...Fabrício Alencar...
Passaram algumas semanas desde meu último encontro com Mariana e ela tem me ligado regularmente e eu tenho rejeitado todas as suas ligações.
Eu não nasci para voltar atrás nas minhas decisões, eu posso até demorar para me decidir, mas quando isso acontece é para valer, eu sempre fui assim com tudo na minha vida. É assim também quando quero algo, quando decido que quero eu faço de tudo para que eu consiga, para o que eu quero seja meu.
Eu passei um ano inteiro tentando fazer nosso casamento dar certo, fazer ela ver que em um relacionamento os dois precisam ceder e no nosso somente eu estava cedendo e ninguém é capaz de ser feliz desse jeito. Eu não estava e ela também não estava.
Eu simplesmente não quero mais nada com ela, nosso relacionamento acabou e para mim quando isso acontece não tem mais volta. Acredito que você e a pessoa passarem a agir de forma diferente, não é mais como da primeira vez. Se acabou, cada um segue seu rumo e sua vida.
Hoje é sábado e eu decidi sair para caminhar um pouco no calçadão, mais tarde vou até a casa do meu irmão mais velho, ele e a esposa convidaram a família para almoçar na casa deles, Caio e Raquel não poderão ir, já que ela está de repouso por causa da gravidez e meu irmão não sai do lado dela. Se tem uma coisa que somos, é dedicados às nossas mulheres.
Costumo acordar cedo, mesmo aos finais de semana, mas hoje especificamente acordei às 8:30, que para mim é tarde, pois acordo todos os dias às 5:00.
Acordei, tomei banho, depois tomei café e agora já estou na minha caminhada.
— Fabrício? — alguém me chama e eu paro de andar e olho para trás. — Fiquei em dúvida se era você ou não, mas eu jamais esqueceria desse corpo gostoso.
— Oi dona Elisa. — digo olhando para a mulher com roupa de academia e ela faz uma careta.
— Dona Elisa? — dou de ombros. — Ah, não precisa dessa formalidade toda meu bem. Soube que se divorciou.
— Foi.
— E o que acha de sairmos?
— A senhora é casada.
— Sim meu amor, mas ele nem se compara a você, não há um homem nessa terra que tenha me feito g*zar como você me fez. — sorrio de lado. — Nenhum homem nesse mundo chupa como você amor.
Elisa é amiga da minha mãe, uma das que eu fiquei, fiquei com várias delas, muitas tinham maridos e eu não me orgulho disso, mas eu era um adolescente de dezessete anos, cheio de hormônios e doido pra f*der e elas me davam sexo fácil e elas queriam todo meu pique e juventude para satisfazer seus prazeres, coisa que os maridos não faziam.
— Isso nunca foi problema pra você, eu sempre tive marido e isso nunca impediu que você me f*desse gostoso, não só eu, mas muitas das minhas amigas, ou pensa que eu não sei quem tr*pava com elas também? — controlo a vontade de sair daqui e deixá-la falando sozinha.
Sou um homem de trinta e um anos? Sou! Mas há coisas que ainda me deixam muito constrangido.
— Eu era jovem.
— Ah, Fabrício! Vai me deixar com t*são?
— Seu marido pode resolver seu problema.
— Sei que estou mais velha agora, mas ainda dou pro gasto. Me acha feia?
— Não, a senhora é muito bonita, mas deve respeitar seu marido. Foi um prazer ver a senhora, até mais. — digo me afastando dela.
Não há a menor possibilidade de eu ficar com uma mulher casada atualmente, no passado eu fiz muito isso, mas eu era jovem e imaturo, jamais farei isso novamente.
Ela é uma mulher muito bonita e atraente, está no auge dos seus cinquenta e poucos e coloca muita novinha no chinelo. Se ela não fosse casada eu estaria levando ela para o motel mais próximo e a f*deria com todo prazer, mas nessas condições jamais.
Falando em novinha, lembrei da morena bonitinha, ela não me mandou nenhuma mensagem depois do dia em que lhe enviei o material, até tive vontade de enviar para ela, mas não quis parecer que estou desesperado por ela, que não é o caso. Achei ela bem interessante e ela vai acabar na minha cama, pois quando quero algo, eu consigo.
...Thamara Mendes...
Ontem fiquei até tarde fazendo meus docinhos para vender, as férias estão se aproximando e o pessoal da faculdade sempre faz uma viagem para uma cidade do litoral para passar alguns dias e para isso preciso ter dinheiro, pois dividimos o aluguel da casa de praia e também a alimentação e óbvio que vou querer passear e comprar umas coisinhas por lá.
Meus irmãos e meus pais já me ajudam com todos os gastos essenciais e para esse tipo de coisa eu gosto de pagar, tenho economizado desde o início do ano para isso e já tenho quase o suficiente.
— Não precisava ter acordado tão cedo em pleno sábado. — digo para Rafaela que fez questão de vir vender brigadeiros comigo.
— Eu sou sua amiga Thamy! Jamais te deixarei sozinha, é para todas as horas.
— Oh, me ama, não é?
— Amo! Você é minha melhor amiga, a irmã que eu não tive.
Rafaela é filha única, o pai dela tem um escritório de contabilidade e a mãe dela uma loja de roupas no shopping.
— Você também é a irmã que não tive. — digo, pois só tenho irmãos homens.
— Mas sabe que eu pagaria sua parte, não é? Amiga também é pra essas coisas.
— Não precisa, tenho economizado bastante.
— Então vamos vender esses brigadeiros! — ela diz.
Após muito tempo andando finalmente chegamos até o calçadão, essa época os turistas já começam a chegar para passar férias aqui no Brasil e minha amiga ama essa parte, ela adora pegar um gringo.
— O negócio agora começou a ficar animado! — ela diz, olhando para os homens caminhando sem camisa.
— Você e sua paixão pelos gringos.
— Eles são ótimos e quando pegam uma brasileira eles se jogam com tudo.
— Você não tem jeito Rafaela! Deveria sossegar esse facho!
— Pra quê sossegar se eu posso experimentar de tudo um pouco… Amiga que delícia! Aquele com certeza é gringo. — ela diz olhando para um homem de costas bebendo uma água de côco. — Vamos até lá oferecer os brigadeiros. — ela diz me arrastando.
Logo nos aproximamos do homem e minha amiga toma a frente para oferecer os brigadeiros.
— Bom dia. — ela diz e o homem se vira, olhando para ela e depois para mim, mas não diz nada e ela continua falando. — Estamos vendendo brigadeiros, são de ótima qualidade e muito saborosos, minha amiga que fez. — ela diz e ele sorri de lado e nos responde em um idioma que eu nem sei qual é, acho que italiano. Rafa olha para mim e sorri.
Os dois começam a conversar pelo tradutor do celular e finalmente ela consegue vender alguns brigadeiros para ele,que adorou nosso docinho.
Rafa acabou indo dar uma volta com o gringo e mostrar a cidade para ele, mas antes perguntou se eu não iria ficar chateada por ela ir e óbvio que eu respondi que não, ela já me ajudou bastante.
Minhas vendas foram muito boas hoje, sobraram somente dez brigadeiros, esses serão meus mais tarde quando for assistir minha série.
Decidi pegar um uber até em casa, já que estou um pouco longe de casa e ir de ônibus vai demorar muito e sem contar que estou com dinheiro, já que nem todas as pessoas fizeram transferências.
Pego o celular dentro da bolsa para pedir o carro no aplicativo.
Tudo acontece muito rápido quando dou por mim, passa um moleque e leva meu celular e eu sem pensar duas vezes saio correndo atrás dele.
— Devolve meu celular seu moleque! — grito e continuo correndo e por onde passo as pessoas olham para mim.
Alguém se coloca na frente do menino e ele esbarra e acaba caindo no chão, e corro mais rápido chegando lá rapidamente.
— Devolve meu celular! — digo e ele me entrega.
— Você fica aí! — a voz grossa e rouca ecoa nos meus ouvidos e meu corpo se arrepia inteiro e só então me dou conta de quem é o dono da voz. — Tudo bem com você? Se machucou? — ele pergunta.
— Estou bem.
— E você garoto, onde estão seus pais? — ele nega com a cabeça e quer chorar.
— Tudo bem, deixa ele ir, está tudo bem. — digo, pois meu coração não aguenta ver uma criança chorando, mesmo numa situação dessa.
— Não! Ele não vai, ele vai ficar aqui, ele não pode ficar na rua, sem responsáveis e cometendo crimes. — Fabrício diz tirando o celular do bolso para ligar para alguém.
— Você quer um brigadeiro? — pergunto sentando ao lado do menino que está sentado no chão e ele acena que sim com a cabeça. — Aqui, pode comer. — digo e ele sorri. — Qual o seu nome? — pergunto.
— Bruno.
— E onde estão seus pais Bruno? — pergunto.
— Meu pai deixou minha mãe quando ela tava grávida de mim e minha mãe tá em casa doente, ela não tem como trabalhar e o cara lá da rua de baixo disse que se eu conseguisse um celular ele ia me dar um dinheiro.
— Olha, não é assim que se consegue dinheiro, isso é crime, você quer acabar numa cadeia? — ele nega com a cabeça. — Isso que você fez não é certo, mesmo que tenha sido pra conseguir dinheiro pra cuidar da sua mãe, isso só piorou sua situação, porque agora você vai ter que responder por isso, vai acabar indo pra uma casa de detenção de menores e sua mãe vai ficar como? — ele começa a chorar. — Olha, não estou dizendo isso pra te fazer chorar e nem te deixar com medo, é apenas a realidade, por mim você iria embora.
Olho para cima e percebo que Fabrício está nos observando.
— Deixa ele ir doutor Fabrício. — peço.
— Só Fabrício… então, eu não deveria deixar você ir, mas vou deixar. — ele diz e Bruno se levanta. — Calma! Você não vai ainda, vamos até o supermercado comprar comida pra você e sua mãe e levar um médico pra ver como ela está. — Fabrício diz e eu sorrio.
— Obrigada. — digo só com os lábios e Fabrício sorri de lado.
— Vamos lá garoto?
— Você também vem moça? — Bruno pergunta para mim.
— Não, eu preciso ir pra casa.
— Vamos, por favor? — ele diz grudando no meu braço.
Olho para ele e vejo seus olhinhos e sei que ele está com medo de Fabrício e que se sente mais seguro comigo.
— Posso ir? — pergunto para Fabrício.
— Claro. Vocês só precisam me esperar aqui, vou pegar o carro em casa. Posso confiar que você não vai fugir? — Fabrício pergunta para ele e ele assente.
— Eu cuido dele. — digo.
— Ok. Já volto. — ele diz e sai andando apressado.
Alguns minutos depois ele volta, parando o carro próximo de onde Bruno e eu estamos.
Fabrício desce do carro, ele está impecavelmente vestido com uma calça jeans preta, uma blusa de gola polo azul, tênis preto e óculos escuros.
Ele abre a porta de trás, Bruno entra e eu vou entrar também com ele.
— Você vai na frente comigo.
— Não precisa, posso ir aqui com ele. — ele nega com a cabeça fechando a porta e abrindo a da frente para mim.
— Por favor.
— Obrigada. — digo e entro, ele entra em seguida, dá partida no carro e começa a cortar as ruas da cidade.
— Comeram todos os brigadeiros? — ele pergunta olhando para a minha cestinha vazia e eu sorrio.
— Guardamos um pra você. — digo e ele sorri.
— Os brigadeiros dela são muito bons, eu comi todos. — Bruno diz.
— Posso provar então? — Fabrício pergunta.
— Claro. — digo entregando o brigadeiro para ele, que o coloca na boca de uma vez.
— Hum… muito bom, pena que tinha só um. — sorrio.
— Posso fazer mais depois. — digo e ele sorri de lado.
— Eu vou cobrar. — ele diz e dessa vez eu que sorrio.
Algum tempo depois chegamos ao supermercado e descemos do carro.
— Você costuma fazer compras de supermercado? — Fabrício pergunta para mim.
— Sim, sempre faço isso com meus pais.
— Pode me ajudar com isso, eu não costumo cuidar dessa parte, não tenho muito tempo por causa do trabalho.
— Posso! Mas quem faz suas compras?
— No momento ninguém, preciso de alguém pra me ajudar com isso, preciso de uma funcionária, as que tinha ficaram com minha ex mulher e eu passei um tempo na casa dos meus pais e eles têm os deles, e como me mudei recentemente ainda não tive tempo pra procurar alguém.
— E como está se alimentando?
— Delivery de restaurantes.
— Entendi, vou perguntar pra minha mãe se ela conhece alguém.
— O que sua mãe faz?
— Cozinha pra uma família.
— Ah! E seu pai?
— Motorista dessa mesma família.
— Entendi, meu pai também já foi motorista.
— Sério?
— Sim e minha mãe professora.
— Interessante. As pessoas não falam muito dos seus pais.
— Eles são muito reservados.
— Iguais a você! — digo e ele sorri de lado.
— Sim.
— Também dizem que você fala pouco.
— O necessário, estou falando como você, não estou?
— Sim.
— E eu falo bastante, não falo?
— Sim.
— Então…
— É! Você tem um ponto. — digo e ele sorri.
— Eu tenho. — ele diz.
Nos próximos minutos nos dedicamos às compras e logo depois passamos tudo no caixa, Fabrício pagou e nós saímos do supermercado.
Logo após Bruno nos indica o caminho da sua casa, Fabrício aproveita e passa o endereço para o médico
Aqui é um bairro simples e a casa é bem humilde, mas na medida do possível bem organizada.
— Não contem pra minha mãe, por favor, ela vai ficar muito decepcionada comigo.
— Você tem que ter cuidado com quem se envolve garoto, nada de querer dinheiro fácil, tudo nessa vida vem com esforço e trabalho, está vendo essa moça bonita, ela vende brigadeiros, essa é a forma de ela ganhar dinheiro e você deve sim ajudar sua mãe, não sou contra, mas precisa se concentrar nos estudos e evitar andar com pessoas erradas.
— Escute o que ele está dizendo. — digo.
— Eu vou deixar meu número de telefone com você, caso precise pode me ligar. — Fabrício diz.
— Mãe, eu trouxe uns amigos que fiz hoje. — ele diz entrando no quarto.
— Não é aquele pessoal da rua de baixo não né?
— Não mãe, esses são gente de bem, me ajudaram com umas compras e ganhei até um docinho.
— O que você aprontou menino, estava pedindo na rua?
— Não mãe!
— Nós o encontramos no calçadão e ele nos contou que a senhora estava doente e nós resolvemos ajudar. — digo.
— Obrigada moça, obrigada ao senhor também.
— Nós trouxemos um médico. — Fabrício diz.
— Muito obrigada senhor, não tenho nem palavras para agradecer.
— Imagina.
Pelos próximos minutos o médico examina a mãe de Bruno e tudo indica que ela está com infecção urinária em estágio avançado, o médico pediu exames, que uma enfermeira virá coletar no dia seguinte, mas já deixou um remédio para aliviar a dor receitado e com os resultados dos exames ele vai receitar o antibiótico.
No meio tempo em que ela era examinada, fiz uma sopinha bem rápida para eles, que também vai sobrar para o jantar.
A mãe dele, Isaura, nos contou que trabalha fazendo faxinas, mas não estava conseguindo ir por causa da doença, já que estava com muita febre e dor.
Saímos da casa deles sob os agradecimentos dos dois e eu saio daqui com meu coração transbordando de gratidão por poder de alguma forma ter participado desse momento, na verdade Fabrício que ajudou financeiramente, mas eu participei e isso já me deixa muito feliz.
— Eu te convidaria para almoçar comigo, mas tenho um compromisso. — ele diz.
— Tudo bem, nem que me convidasse eu iria.
— E posso saber porquê?
— Hoje é sábado e meus irmãos e sobrinhos vão almoçar lá em casa e minha mãe faz lasanha e eu amo a lasanha da minha mãe.
— Entendi. Eu te deixo na sua casa então.
— Não precisa se incomodar, o senhor já está atrasado pro seu compromisso, eu moro bem distante de onde o senhor mora e suponho que seu compromisso seja para aqueles lados.
— Sabe onde eu moro?
— Suponho que seja próximo do calçadão, já que estava caminhando por lá e também não demorou muito para ir buscar seu carro.
— Observadora você. — ele diz e eu dou de ombros.
— Então se for me levar em casa vai se atrasar mais ainda.
— Não tem problema, não vou te deixar ir sozinha depois do que aconteceu.
— Eu vou de uber.
— Faço questão.
— O senhor pode me deixar no ponto de táxi então, os táxis são mais seguros.
— Vou te levar para casa.
— Pode esperar até o uber chegar aqui comigo e quando chegar em casa eu aviso.
— Ok.
— Obrigada.
Instantes depois o meu uber chega e eu me despeço de Fabrício com um aperto de mão, ele tem a mão firme, imagino que ele deve ter uma pegada forte, se na minha mão foi assim, imagine no resto do corpo.
Misericórdia, Thamara! Que tipo de pensamento é esse?!
Olho para trás e ele ainda está parado no mesmo lugar e só entra no seu quando estou bem distante.
Ele demonstrou ser bem diferente do que eu imaginava que fosse, ele não é tão calado e tem um coração bom.
Ponto pra você doutor Fabrício.
Quando Rafaela souber de tudo isso vaio surtar, só não ligo agora, porque ela está ocupada com o gringo.
Logo que chego em casa mando uma mensagem para ele avisando que cheguei bem e ele me responde com um “ainda bem”, que me tira um sorriso.
Cumprimento minha família e vou direto para o meu quarto tomar um banho, o dia de hoje foi bem interessante.
Agora vou focar na minha família e esquecer do belo moreno de olhos azuis.
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Atualizado até capítulo 61
Comments
Quase cinquentona🥴🥺😔😩
Bom..... diante dessa história de pegador e chupador das coroas , eu tenho que discordar com uma coisa: Fabrício NUNCA foi tímido! 🥴
Na verdade ele sempre foi o famoso come quieto . Um lobo em pele de cordeiro. 🤭
2025-01-28
31
Janete Oliveira
A culpa nem é dele. A mulher se oferecendo assim, deveria ser da msm forma a anos atrás. Aí não tem adolescente q vai negar fogo, elas q tinham q se dar ao respeito, já q além de serem casadas o cara era filho da amiga.
2025-04-11
1
⭐𝐕𝐞𝐫𝐚 𝐅𝐫𝐞𝐢𝐭𝐚𝐬💫
Menino isso é que vc não viu o que a coroa falou que ele faz com a língua 😂😂😂🤭
2024-12-29
2