O céu estava carregado de nuvens pesadas naquela manhã. O salão da cerimônia transbordava de elegância, repleto de políticos, empresários e rostos influentes da alta sociedade. Não era apenas um casamento, era um acordo entre dinastias, um pacto forjado décadas atrás pelos avôs de Isadora Valentini e Theo Monteverdi.
Os convidados esperavam o desfile impecável da noiva, flores delicadas e violinos tocando em uníssono. O que ninguém imaginava era que Isadora, fiel à sua essência, faria sua própria entrada.
O ronco de uma motocicleta esportiva rasgou o silêncio. Cabeças se viraram em choque. No fundo da rua, surgiu Isadora sobre sua Ducati preta, vestido branco esvoaçando ao vento, e por cima uma jaqueta de couro justa.
O capacete refletia o sol tímido e, quando ela o retirou, seus cabelos caíram como uma cascata escura. O olhar dela era frio e cortante, um desafio vivo à hipocrisia ao redor.
— Ela não fez isso... — uma das tias cochichou.
Isadora desmontou da moto com calma, entregando a chave para um funcionário atônito. Caminhou pelo tapete vermelho como se fosse a dona de todo o lugar — e, de certo modo, era. Nem pelo pai ela esperou que olhava com os olhos arregalados do altar
A mãe de Theo olhou pra ele sem entender, mas de certa forma achando graça em tudo
Do outro lado, Theo Monteverdi a esperava. Paletó preto perfeitamente alinhado, olhar de aço, mandíbula cerrada. Ele parecia uma estátua grega prestes a se quebrar. Ao lado, discretamente, estava Alessia, a noiva que ele dispensara em nome do acordo familiar. A mulher vestia um conjunto de seda vermelha, olhos faiscando de raiva contida.
Quando Isadora chegou perto, Theo não resistiu. A boca dele se curvou em meio sorriso irônico.
— Não decepcionou, Valentini. Sempre causando.
Ela ergueu o queixo.
— Eu não vim aqui pra agradar ninguém, Monteverdi. E se você esperava uma noiva dócil, casou com a errada.
— Perfeito. — Ele arqueou a sobrancelha, a voz baixa e carregada de sarcasmo. — Eu não suporto pessoas dóceis.
Atrás deles, Alessia rangeu os dentes, incapaz de disfarçar a fúria.
— Isso é uma farsa! — ela disparou, atraindo olhares. — Theo, você não precisa se submeter a isso.
Theo se virou para ela, firme.
— Eu não escolhi isso, Alessia. Mas já que vou ter que cumprir, vou cumprir do meu jeito.por favor
Isadora deu uma risada curta, fria.
— Do seu jeito? Engraçado... parece que será do nosso jeito. Ou do meu
O padre pigarreou, visivelmente desconfortável, mas deu início à cerimônia. As palavras soaram mais como a leitura de um contrato do que uma celebração. Quando chegou a hora dos votos, Theo segurou a mão de Isadora com força, como se quisesse marcar território.
— Prometo não tornar sua vida fácil, Valentini.
Ela não hesitou.
— Prometo o mesmo, Monteverdi.
O beijo final foi quase um duelo. Nenhum dos dois fechou os olhos. Ambos apenas provaram a teimosia do outro, para a plateia que aplaudia sem saber se assistia a um casamento ou a uma declaração de guerra.
Logo após a cerimônia, eles entraram no carro que os levaria para a nova casa — uma mansão moderna nos arredores de Verona preparada pelos dois clãs para sua convivência. O silêncio entre eles era denso, interrompido apenas pela respiração contida.
Theo foi o primeiro a falar.
— Bela entrada, Valentini. Vai dar trabalho manter a sociedade de boca fechada depois dessa.
Isadora cruzou as pernas, apoiando o braço na janela.
— Eu não vivo para a sociedade. Vivo para mim.
— E agora... para mim também. — Ele lançou um olhar desafiador.
Ela virou o rosto devagar, encarando-o.
— Não se iluda. Duas feras podem dividir a mesma jaula, Monteverdi, mas nenhuma se curva.
Ele sorriu de canto.
— Então que venham os dois anos mais difíceis da nossa vida.
E a cidade inteira, sem saber, testemunharia a guerra silenciosa — e inevitável — entre Isadora Valentini e Theo Monteverdi.
Continua…
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Atualizado até capítulo 36
Comments
Rita DE Cassia Gomes
este casamento promete 😍😍😁
2025-08-20
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