Capítulo 20

...Fabrício Alencar ...

A música ecoa na cozinha e eu canto a letra olhando para ela.

Nossos olhares são intensos e cheios de palavras não ditas.

Eu não consigo explicar, mas ela me prende só com o olhar, ela me fez ir atrás dela sem nunca ela ter me dito uma palavra de que queria algo comigo, mas tem algo nesses olhos, algo que me fazer querer ficar perto dela, me faz ir atrás dela.

Eu não posso estar apaixonado!

Não quando acabei de sair de um relacionamento de nove anos, sendo que oito foram de casamento.

Mas se não estou apaixonado, porque estou fazendo tantas loucuras por ela?

Eu nunca fui assim, nunca precisei correr atrás de mulher nenhuma, como já disse, elas sempre chegaram em mim, no caso as amigas da minha mãe, nunca precisei fazer esforço nenhum, elas sempre vieram para mim. Só precisei chegar na Mari, mas ela também estava apaixonada, não tive esforço nenhum e agora estou fazendo o impossível por essa.

Estou parecendo a p*rra de um adolescente, cheio de hormônios.

— Isso quer dizer então que decidiu ficar aqui comigo? — pergunto a girando no ritmo da música e a puxando de volta para mim.

— Sim, eu vou ficar, mas nem venha de saliência! — ela diz e eu sorrio de lado.

— Mas saliência é tão bom.

— Um passo de cada vez, me conquiste… — ela diz e eu sorrio.

— Eu vou… mas para eu poder te conquistar você precisa estar viva e bem alimentada, já está tarde e nós ainda não almoçamos. — digo dando um selinho nela e desligando a música em seguida.

— Hum… Fabrício Alencar cozinhando para mim, isso não é todo dia que acontece.

— Vai acontecer bastante durante esses dias.

— Você gosta de cozinhar?

— Sim, só não tenho tempo.

— Além de ser lutador, saber atirar, ser advogado, cantar, fotografar e cozinhar, tem mais algum talento?

— Hum… vamos ver, eu sei pilotar helicópteros, toco alguns instrumentos, acho que é só isso…

— Assim fica difícil pra concorrência! Você pegou os talentos todos pra você. — ela diz e eu sorrio negando com a cabeça.

— Isso é tão corriqueiro e normal para mim que eu nem chego a considerar talento.

— Mas é sim!

— Ei… E que história é essa de concorrência?

— É que você torna humanamente impossível de outra pessoa poder competir com você.

— E eu não quero mesmo competir com ninguém, pois eu só entro para ganhar.

— Ah! Mas tinha que ter um defeito no meio disso tudo.

— O quê? — pergunto sorrindo.

— Você é muito convencido.

— Na nossa profissão precisamos ser, temos que ser confiantes, aprenda desde já.

— Então, eu vou ter que ser uma metida convencida?

— Me acha um metido convencido?

— Um pouco.

— Ok… vamos almoçar então?

— Vamos. O que você fez?

— Algo simples e rápido, strogonoff de cogumelos.

— Hum, nunca comi, não de cogumelos.

— Espero que goste.

— O cheiro está maravilhoso.

— O gosto também. — digo e ela sorri negando com a cabeça.

— Vamos ver como você se sai no talento de cozinhar.

— Vamos ver.

Ponho a mesa e a sirvo primeiro e depois a mim, também servi duas taças de um bom Don Melchor Cabernet Sauvignon.

— Eu não vou beber vinho! — ela diz.

— Só uma taça, vai ver como cai bem com o prato.

— Acho que seu plano é me deixar bêbada pra eu ficar falando besteiras.

— Que nada! Essa nunca foi minha intenção.

— Tá! Mas vai ser só essa taça.

— O que você quiser meu bem. — ela se recosta na cadeira descansando os ombros e respira fundo. — O que foi?

— Você!

— O que foi que eu fiz?

— Fica falando essas coisas.

— O que eu disse?

— Essa história de: “tudo que você quiser meu bem!” — ela diz imitando minha voz e eu sorrio.

— Mas é meu bem, tudo que você quiser e só o que você quiser.

— Hum… Nossa! Isso tá muito bom. — ela diz experimentando a comida.

— Que bom que gostou.

— Eu como de tudo, não tenho frescura pra comida.

— Eu só não gosto muito de fritura.

— Pois eu amo, amo um belo de um pastel de feira com caldo de cana, uma coxinha de frango com uma coca bem gelada, eu amo.

— Você faz exercícios físicos? — ela sorri.

— A Rafa até tentou me arrastar pra academia, mas eu só aguentei dois dias, sai de lá quase sem conseguir andar, eu só faço caminhada e balanço minha raba em casa, como diz minha mãe, gosto daqueles aeróbicos que você faz em casa que envolve dança.

— Hum… eu iria adorar ver você dançando. — digo e ela fica vermelha.

— Misericórdia! Deus me livre.

— Porque? Você estava dançando bem animadinha ontem na balada quando eu cheguei.

— Ah, mas aí é diferente.

— Eu só não gostei da parte em que estava se esfregando naquele moleque.

— Ciumento…

— E se eu estiver com ciúmes? — dou de ombros.

— Bom, aí eu vou ter que dizer eu também sinto um pouco, por saber que já esteve aqui com sua ex. — ela diz olhando para baixo.

— Olhe para mim quando estiver falando meu bem, não precisa ficar com vergonha. — digo levantando a cabeça dela levemente com um toque em seu queixo. — Deixa eu te falar uma coisa, isso está no passado, apesar de ser recente, eu não costumo voltar atrás nas minhas decisões.

— Eu sei, mas não me sinto confortável.

— O que quer? Que eu compre outra casa? Eu compro! Se isso for te fazer sentir melhor, então eu compro.

— Também não é pra tanto! Só estou sendo sincera.

— Eu sei, obrigado por isso.

— As pessoas sempre comentavam que vocês eram um casal muito unido e que sempre estavam juntos e se apoiavam, bom isso segundo as páginas de fofoca, Rafa que me fala sobre vocês.

— Isso é verdade! Sempre fomos assim, mas as coisas pararam de dar certo. Eu sei que deve estar pensando que eu me encontro com ela e tudo mais, mas não, só teve uma vez e foi ela que me foi me procurar, mas saiba que isso não é algo que está acontecendo e a verdade é que não encostei em mulher nenhuma depois dela, só em você.

— Você tem mais sorte ainda! Ninguém nunca encostou em mim, não dessa forma…

— Graças a Deus! — digo.

— É! Pra você é muito bom mesmo, mas pra mim não.

— Por que não?

— Porque não tive quase nenhuma experiência, já você…

— Pense pelo lado positivo… eu posso te ensinar tudo.

— Eu já falei… me conquiste primeiro.

— Eu vou, pode ter certeza disso. E quando isso acontecer vou te mostrar tudo que quero fazer com você.

— O que quer fazer comigo? — ela pergunta desviando o olhar do meu.

— Eu não gosto muito de falar, eu prefiro te mostrar na prática tudo que quero fazer. — digo e ela pigarreia bebendo um gole do vinho.

— Que calor! O dia está muito quente hoje. — ela diz se abanando com as mãos e eu sorrio.

— É, realmente está muito quente hoje.

— Sim, deve ser o vinho também.

— É, com certeza é o vinho.

— Pode ter certeza que sim. — ela diz.

É morena, você já está pegando fogo e eu não te mostrei nem um terço do que quero e posso fazer como você…

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Comments

Vivi Mary

Vivi Mary

vou passar a tomar remédio de depressão antes de ler , Fabrício Fabrício o que é isso meu filho

2025-01-10

1

Leandra Carla De Oliveira

Leandra Carla De Oliveira

Autora do céu, ate eu quero vê o que o Fabrício tem a mostra para sua morena. Posta mais por favor .

2025-01-10

1

Rosa Hosana Santos

Rosa Hosana Santos

ainda diz que não está apaixonado por ela quer fazer tudo para ela se sentir bem

2025-03-14

1

Ver todos

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