CAPÍTULO 12#

A mensagem de Hugo veio rápida. Três filhos da puta capturados, traficantes que estiveram envolvidos no atentado. O destino deles? O matadouro, um depósito abandonado nos arredores de Marselha que servia a um propósito singular: interrogatório e execução.

Liguei o motor do carro e acelerei para lá, o ronco da Lamborghini cortando o silêncio da noite. O volante parecia frio nas minhas mãos, mas minha mente fervia. Esses desgraçados iam sangrar até não conseguirem mais gritar. Eu ia descobrir cada detalhe dessa merda, nem que precisasse arrancar a pele deles pedaço por pedaço.

Quando cheguei, Hugo estava me esperando na entrada. Ele acendeu um cigarro, seus olhos fixos em mim enquanto me aproximava.

— Eles estão lá dentro, Émile. Amarrados. E bem... — Ele deu um sorriso sombrio. — Vamos dizer que Jules já começou a aquecer a noite.

— Bien (Bom). Mas agora é minha vez. — Passei por ele, entrando no galpão iluminado apenas por lâmpadas penduradas no teto.

O cheiro de sangue e suor já pairava no ar, misturando-se ao odor metálico da ferrugem. Os três homens estavam amarrados a cadeiras de aço, cada um com sinais claros de que Jules havia sido criativo: rostos inchados, cortes no rosto, e um deles tinha um dos dedos em um ângulo impossível.

— Messieurs (Senhores), vocês me pouparam o trabalho de encontrá-los. Agora só resta me darem o que eu quero. — Meu tom era tranquilo, quase educado, enquanto tirava o paletó e dobrava as mangas da camisa.

Um deles cuspiu no chão, com os olhos cheios de ódio.

— On ne dira rien (Não diremos nada).

Hugo, que estava ao meu lado, soltou uma risada baixa.

— Esse aí tem coragem, hein?

Me abaixei, ficando na altura do rosto do homem que falou. Aproximei-me o suficiente para que ele sentisse minha respiração no rosto.

— Courage est une qualité admirable (Coragem é uma qualidade admirável), mas não vai te levar longe aqui. — Sorri, pegando uma faca longa de uma mesa ao lado. — Vamos começar devagar. Um pequeno incentivo, talvez?

Levantei a faca e enterrei lentamente no músculo da coxa dele. Não o suficiente para atingir uma artéria, mas o bastante para fazer ele gritar como um porco.

— Isso é apenas o início, meu amigo. Vamos tentar de novo. Quem deu as ordens?

Outro dos homens começou a suar. Ele olhou para mim, depois para os companheiros.

— Nous ne savons rien! (Não sabemos de nada!)

A resposta foi suficiente para me fazer perder a paciência. Peguei uma chave de fenda da mesa, coloquei contra a unha do dedo mindinho dele e comecei a pressionar. Ele gritou, se debatendo, mas não havia para onde ir.

— Quem deu as ordens?! — Minha voz ecoou pelas paredes do galpão, fria e cheia de autoridade.

O primeiro começou a falar, a voz entrecortada por soluços.

— Deux politiciens (Dois políticos)... na prisão... eles deram as ordens!

Parei, a chave de fenda ainda presa ao dedo do outro homem. Me aproximei do que falava, meus olhos fixos nos dele.

— Nomes.

— Vincent Matin e Alain Laurent! Estão presos, mas foram eles!

Minha mandíbula travou. Eu sabia quem eram.

Levantei-me devagar, caminhando de um lado para o outro.

— Eles acham que podem dar ordens de dentro de uma cela, hm? Pensam que estão seguros.

Um dos homens começou a implorar.

— Nous avons juste exécuté les ordres! Nous n’avons rien contre vous! (Nós só executamos as ordens! Não temos nada contra você!)

Sorri, um sorriso frio e vazio.

— Isso é verdade. Vocês não têm nada contra mim. Mas agora eu tenho algo contra vocês.

Apontei para Hugo.

— Dois deles são seus. Acabe com eles. — Então, olhei para o terceiro, o que havia falado primeiro. — Esse aqui é meu.

Peguei um alicate, me aproximando dele.

— Você não devia ter se envolvido, mon ami. Agora, vai pagar o preço.

Enquanto Hugo arrastava os outros dois para fora, seus gritos enchendo o ar, eu comecei a trabalhar no último. Não houve pressa. O alicate, a faca, até mesmo uma tocha de solda. Cada ferramenta foi usada com precisão, arrancando gritos que ecoariam na minha cabeça por dias.

Quando ele finalmente parou de se mexer, limpei as mãos e me virei para Hugo, que voltava para o galpão.

— E agora? — Ele perguntou, seus olhos ainda brilhando com a violência da noite.

— Agora, descobrimos como matá-los.

...----------------...

O sol mal tinha nascido quando a mensagem chegou. O informante, com medo e um preço altíssimo, revelou o que eu precisava: Laurent e Martin seriam transferidos para o presídio de segurança máxima naquela tarde.

Fiquei olhando para o telefone por um momento, o sangue fervendo. Esses filhos da puta ainda estavam vivos, achando que as barras de uma cela podiam protegê-los. Não. Eu não ia esperar que a justiça cuidasse deles.

Peguei o paletó e liguei para Hugo.

— Rassembler tout le monde. maintenant (Reúna todos. Agora). Quero cada desgraçado no galpão em vinte minutos.

Não esperei resposta. Desliguei e acelerei para o local, a mente trabalhando rápido enquanto as rodas da Lamborghini rasgavam o asfalto.

No galpão, o clima estava tenso. Meus homens estavam reunidos ao redor da mesa, o mapa da rota de transferência estendido no centro. A luz fraca da lâmpada balançava acima de nós, lançando sombras sobre os rostos sérios de cada um.

— Eles serão transferidos às três da tarde. Viaturas blindadas, dois carros de escolta, seis policiais no total. Ils ne s'arrêteront pour rien(Não vão parar por nada).

— E como diabos vamos interceptar isso sem virar notícia de primeira página? — Jules perguntou, afiando uma faca entre os dedos, como se já estivesse imaginando o sangue.

— Com inteligência. — Respondi, seco. Apontei para o mapa. — Aqui. Esse ponto na estrada é cercado por árvores e fora de qualquer câmera. Um “acidente” vai obrigá-los a parar. Hugo e Jacques vão usar o caminhão para bloquear a pista. O resto de nós estará esperando nas sombras. Quando eles pararem, entramos. Précision. Vitesse( Precisão. Rapidez). Ninguém dispara até o meu sinal. Entendido?

— La police (E os policiais)? — Hugo perguntou, acendendo um cigarro.

— Não matamos a menos que eles deem motivo. — Cruzei os braços, encarando cada um deles. — Mas não deixem eles pensarem que têm uma chance. Desarmem, prendam, e deixem pra trás. Só queremos Laurent e Martin.

Houve murmúrios de concordância, mas Jules ainda estava inquieto.

— E se alguém resistir?

Aproximei-me dele, a voz baixa e firme:

— Se resistirem, Jules, você faz o que for preciso. Mas lembre-se: quero esses dois vivos. Ils sont à moi (Eles são meus).

Ele sorriu, satisfeito.

...----------------...

Às três da tarde, a emboscada estava pronta. Hugo estava no caminhão, estacionado de lado na estrada estreita. A traseira estava aberta, caixas falsas espalhadas pelo chão, simulando um carregamento caído. Ele parecia apenas mais um caminhoneiro azarado.

Eu e Jules estávamos escondidos em um SUV, estacionado a poucos metros de distância, entre as árvores. Os outros homens estavam posicionados em pontos estratégicos ao redor da estrada, prontos para fechar o cerco.

A voz de Hugo soou pelo rádio.

— Véhicules en approche. Deux voitures, exactement comme prévu (Viaturas se aproximando. Dois carros, exatamente como esperado). Estão reduzindo a velocidade.

Peguei minha Glock e olhei para Jules.

— Pronto para a festa?

Ele sorriu, balançando a cabeça.

— Sempre

Colocamos as máscaras pretas, ajustei as luvas e minha roupa, não podíamos cometer nenhum deslize.

A primeira viatura parou, os policiais descendo com armas em punho. Dois deles se aproximaram de Hugo, enquanto o terceiro ficou na porta do carro de escolta, os olhos varrendo a área.

— Maintenant (Agora). — Minha voz saiu firme pelo rádio.

Abrimos as portas do SUV e avançamos em silêncio, as armas apontadas. Jules foi direto para o policial que guardava a escolta, desarmando-o com um golpe no pulso antes de pressionar a lâmina da faca contra seu pescoço.

— Ne bougez pas, connard (Não se mexa, babaca). — Ele sussurrou, frio, enquanto o homem congelava de medo.

Hugo distraiu os dois policiais à frente, enquanto Jacques e outro dos nossos os cercaram pelas laterais.

— Messieurs, je vous suggère de déposer vos armes (Senhores, sugiro que larguem suas armas). — Minha voz cortou o ar enquanto me aproximava da viatura principal.

— Pour qui diable te prends-tu ( Quem diabos vocês pensam que são )? — Um deles rosnou, mas o suor em sua testa dizia tudo.

— A última coisa que vocês vão querer enfrentar hoje. — Retirei a arma do coldre de sua cintura com um movimento rápido.

O policial do carro de escolta tentou reagir, mas Jules o derrubou com um golpe seco na têmpora.

— Eu avisei para não reagir. — Ele resmungou, arrastando o homem para o lado da estrada.

Caminhei até a porta traseira da viatura principal, chutando-a aberta. Laurent e Martin estavam lá dentro, algemados e tremendo.

— Surpresa, filhos da puta. Achavam que iam escapar de mim?

Laurent tentou falar, mas o pânico o deixou sem voz.

— Vocês têm duas opções: saem andando ou eu arrasto vocês. Choisissez vite( Escolham rápido ).

Eles obedeceram, descendo da viatura com os olhos arregalados. Hugo já estava prendendo os policiais no carro de escolta, enquanto Jacques e os outros preparavam as viaturas para serem queimadas.

— Tudo limpo, Chefe.

Assenti, puxando Laurent e Martin pelos braços.

— Allons-y. Nous avons un long chemin vers l'enfer (Vamos. Temos um longo caminho até o inferno).

Enquanto nos afastávamos, a fumaça das viaturas incendiadas subia ao céu, misturando-se com o silêncio que agora dominava a estrada.

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Comments

Elis Rodrigues

Elis Rodrigues

Era o que vivia julgando os primos,agora tá matando meio mundo por uma noite com uma mulher que nem é mulher dele...é Émile a língua é chicote de nos mesmos

2025-02-05

21

marciamattos mattos

marciamattos mattos

o Émile falou tanto do Louis é do Damian é depois depois de uma noite tá matando meio mundo imagina quando casar kkk

2025-02-17

1

Elisabete Correia

Elisabete Correia

pois é..... o que uma mulher provocou no Emile hein isso pq disse que não se amarra a nenhuma kkkkkkk

2025-02-16

0

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Atualizado até capítulo 71

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