O som da maçaneta girando foi o suficiente para acender meus instintos. Minhas mãos foram direto para a pistola na cintura, fria e confortável, como uma extensão do meu próprio corpo. Eu me movi rápido, me escondendo atrás da porta, os músculos tensos, pronto para agir.
Ouvi os passos dela entrando. O som dos saltos ecoando no chão impecavelmente polido.
— Droga... meu celular. — O murmúrio dela foi baixo, quase inaudível, mas claro o suficiente para eu entender.
Porra, ela esqueceu o celular em algum lugar. Esperei ela sair, segurando a respiração, a pistola firme na mão.
Assim que ouvi a porta se fechar novamente, guardei a arma e saí rápido. Meu coração estava acelerado, mas um sorriso se formou nos meus lábios.
— Porra, essa mulher vai me dar trabalho, hein.
No dia seguinte
O Tribunal de Marselha era um edifício imponente, com paredes de pedra clara e um ar austero que intimidava até os mais confiantes. Meu escritório ficava no terceiro andar, espaçoso, mas funcional. Livros de direito alinhavam as prateleiras, enquanto uma pequena pilha de arquivos tomava conta da minha mesa.
Eu estava de pé, olhando pela janela, quando Pierre entrou sem bater, como sempre fazia.
— Você leu os últimos relatórios? — ele perguntou, jogando um dossiê sobre a mesa.
— Sim. — Peguei os papéis e me sentei, folheando rapidamente. — Temos quase tudo que precisamos para condenar esses desgraçados.
— Quase não é suficiente. — Ele cruzou os braços, o cenho franzido. — Esses homens têm amigos nos lugares certos. Se não formos cuidadosos, podem acabar nos enterrando antes que consigamos terminar.
Levantei os olhos para ele, a expressão séria.
— Então vamos garantir que nada fique de fora. Precisamos de provas sólidas, algo que nem os melhores advogados possam refutar.
Ele suspirou, esfregando o rosto.
— Eu sei. Mas isso significa que você vai ter que ser ainda mais cuidadosa. Esses caras jogam sujo, Anastásia.
— Sempre jogaram, Pierre. — Voltei minha atenção para os papéis. — E é por isso que eles precisam ser parados.
O dia continuou entre audiências, reuniões e análises de provas. Era um trabalho exaustivo, mas eu nunca fugia de um desafio. Sabia que, com cada decisão tomada, me aproximava mais de colocar homens perigosos atrás das grades.
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À noite, no meu apartamento
Eu tinha acabado de sair do banho, vestindo apenas um robe de seda, quando ouvi o som inconfundível de algo se movendo na sala de estar.
Meu coração disparou. Peguei a arma que guardava na gaveta do criado-mudo e caminhei devagar até a porta do quarto. A adrenalina corria como fogo nas minhas veias.
Assim que a porta do meu quarto abriu um pouco, vi a sombra de um dos homens armados. Não pensei duas vezes. Atirei, e o corpo caiu no chão com um baque pesado. Mas então veio o inferno.
Balas começaram a rasgar a madeira da porta, e eu me joguei para trás, fechando-a e empurrando um móvel para bloqueá-la. O som era ensurdecedor, e eu sabia que minhas chances eram mínimas.
"Será que é assim que termina?" pensei, tentando manter a calma. Meu peito subia e descia rapidamente, o suor escorrendo pela testa.
De repente, ouvi mais tiros. Mas dessa vez, eles não eram direcionados para mim. E, em seguida, o silêncio. Um silêncio tão absoluto que parecia impossível depois de tanto caos.
Esperei, contando cada segundo, até que finalmente criei coragem para abrir a porta.
Meu apartamento estava um cenário de guerra. Homens armados, mortos no chão, sangue manchando o carpete. Olhei em volta, tentando entender o que diabos tinha acontecido.
— Quem... fez isso? — murmurei para mim mesma, perplexa.
Horas depois, o apartamento estava cheio de policiais, fotógrafos e peritos. As perguntas vinham de todos os lados, mas eu mal conseguia processar. Ainda estava tentando entender como saí viva daquela situação.
Quando Pierre chegou, ele ignorou as formalidades e me puxou para um abraço apertado.
— Meu Deus, Anastásia... Você está bem?
Senti um nó na garganta, mas assenti, permitindo-me relaxar um pouco nos braços dele.
— Estou... mas foi por pouco.
Ele me segurou pelos ombros, os olhos cheios de preocupação.
— Vamos descobrir quem está por trás disso. E eu juro, Anastásia, que eles vão pagar.
Mal sabia ele que a verdadeira questão na minha mente era outra. Quem me salvou?
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Atualizado até capítulo 71
Comments
Faini Kuzmickas
Nossa autora estou no terceiro livro seu,vc é demais !!!que vocabulário maravilhoso,teu rom tem começo, meio e fim muita criatividade meus Parabéns....
2025-01-01
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Maria Gomes
Quem te salvou foi seu vizinho arrogante e presunçoso 😏 Émile Castelli e vai te preparando que seus dias de paz ✌️ estão contados e preço do salvamento chegará, o perigo mora ao lado /Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm/
2025-02-06
1
엘리 케이로스
PV; TWM UM MAL-ENTENDIDO ELA NAO FUGIU PARA CASAR COM OUTRO .PENSO QUE TEM AVER COM O PASSADO DELA OU O CASA QUE ELES ESTAVAM INVESTIGANDO E ESSA CRIANÇA É FILHA DELE.
2025-01-07
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