No dia seguinte, acordo um pouco antes do Thomas. Ele ainda dorme profundamente ao meu lado. Olho o relógio e ainda faltam uns trinta minutos para ele se levantar e se arrumar para o trabalho.
Me aproximo dele e sussurro baixinho em seu ouvido.
MARIA: — Ei… bom dia…
Ele se remexe levemente na cama, com os olhos ainda fechados.
THOMAS: — Maria…
MARIA: — Pensei em começar o dia com um momento só nosso… pra você sair de casa mais leve.
THOMAS: — Agora não…
MARIA: — Eu só queria um carinho… estou sentindo sua falta.
THOMAS: — Maria!
MARIA: — Thomas… ah, que saco!
Me afasto dele de repente, irritada e frustrada, e me levanto da cama sem dizer mais nada.
THOMAS: — Vai começar agora? Eu tô cansado, Maria. Daqui a pouco preciso levantar e ir trabalhar.
MARIA: — E eu? Eu também estou cansada! Mas de me sentir invisível dentro do nosso casamento! O que aconteceu com você? Por que mudou tanto, Thomas? Por que não me procura mais?
THOMAS: — Do que você tá falando?
MARIA: — Ah, por favor! Olha só pra você! Cadê o homem que me fazia sentir amada todos os dias? O homem carinhoso, presente, que dizia que me amava até quando estava irritado? Cadê ele, Thomas?
THOMAS: — Maria, para com isso… pelo amor de Deus!
MARIA: — Eu só vou fazer uma pergunta… e queria que você me respondesse com sinceridade, Thomas. Você está com outra pessoa?
THOMAS: — Como é que é? Ah, meu Deus do céu. Agora mais essa.
MARIA: — Por favor, Thomas… me responde.
THOMAS: — Mas é claro que não, Maria! Você tá imaginando coisas.
MARIA: —Se você não me quer mais, me fala. Mas não me trata assim… não me deixa tentando sozinha.
THOMAS: —Tá ouvindo demais a sua amiguinha, não é isso? Se quer acreditar nela, o problema é seu!
MARIA: — Me responde, sem rodeios. Você me trai?
THOMAS: — Não! Eu não te traio! Nunca traí e nunca faria isso!
MARIA: — Então por quê? Por que não me toca mais? Não diz que me ama? Não me procura? Eu me sinto sozinha, Thomas. Sozinha dentro de um casamento!
THOMAS: — Maria… já chega!
MARIA: — Eu estou no meu limite! Estou cansada Thomas! Você tá deixando tudo esfriar, e não faz nada pra salvar a gente! É exaustivo tentar sozinha!
THOMAS: — Chega, Maria! Já deu! Mas que merda!
Saio do quarto com muita raiva. Bato a porta com força. Estou tão cansada disso. Dessa frieza. Dessa distância.
Respiro fundo e caminho até o quarto do meu filho. Ele dorme feito um anjinho. Me aproximo em silêncio e acaricio o rostinho dele. Beijo sua testa e saio do quarto.
MAIS TARDE…
Resolvo chamar a Janne pra ir comigo ao shopping. Preciso me distrair.
JANNE: — Se ao invés de se divorciar você prefere fazer terapia comprando roupa, tudo bem. Que comece a sessão!
MARIA: — Para de graça!
JANNE: — Eu tô só segurando a língua porque não quero ser responsável por outra crise sua aqui no meio do shopping! Mas depois… ah, depois eu vou falar tudo.
MARIA: — Hum…
JANNE: — Mas, caramba, Maria… ele simplesmente vira pro lado e dorme? E nem se preocupa em te satisfazer? Desculpa, amiga… mas não dá,né!
MARIA: — Janne, por favor. Eu não quero falar sobre isso.
JANNE: — Tá… tudo bem. Bom... vamos primeiro na Zara.
........
Saio da Zara com cinco sacolas penduradas nos braços e Benjamim acomodado no meu colo. Estou distraída conversando e rindo com Janne quando, de repente, esbarro em alguém com tudo e as sacolas caem no chão. Sinto mãos fortes segurando meus braços, firmes o suficiente pra evitar a queda. Levanto os olhos… e congelo. Camisa vermelha. Calça social escura. Alto. Forte. Mesmo com os óculos escuros, sinto que ele está olhando nos meus olhos. É ele. O homem que venho vendo pelas ruas. Só pode ser ele!
Por um instante, tudo silencia ao meu redor. Meu monitor cardíaco apita em meu pulso. Meu coração disparou com o susto.
HOMEM DE VERMELHO: —Desculpe. Você tá bem?
A voz dele é forte. Grave.
MARIA: —Sim... estou.
Ele se abaixa, e gentilmente pega as minhas coisas que caíram no chão.
HOMEM DE VERMELHO:— Aqui está.
MARIA: —Obrigada ...
Ele apenas acena com a cabeça e se afasta. Fico ali, parada, tentando entender o que acabou de acontecer.
JANNE: — Você viu o jeito que ele te olhou?
MARIA: — Vi… Eu acho que já vi esse homem antes.
JANNE: — Como assim?
MARIA: — Eu tenho a sensação de que ele anda me seguindo…
JANNE: — Como assim? Aqui no shopping?
MARIA: — Não só aqui. Em todo lugar! Já faz umas duas semanas que, toda vez que saio de casa, me sinto sendo observada… e quase sempre vejo esse mesmo homem por perto.
JANNE: — Esse aí? Exatamente esse?
MARIA: — Eu nunca tinha visto o rosto dele antes. Mas é sempre alguém com esse mesmo tipo físico… e as roupas parecidas. Camisa social vermelha, calça escura… forte, alto. É igual! Só pode ser o mesmo homem.
JANNE: — Ah, amiga… pode ser impressão. Às vezes, a gente vê alguém parecido e já liga uma coisa na outra.
MARIA: — Pode ser… você tem razão. Bom… preciso ir ao banheiro trocar a fralda do Benjamim.
JANNE: — Claro, vamos lá.
Será que estou ficando paranoica? Não pode ser coincidência encontrá-lo tantas vezes em lugares diferentes. Preciso contar isso ao Thomas. Preciso tomar cuidado. Tenho um filho agora. Não é só minha vida que está em jogo.
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Atualizado até capítulo 62
Comments
엘리 케이로스
PV::SE ELE FOR O MAFIOSO ELE E BEM AMADOR POIS FOI DESCOBERTO DESDE O INICIO DA TOCAIA/Grin//Facepalm/
2025-01-17
61
Gislene dos Santos
Me lembrei do homem do sapato branco kkkkk
Para um mafioso, tá deixando a desejar kkkkk
2025-02-12
2
Jania Casemiro
Ai meu Deus Sra que esse marido não se enfiou em coisas errada e por isso a Maria está sendo vigiada!😳😳😳
2025-02-20
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