Acordei com os primeiros raios de sol invadindo o quarto que escolhi. Apesar de toda a pompa da mansão, ela ainda parecia mais uma prisão do que um lar. A cama era confortável, mas não o suficiente para apagar a tensão que parecia grudar em mim desde que cheguei aqui.
Vestindo um pijama leve, desci as escadas, guiada pelo aroma de café fresco. Na cozinha, uma mulher que parecia ser a empregada estava organizando o café da manhã. Ela era eficiente, com gestos meticulosos, mas discreta.
— Bom dia, senhora Castelli. — Ela disse, sem me encarar diretamente.
— Bom dia. — Respondi, hesitante.
Olhei para a mesa arrumada com frutas, pães e uma jarra de café fumegante. Peguei uma xícara, mas minha curiosidade foi maior.
— Louis já saiu? — Perguntei, tentando soar casual.
A mulher me lançou um olhar breve antes de responder.
— Sim, senhora. O senhor Castelli saiu cedo para a empresa.
Claro que sim. Sempre envolvido com seus negócios. Ou talvez fosse só um motivo para não ficar aqui, pensei.
Depois de tomar o café, subi para o quarto que agora era meu e comecei a revisar os assuntos da faculdade. Perdi horas mergulhada nos livros, tentando afastar os pensamentos sobre Louis e essa minha nova realidade.
A Castelli Éternel era um império por si só. Luxuosa e requintada, cada detalhe da sede da empresa refletia o prestígio que os vinhos carregavam no mercado. Meu escritório era o coração do lugar: amplo, com paredes de vidro que davam uma vista privilegiada da cidade de Nova York.
Sentado atrás da mesa de madeira maciça, finalizei uma chamada com um cliente europeu.
— Merci beaucoup, Monsieur Laurent. Je vous assure que la qualité sera irréprochable (Muito obrigado, senhor Laurent. Garanto que a qualidade será impecável).
Desliguei o telefone, ajustando a gravata enquanto fazia algumas anotações em um bloco. A manhã foi repleta de reuniões, mas isso era parte do que me mantinha no controle.
A secretária entrou, hesitante.
— Senhor Castelli, há uma mulher querendo falar com o senhor.
— Quem é? — Perguntei sem levantar os olhos, ainda revisando papéis.
— Olívia Salazar.
Parei por um momento, erguendo o olhar para ela.
— Deixe-a entrar.
Minha curiosidade foi despertada. Olívia Salazar, a irmã de Chloe, não era alguém que eu esperava ver aqui.
A porta se abriu, e Olívia entrou. Ela era elegante, como sempre, com um vestido ajustado que parecia escolhido para impressionar sem parecer óbvio. Seu rosto mantinha uma expressão controlada, mas seus olhos carregavam algo mais... ambição?
— Olívia. — Cumprimentei, inclinando levemente a cabeça. — O que a traz aqui?
Ela sorriu, suave, mas com determinação.
— Senhor Castelli, espero não estar atrapalhando. Mas pensei que seria melhor discutir isso pessoalmente.
Fiz um gesto para que ela se sentasse.
— Procéder (Prossiga).
— Quero trabalhar para você.
Ergui uma sobrancelha, surpreso.
— Interessante. Mas você não precisa de um emprego, Olívia. Isso me parece... fora do comum.
Ela riu levemente, cruzando as pernas com elegância.
— Talvez, mas eu gosto de me manter ocupada. E tenho muito a oferecer, especialmente com minha experiência em negociações internacionais.
Minha expressão permaneceu neutra enquanto eu analisava suas palavras.
— Com todo o respeito, você poderia usar essa experiência em qualquer lugar. Por que não trabalhar com seu pai?
Ela suspirou, como se aquele fosse um ponto sensível.
— Meu pai é... tradicional. Ele não quer mulheres envolvidas nos negócios. Eu preciso de algo que me desafie, e a Castelli Éternel é uma empresa fascinante.
Fiquei em silêncio por um momento, avaliando suas intenções. Apesar de tudo, ela era convincente.
— E o que exatamente você espera fazer aqui?
— Representação internacional. Tenho contatos importantes na Europa e na América Latina. Posso ajudar a expandir o mercado dos seus vinhos premium.
Era uma oferta interessante, e ela parecia saber disso. Mantive meu tom profissional.
— É uma proposta válida. E você certamente tem o perfil para lidar com nossos clientes mais exigentes.
Ela sorriu, satisfeita.
— Então estamos de acordo?
— Você terá um cargo de gerência nas relações internacionais. Mas entenda uma coisa, Olívia: eu valorizo competência acima de tudo. Se você não corresponder, não haverá espaço para acomodação.
— Claro. Não espero nada menos.
A conversa terminou com um aperto de mão formal. Enquanto ela saía do escritório, meus pensamentos ficaram em alerta. Olívia era ambiciosa e inteligente, mas eu não tinha tempo para desconfiar das intenções de todos. Se ela era sincera ou não, só o tempo diria.
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Atualizado até capítulo 79
Comments
Ana Maria Sá
Damian, é um mafioso que estava sempre dois passos a frente dos seus inimigos. Até o primo que chegou agora tem mais astúcia!
mas o Louis, está parecendo-me muito principiante como mafioso.
2024-12-22
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Fatima Azevedo
gostei nada dessa invejosa conseguir já se enfiltrar na empresa pra fazer maldades tô com tanto ódio de gente ruim que já não suporto mais e tanta maldade na vida real e nas histórias que tô lendo que tô pensando em parar um pouco meu coração ❤️ doe de tanta raiva que tô passando.
2025-02-07
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Paty Moreira
A autora é BOA, mas não faz muito meu estilo, personagens principais burros, em contrapartida vilões inteligentes que conseguem o que quer. Ainda avaliando se continuo a leitura enquanto isso pulando os capítulos para avaliar
2025-01-18
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