coisa para te ver feliz.
Ela respirou fundo, os olhos brilhando de uma nova determinação.
— Então vamos até Maria Eduarda. Vamos tirar essa criança dela.
Leonardo assentiu, sentindo o alívio e a culpa misturados enquanto Clara finalmente se levantava, agora tão decidida quanto ele. O destino de Maria Eduarda e sua filha estava prestes a mudar para sempre.
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Atualizado até capítulo 83
Comments
Izaura Pessi
Pelo amor de Deus autora, você não vai fazer isso com a Duda não.ja está sofrendo por causa da doença e mais essa AFF
2025-03-12
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Marli Da Silva Gouvêa Castro Rosa
Chama o marido de sem caráter e quer se aproveitar de um momento de vulnerabilidade para tirar a filha da outra. Macaco senta em cima do rabo e fica criticando o rabo dos outros.
2025-03-10
1
Erlete Rodrigues
pelo amor dos meus filhinhos são dois capetas
2025-04-08
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