Me chamo Dmitry Macarov, e meu nome carrega peso em São Petersburgo. Para muitos, sou um empresário. Para os que realmente importam, sou a personificação da máfia nesta cidade. Trabalho lado a lado com Vladimir Abramovich, meu ex-sogro, em um império construído à base de sangue e ferro. Nosso negócio é controlar tudo: das ruas aos grandes salões.
Mas minha vida tomou um rumo inesperado há alguns anos, quando minha noiva, Olga Abramovich, desapareceu. Prometida a mim desde que era apenas uma garota, ela fugiu, rejeitando não apenas nossa família, mas a mim. Passei anos caçando-a, sem sucesso. Ela se tornou um fantasma, até recentemente. Descobrimos que Olga está viva, vivendo na França sob o nome de Anastásia. Agora, é uma juíza, algo que nem eu nem Vladimir, seu pai, conseguimos engolir.
O escritório dele era um reflexo do homem: imponente, repleto de móveis pesados de madeira escura e uma presença sufocante de poder e tradição. Entrei sem bater; com Vladimir, formalidades eram dispensáveis. Ele estava sentado atrás da enorme mesa de mogno, revisando alguns documentos.
— Encontramos Olga. — A voz saiu firme, sem rodeios. — Ou melhor, Anastásia, como ela se chama agora.
Ele ergueu os olhos lentamente, a expressão impassível.
— Então ela está viva. — Ele disse com um tom quase desinteressado, mas eu sabia que a notícia o impactara.
— Sim, e parece que ela andou brincando com fogo. Foi ferida há poucos dias.
Vladimir fechou o arquivo à sua frente com um estalo.
— Que tipo de fogo? — perguntou, cruzando as mãos sobre a mesa.
— Ela está envolvida com gente grande. Juíza, agora. — Minha voz carregava ironia. — Parece que decidiu que a lei é mais atraente do que a máfia.
Ele soltou uma risada seca, um som sem humor.
— Não me surpreende. Olga sempre foi a ovelha negra. Sempre achou que era melhor do que todos nós. — Ele se recostou na cadeira, os olhos fixos em mim. — E o que você quer fazer com isso, Dmitry?
— Vou atrás dela.
O olhar de Vladimir endureceu, mas ele não demonstrou emoção além disso.
— Você é livre para fazer o que quiser, mas saiba disso: Olga morreu há oito anos para mim. Não tenho filha. Ela fez sua escolha quando fugiu, e eu lavei minhas mãos.
— Talvez ela tenha morrido para você, mas para mim, ela ainda é minha noiva. — Cruzei os braços, firme. — E vou trazê-la de volta, nem que tenha que ir até o inferno para isso.
Vladimir balançou a cabeça, um sorriso amargo surgindo em seus lábios.
— Você sempre foi teimoso, Dmitry. Faça o que quiser. Mas saiba que, se ela cruzar o meu caminho novamente, será tratada como qualquer outro inimigo.
Eu não respondi. Apenas virei as costas e saí do escritório. Se Vladimir não queria Anastásia de volta, era problema dele. Eu, por outro lado, estava disposto a fazer o que fosse necessário para trazê-la de volta para onde ela pertencia: ao meu lado.
A respiração ainda estava descompassada, o calor do momento permanecendo no ar. Eu estava deitada na cama, os lençóis desarrumados cobrindo parte do meu corpo, enquanto Émile estava ao meu lado, apoiado em um dos cotovelos, o olhar intenso fixo em mim. Ele tinha aquele maldito sorriso de canto, como se soubesse exatamente o efeito que tinha sobre mim.
— Então, me diz, Émile... — comecei, com a voz ainda baixa. — Quem é você, de verdade? O que você faz da vida?
Ele ficou em silêncio por um momento, os olhos analisando meu rosto como se estivesse decidindo o quanto deveria dizer.
— Eu cuido dos negócios da minha família. — A resposta foi evasiva, mas a forma como ele disse não deixava margem para mais perguntas.
— Que tipo de negócios? — insisti, arqueando uma sobrancelha.
Ele não respondeu com palavras. Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Émile se inclinou e me beijou, sua língua invadindo minha boca com uma intensidade que fez meu corpo inteiro reagir. Eu quis empurrá-lo, mas ao mesmo tempo, não consegui resistir. Era como se ele tivesse o poder de calar todas as minhas dúvidas com um único toque.
Quando ele finalmente se afastou, eu estava ofegante, mas ainda não satisfeita.
— Isso não foi uma resposta. — Eu disse, mas minha voz saiu menos firme do que eu gostaria.
Ele sorriu, a mão deslizando pela minha cintura.
— Foi o suficiente por agora.
Revirei os olhos, mas deixei o assunto de lado. Estava faminta, e não tinha paciência para discutir com ele naquele momento.
— Estou com fome. Vou pedir comida japonesa para a gente. — Peguei o telefone ao lado da cama, mas antes que pudesse discar, ele me puxou para mais um beijo, interrompendo meu movimento.
— Você não cansa? — perguntei entre risos, tentando afastá-lo.
— De toi ? Jamais (De você? Jamais). — Ele murmurou, sua boca ainda contra a minha.
Apesar de tudo, não consegui evitar um sorriso. Émile tinha aquele jeito arrogante e provocador que, por alguma razão, fazia meu coração bater mais rápido.
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Atualizado até capítulo 71
Comments
Claudia
Minha Nossa Senhora da Máfia que capítulo foi esse Anastásia é filha de um Máfioso 🤔🤔🤔🤔🤔🤔♾🧿
2024-12-30
33
Andréa Debossan
Quem diria hem? Filha de mafioso é prometida a outro mafioso, agora como vai ser se tá enrascada com outro mafioso, coitada não tem jeito de fugir a mafia esta em seu sangue
2025-02-12
1
Cleide Afonso
Além de ser filha de mafioso é prometida de outro mafioso
o Emili vai ter que brigar muito por ela ja tô até vendo mafioso
X mafioso
2025-01-12
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