Uma semana havia se passado desde que eu deixei o hospital. Meu corpo começava a se recuperar, mas minha mente ainda estava presa àqueles detalhes que Pierre havia compartilhado. Os corpos dos criminosos haviam sido encontrados em um rio, brutalmente torturados antes de serem executados. As autoridades não tinham pistas, e o mistério só crescia. Quem estava por trás disso? E qual seria o próximo passo?
Desde o hospital, Émile havia desaparecido. Mesmo após voltar ao apartamento, não o vi mais nos corredores ou no elevador. Parte de mim sentia alívio. A outra... bem, era uma sensação que eu não queria admitir.
Foi essa inquietação que me levou até sua porta naquele dia. Bati algumas vezes, esperando que ele atendesse, mas a demora me incomodou. Quando a porta finalmente se abriu, uma mulher apareceu.
Alta, deslumbrante, com um sorriso que parecia um desafio. Seus olhos me avaliaram de cima a baixo antes de falar com um tom doce e venenoso.
— Posso ajudar?
Meu desconforto foi instantâneo, mas me recusei a demonstrá-lo. Respirei fundo, mantendo a compostura.
— Eu queria falar com o Émile, mas vejo que ele está ocupado. — A frase saiu mais fria do que eu pretendia, e me virei para sair antes que ela pudesse responder.
Enquanto me afastava, uma pontada de frustração crescia no peito. Por que aquilo me incomodava tanto? Eu e Émile tínhamos compartilhado apenas uma noite. Nada mais. Nenhum compromisso. Ele não me devia nada.
Mas, droga, eu estava chateada.
Na noite passada, eu trouxe Giovana para o meu apartamento. Ela era tudo que qualquer homem poderia querer: sexy, perigosa e completamente entregue. Filha de um aliado poderoso, ela sabia exatamente o que fazia. E eu também sabia como usá-la para esquecer... Ou pelo menos tentava.
Giovana era perfeita, mas não era Anastásia, e isso era uma merda. Cada vez que eu me aproximava, cada vez que os lábios dela se aproximavam dos meus, a imagem da Anastásia invadia minha mente como um veneno lento, me lembrando de algo que eu nunca deveria desejar.
Eu me levantei, deixando Giovana sozinha na cama. Dormiu no meu apartamento, mas, na prática, foi só isso. Nem toquei nela além do necessário. Que porra estava acontecendo comigo? Eu nunca fui desse jeito. Nunca deixei uma mulher me desmontar.
No dia seguinte
Saí do banho com a toalha pendurada no quadril, ainda com a água escorrendo pelo meu peito. Giovana estava no sofá, tomando um café.
— Quem era? — perguntei, secando o cabelo.
Ela deu de ombros.
— Uma mulher. Queria falar com você, mas mudou de ideia e foi embora.
Me virei para ela, os olhos estreitados.
— Que mulher?
— Sei lá. Loira, alta, bonita. — Ela sorriu, debochada. — Parecia nervosa.
Anastásia. Só podia ser. O que diabos ela queria? Por um momento, me perguntei se deveria ir atrás dela, mas deixei para lá.
...----------------...
Horas depois
Anastásia estava entrando no elevador quando a vi. Quase me escapou, mas a segurei pelo braço antes que pudesse sumir. A puxei com força, encostando-a contra a parede de metal.
— Où allez-vous comme ça, hein (Onde você pensa que vai assim, hein) ?— perguntei, minha voz baixa, carregada de algo que nem eu entendia.
Ela tentou se soltar, mas minha mão estava firme em sua cintura.
— Me solta, Émile. Não estou com paciência para os seus joguinhos hoje.
Sorri, aquele sorriso que a irritava, mas que eu sabia que mexia com ela.
— Joguinhos? Non, princesse. Você parece chateada. Estou apenas tentando entender você.
— Eu não estou chateada.
Me aproximei mais, nossos rostos a poucos centímetros. Meu hálito quente encontrou o dela.
— Non? Então por que está fugindo de mim como se tivesse visto um fantasma?
Ela desviou o olhar, mas não conseguiu se afastar. Minhas mãos apertaram sua cintura um pouco mais, forçando-a a me encarar.
— Diz a verdade, Chérie... Você está com ciúmes?
Seus olhos se arregalaram por um segundo antes de ela recompor a expressão.
— Ciúmes? Não seja ridículo, Émile. Você não é importante o suficiente para isso.
Sorri, mas dessa vez, havia algo mais no meu olhar. Inclinei-me ainda mais perto, minha voz saindo como um sussurro carregado de perigo e desejo.
— Ah, mas é claro que sou. Só que você não quer admitir, não é?
Ela tentou se afastar, mas eu a encurralei novamente, minha mão deslizando até sua nuca, mantendo-a onde eu queria.
— E aquele seu amigo? — perguntei, minha voz agora mais fria. — O que ele significa para você?
Ela congelou. Por um momento, pensei que não responderia, mas então falou, a voz trêmula.
— Por que isso importa? Você mesmo disse que não gosta de se apegar. Que só se importa com sexo sem compromisso, sem cobranças...
Me inclinei mais, meu rosto tão próximo do dela que podia sentir seu coração acelerado.
— Oui(sim), e você concordou, não foi? Você disse que eu estava certo.
— Então, o que mudou, Émile? — Ela perguntou, tentando soar firme, mas sua voz saiu como um suspiro.
— Tout a changé (Tudo mudou)... — murmurei, minha voz carregada de algo cru e sincero. — Porque eu não consigo tirar a droga da sua imagem da minha cabeça. Não consigo beijar outra boca além da sua.
Minha testa encostou na dela, e meu tom se tornou ainda mais baixo, rouco.
— E não consigo foder mais ninguém depois de você.
Ela ofegou, os olhos se enchendo de algo entre surpresa e desejo. Não esperei mais. Tomei seus lábios em um beijo quente, voraz, faminto. Minhas mãos deslizaram pela sua cintura, trazendo-a ainda mais para perto enquanto o mundo ao nosso redor desaparecia.
Seus dedos agarraram minha camisa, e naquele momento, eu sabia: Anastásia era minha maldição. E eu não queria ser salvo.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 71
Comments
Cintia Maria Lemos Tavares
Aos 52 anos bem vividos, costumo dizer que fui pra todos os carnavais que pude e beijei todas as bocas que não pude, mas nunca encontrei um homem realmente sedutor que me fizesse desejar mesmo longe ainda bem que tem a literatura pra nós fazer chorar pelos orifícios kkkkk
2025-01-18
42
Maria Elisa Simões
Eu digo o mesmo amiga Cíntia pulei muitos carnavais também beijei muito até quem não conhecia mas homem assim nunca tive e na idade que estou hoje se aparecesse na minha frente eu agarraria com unhas e dentes e não soltaria mais e quem chegasse perto eu matava.Anastacia não dá mole pra outras carregar de você não vai em frente mulher
2025-02-16
0
Gislaine Duarte
eu sabia que ele não ia resistir a mto tempo sem falar com ela 😂
2024-12-23
14