Meu nome é Anastásia Abramovich. Sou russa, nascida em São Petersburgo, mas há oito anos fiz da França meu lar. Cheguei aqui aos vinte, buscando distância de um passado que prefiro manter enterrado. Hoje, aos vinte e oito, construí uma vida que reflete o controle e o poder que almejei.
Recentemente, mudei-me para um apartamento no penúltimo andar de um dos prédios mais sofisticados de Marselha. O lugar era amplo, moderno, com grandes janelas de vidro que ofereciam uma vista panorâmica da cidade. Um espaço digno de mim.
Minha rotina é organizada, disciplinada, assim como a carreira que escolhi. Sou juíza, e com isso vem uma infinidade de responsabilidades. Passo meus dias em tribunais, analisando casos, assinando sentenças, e lidando com as complexidades do sistema jurídico. É uma vida agitada, mas que eu abracei com determinação.
No entanto, essa noite estava sendo um teste para minha paciência. A música alta e os risos vindos do apartamento ao lado estavam perturbando meu descanso. Tudo o que eu queria era um pouco de silêncio, mas meu vizinho parecia não entender o conceito de respeito.
Depois de resistir por longos minutos, levantei da cama, vesti um roupão de seda e fui até a porta dele. Bati firme, esperando um olhar de surpresa ou talvez até desculpas, mas o que encontrei foi algo bem diferente.
Ele abriu a porta quase sem roupa, um copo de whisky na mão e uma expressão irritada no rosto. O homem era, sem dúvida, atraente. Alto, com ombros largos, o corpo banhado por tatuagens e uma arrogância que parecia transbordar de cada gesto. Mas também exalava problema, do tipo que eu prefiro manter a quilômetros de distância.
Depois de discutir, sentia meu sangue ferver. Não havia nada mais irritante do que homens como ele, cheios de si, achando que o mundo gira ao seu redor.
— Regarde, princesse (olha, princesa), se quer silêncio, talvez tenha escolhido o prédio errado. — A maneira como ele pronunciou "princesa" foi quase como um insulto.
Levantei uma sobrancelha, mantendo o controle.
— E talvez você devesse aprender um pouco de educação. Idiota, — O xinguei em russo. Sempre que fico nervosa não consigo me conter.
Sem esperar resposta, virei-me e voltei para o meu apartamento, batendo a porta atrás de mim.
De volta ao meu espaço
Murmuros escaparam dos meus lábios enquanto caminhava pelo ambiente minimalista e impecavelmente organizado do meu lar. Tentei me recompor. Respirei fundo e voltei para a cama, mas logo percebi que o silêncio que eu tinha conquistado durou pouco.
Ele aumentou a música.
— Que inferno. — Murmurei para mim mesma, irritada.
Peguei meus fones de ouvido, uma última tentativa de bloquear aquele caos. Deitei-me na cama novamente, tentando ignorar a pulsação da música que ainda escapava pelas paredes.
Esse homem... quem ele pensa que é?
...----------------...
No dia seguinte
A garagem subterrânea do edifício era fria, mas o motor do meu Aston Martin rugia como uma promessa de calor e força.
Deslizei para o banco de couro, ajustei os espelhos e deixei meus dedos dançarem pelos controles até encontrar a música perfeita. Clair de Lune preenchia o espaço, uma calmaria em contraste com o caos que ainda latejava em minha mente desde a noite passada.
"Idiota arrogante", murmurei para mim mesma, enquanto o rosto daquele homem me vinha à mente. Aquele sorriso petulante, a maneira como me chamou de "princesa". Balancei a cabeça, afastando a irritação. Ele não merecia um segundo dos meus pensamentos.
Enquanto dirigia pelas ruas de Marselha, o tráfego pulsava ao meu redor. A cidade tinha seu charme bruto, mas eu via as sombras escondidas em cada esquina – a corrupção, o crime, tudo aquilo que combatia diariamente em meu tribunal. Era um trabalho exaustivo, mas necessário.
Ao chegar ao tribunal, estacionei meu carro em minha vaga reservada e saí, ajeitando meu blazer cinza sobre a blusa branca de seda. Meus saltos ecoaram pelos corredores de mármore enquanto eu cumprimentava os colegas com um aceno discreto.
— Anastásia! — Uma voz familiar me chamou, fazendo-me virar.
Era Pierre Montenegro, o promotor de justiça e meu colega de trabalho. Ele veio até mim com aquele sorriso que fazia meu coração bater mais rápido do que eu gostaria de admitir.
— Pierre — cumprimentei, permitindo-me um raro sorriso.
— Parece que não dormiu bem, Chérie — ele disse, inclinando a cabeça para me observar melhor.
— Problemas de vizinhança — respondi, tentando soar casual.
Ele riu.
— Não imaginava que você tivesse vizinhos barulhentos.
— Nem eu. — Suspirei. — Mas digamos que tive o desprazer de conhecer um deles.
— Alguém com coragem de te irritar? Isso eu preciso ver.
Revirei os olhos, mas o calor da conversa me fez relaxar um pouco. Conversamos enquanto caminhávamos para nossas salas, e, por um breve momento, esqueci a música alta, o whisky na mão dele, e aquele maldito sorriso presunçoso.
Mas o dia me trouxe de volta à realidade. O caso que estava analisando envolvia corrupção e lavagem de dinheiro, alguns políticos envolvidos. Estava tudo ainda muito nebuloso, mas as peças começavam a se encaixar, e eu sentia que estava perto de algo grande.
...----------------...
Grupo de Leitores: ⚜️Amantes de Literatura⚜️
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 71
Comments
Cleide Afonso
eita que vão brigar pois são de mundos completamente diferentes um mafioso Castelli e uma juíza
vai ser uma paixão tipo Damião e Sofhie e Louis é chloy tô gostando desde já
2025-01-11
23
Elisabete Correia
vai ter muitas faíscas entre eles de mundos diferentes ..... mas esse Castelli será abatido como seu irmão e primos foram kkkkkk com muito fogo e paixão vai ficar de pneus seriados pela Natasha igual um cachorrinho de quatro por ela e vai engolir toda petulância kkkkkk
2025-02-16
1
Gedna Feitosa Gedna
Interessante puro fogo, um bandido de alto escalão do submundo e uma juíza do alto nível se relacionando, um verdadeiro Vulcano a fúria que depois será Um dia depois de amanhã. kkkkk
2025-02-28
0