Capítulo 2

A Janne sempre diz as mesmas coisas sobre o meu casamento… e o pior é que ela está certa. Nosso casamento está se desmanchando diante dos meus olhos. Mês após mês, tudo só piora. Tudo começou antes mesmo de eu engravidar do Benjamim. Coisas bobas, pequenas mudanças que, na época, não me pareceram graves. Mas de uns tempos pra cá, tudo desandou de vez. A indiferença tomou conta. Só que… eu não quero que isso acabe. Nossa casa, nossa história, nossa família. Quando saímos do altar, no dia do nosso casamento, Thomas segurou minhas mãos com firmeza, olhou nos meus olhos com um brilho sincero e disse:

"Teremos um filho, fruto do nosso amor, e seremos uma linda família de três." E aqui estamos nós. Eu, ele e nosso pequeno Benjamim. Nossa família. Eu não quero que isso mude.

Assim que saio da casa da Janne, sinto de novo aquela sensação incômoda, como se tivesse alguém me observando. Me viro devagar e olho em volta. Nada. Devo estar ficando paranoica. O estresse tá me fazendo ver coisa onde não tem.

MARIA: — Vamos pra casa, meu amor? Tomar um banho gostoso pra você dormir.

 Digo, enquanto o coloco na cadeirinha.  Fecho a porta com cuidado e dou a volta até o banco do motorista.

Quando chegamos em casa, tomo um banho com Benjamim, depois vamos direto pra cama e o amamento. Ele mama devagar, os olhinhos se fechando aos poucos.

MARIA: — Vamos dormir, pequeno? Eu te amo, bebê da mamãe. Você, sim, é o homenzinho da minha vida.

Assim que ele dorme profundamente, o coloco no berço com delicadeza e vou até a sala, sem fazer barulho. Me sento no sofá e abro o livro sobre casamento. Estou tentando. De verdade. Sinceramente? Não acredito que cheguei a esse ponto.

MAIS TARDE…

O relógio marca sete e meia da noite. E nada do Thomas. Começo a ficar inquieta. A cada minuto que passa, a voz da Janne ecoa mais forte na minha mente. Será que ela tem razão?  Se eu descobrir uma coisa dessas… o meu coração, que já não é muito bom, tem um treco de vez.

Ouço finalmente o barulho do carro. O som dos pneus na garagem. Ele chegou.

Corro até o espelho, ajeito minha roupa, meu cabelo, passo um batom e o aguardo na sala de jantar.

MARIA: — Oi, amor.

Me aproximo e o beijo, com carinho. Ele corresponde… mas é rápido. Sem emoção.

THOMAS: — Por que tá tão arrumada?

MARIA: — Pra você. Não gostou?

THOMAS: — Gostei… Mas por que isso? Algo especial?

MARIA: — Eu sempre te espero arrumada… hoje só caprichei mais um pouco, pra te agradar. Você não gostou?

THOMAS : — Gostei.

MARIA: — Hum… bom… o jantar tá pronto. Por que chegou tarde de novo?

THOMAS: — De novo essa pergunta? Você sabe que, quando chego mais tarde, é porque fiquei resolvendo coisa da empresa.

MARIA: — Tá bem…

Ele pega Benjamim no colo e beija sua testa com suavidade.

MARIA: — Estávamos morrendo de saudades, né, filho? Morrendo de saudades do papai.

THOMAS: — Eu também.

MARIA: — Claro… você também. Bom… vamos jantar?

Nos sentamos à mesa.

MARIA: — E então? Como foi seu dia?

THOMAS: — Normal.

MARIA: — Nada de diferente?

THOMAS: — Não.

MARIA: — Hum… Sabe, eu tava pensando… que tal tirarmos o fim de semana pra dar um passeio em família? Só nós três. Pode ser bom pra nós.

THOMAS: — Tudo bem. Se eu tiver livre.

Depois do jantar, coloco Benjamim pra dormir. Escolho uma das minhas lingeries mais bonitas, vermelha, sensual. Me olho no espelho e passo um batom. Quero me sentir desejada. Quero que ele me deseje. Saio do banheiro devagar, caminhando até o quarto com passos suaves. Thomas está sentado na cama, escorado na cabeceira, com o notebook no colo. Quando me vê, seu olhar desce por todo o meu corpo.

MARIA: — Pra você…

Fecho o computador e o coloco de lado. Subo em seu colo e o envolvo com os braços.

MARIA: — Quero você…

THOMAS: — Quer?

MARIA: — Muito.

Ele segura meu rosto e me beija com intensidade. Meus sentidos despertam e me arrepio da cabeça aos pés.

Nos deitamos. Ele toma a iniciativa, e eu me entrego, saboreando o calor de um momento que se tornou cada vez mais raro entre nós.  Mas como sempre, quando ele termina, se vira para o canto da cama... e o silêncio volta. E eu ainda não estou satisfeita.

MARIA: — Amor? Ei… será que rola mais uma?

THOMAS: — Maria, eu preciso dormir… Acordo cedo amanhã.

MARIA: — Vai me deixar assim? Eu ainda não…

THOMAS: — Boa noite.

MARIA: — Tá… deixa pra lá.

Me deito de barriga pra cima, olhando para o teto.

Ah, Thomas… o que eu faço sobre você?

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Comments

Izabel Cristina Oliveira Tomaz

Izabel Cristina Oliveira Tomaz

autora querida sua história está bem legal, e mesmo que o marido da protagonista é um merda vc não colocou ele se apresentando e no mínimo faltando por ele é um canalha

2025-02-09

2

Maria Carmelita Albuquerque

Maria Carmelita Albuquerque

É muito humilhantes e triste, tem mulher que aceita a ser depósito de esperma só para sustentar o casamento e isso é um grande engano, o que ela deve fazer é se valorizar e viver a sua vida, tomar um posição, se amar, pois já fez de tudo e ele não muda, mude você e vida que segue.

2025-02-14

2

Fernanda Braz

Fernanda Braz

Mulher pelo amor de Deus né tá vendo que ele não te quer mais e com certeza tem outra acorda pra vida pensa em vc e principalmente no seu filho, ele não merece viver assim não infelizmente isso é a realidade de muitas pessoas.😞

2025-03-09

0

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