Após toda a cerimônia, confesso que me esforcei para não esganar Louis. Ele tem o dom de me tirar do sério com aquela arrogância e controle incessantes. E agora, como se não bastasse, já deixou claro que espera "aproveitar os benefícios" desse acordo.
Mas eu não vou. Não posso. Não depois de tudo o que aconteceu. Desde que Matías me quebrou de tantas formas, o simples toque de alguém me enoja. Não quero que ninguém me toque. Nunca mais.
Quando chegou o momento de me despedir da minha família, foi mais difícil do que eu imaginava. Principalmente de Gabriel, que parecia carregar minha dor junto com a dele. Seus olhos estavam marejados quando me abraçou, e ele sussurrou:
— Não importa o que aconteça, Chloe. Eu sempre estarei aqui por você.
Meu coração se apertou, mas não respondi. Se dissesse qualquer coisa, não conseguiria segurar as lágrimas.
Na nova residência...
A mansão era enorme. Não tão maior quanto a que eu vivia, mas tão opressora quanto. As luzes acesas destacavam cada detalhe do design moderno e frio, como se o lugar fosse uma extensão de Louis: impecável, calculado e impiedoso.
Os homens de Louis descarregaram as malas com eficiência militar. Eu os observei enquanto tentava me familiarizar com o ambiente que, pelo visto, seria meu novo lar.
— Onde colocamos isso, senhor? — um dos homens perguntou, segurando minhas malas.
— No quarto do casal. — Louis respondeu imediatamente, o tom cortante e final.
Eu me virei para ele, minha paciência já se desgastando.
— Não. — Minha voz saiu firme, chamando sua atenção.
Louis ergueu uma sobrancelha, claramente se divertindo com meu desafio. Mas eu não estava para brincadeiras. Caminhei até ele, o puxando para um canto mais afastado.
— Eu não vou dividir um quarto com você. — Disse, minha voz baixa, mas cheia de determinação.
Louis cruzou os braços, o olhar divertido sendo substituído por algo mais sério e perigoso.
— Você é minha esposa, ma chère. — Ele murmurou, inclinando-se um pouco para frente. — E isso significa que você dormirá comigo.
Respirei fundo, tentando conter a raiva que fervia dentro de mim.
— Isso não é sobre ser sua esposa, Louis. Eu não vou dividir um quarto com você, e ponto final.
Ele riu baixinho, uma risada baixa e cheia de desdém.
— Ah, Chloe... você realmente acha que tem escolha?
— Acho, sim. — Rebati, meus olhos fixos nos dele. — Você pode controlar os outros, Louis, mas não vai me forçar a nada.
Louis segurou meu braço suavemente, mas com firmeza suficiente para me manter parada. Seu olhar queimava nos meus, como se estivesse me desafiando a recuar.
— Você acha que pode ditar as regras aqui, mas deixa eu te lembrar de algo. — Ele inclinou-se para perto, sua voz baixa e carregada de uma ameaça velada. — Esse acordo foi feito nos meus termos.
Afastei meu braço com um puxão e dei um passo para trás, mantendo meu olhar fixo nele.
— E eu ainda sou uma pessoa, Louis. Não uma de suas propriedades.
Ele suspirou, esfregando a nuca como se estivesse tentando conter a própria impaciência.
— Muito bem. — Disse, finalmente. — Hoje à noite, você pode escolher um dos quartos de hóspedes. Mas isso não será permanente, ma douce. Ne t'y habitue pas (não se acostume).
Eu sabia que essa era apenas uma pequena vitória. Mas, por agora, seria suficiente.
— Não se preocupe. Eu não planejo me acostumar com nada disso. — Murmurei antes de me virar e subir as escadas.
Enquanto me afastava, senti o olhar de Louis queimando em minhas costas.
A mansão estava mergulhada em um silêncio quase reverencial, interrompido apenas pelo som das minhas botas no chão de mármore. O copo de whisky em minha mão era um lembrete de controle, um pequeno luxo que mantinha minha mente focada. Mas minha paciência estava curta esta noite.
O atirador desaparecido. O sequestro de Chloe. Esses eventos eram afrontas pessoais, e quem quer que tenha ousado me desafiar aprenderá o peso do nome Castelli.
Peguei o celular e liguei para Marc, minha voz baixa e cortante como uma lâmina.
— Alguma novidade sobre o maldito atirador?
— Não, senhor. Ele desapareceu, mas continuamos investigando.
— Continuem mais rápido. Não vou tolerar falhas. — Minha mandíbula se contraiu enquanto eu tomava um gole do whisky. — E a boate?
— Está tudo sob controle, senhor. E o casamento?
Minha risada foi seca, sem humor.
— Pare de me fazer perguntas inúteis e volte ao trabalho, Marc. — Desliguei sem esperar resposta.
A conversa foi apenas mais um lembrete de que as pessoas precisam constantemente ser monitoradas. Confiança era um luxo que eu nunca me permitiria.
Com o copo ainda em mãos, decidi que era hora de fazer uma visita. Chloe estava tentando traçar limites, mas ela ainda não entendia o que significava ser minha. Essa mansão, esse acordo, cada movimento dela... tudo agora era meu território.
Cheguei ao quarto dela e abri a porta sem bater. Não pedi permissão. Eu nunca peço.
Lá estava ela, de costas para mim, lutando com o vestido que parecia se recusar a cooperar. O corpete estava preso, e ela murmurava algo entre dentes, frustrada. Por um momento, fiquei ali, observando-a, o brilho da luz suave ressaltando os contornos do corpo dela. Meu olhar era calculado, frio, mas o desafio implícito em cada movimento dela despertava algo mais sombrio em mim.
— Precisando de ajuda, ma chère? — Minha voz cortou o silêncio como uma lâmina afiada.
Ela congelou no mesmo instante, as mãos ainda segurando o tecido do vestido. Lentamente, se virou para me encarar, e os olhos azuis dela brilharam com uma raiva que eu conhecia bem. Era a mesma raiva que me fazia querer provocá-la mais.
— O que você está fazendo aqui? — Sua voz era firme, mas havia um tremor sutil que ela tentava esconder.
Dei um passo à frente, minha presença preenchendo o quarto como uma sombra pesada. Fechei a porta atrás de mim, o som ecoando no silêncio.
— Verificando se minha esposa está confortável. — Minha voz era perigosa, um tom que carregava promessas veladas e ameaças não ditas.
— Estou bem. Agora saia. — Ela tentou manter a postura, mas seu olhar era um misto de irritação e alerta.
Sorri lentamente, um sorriso que sabia ser tão intimidador quanto provocador.
— Você não parece bem. — Inclinei-me contra a moldura da porta, girando o copo de whisky na mão. — Esse vestido está claramente te causando problemas.
Ela estreitou os olhos.
— Eu consigo sozinha.
Me aproximei dela devagar, saboreando cada reação. Seus olhos me seguiam como uma presa que não sabia se deveria correr ou enfrentar o predador. Quando estava perto o suficiente, ela tentou recuar, mas a cama atrás dela não lhe deu outra escolha senão me encarar de frente.
— Louis, estou avisando... — A voz dela era um misto de raiva e medo, mas não me deteve.
— Avisando o quê, ma chère? Que eu devo ter cuidado? — Murmurei, minha voz baixa, perigosa, enquanto meu olhar deslizou pelo rosto dela, descansando em seus lábios por um segundo longo demais. — Ou que você tem medo do que pode sentir?
Antes que pudesse responder, minha mão se moveu, agarrando-a pela cintura com firmeza e puxando-a para mim. O ar entre nós parecia evaporar, deixando apenas calor e tensão.
— O que você está fazendo? — Ela arfou, as mãos subindo automaticamente para empurrar meu peito, mas minha outra mão se moveu rapidamente, segurando seu pulso.
— Quietinha, ma belle. — Minha voz era um comando suave, mas inegável.
Girei-a de costas, mantendo-a perto o suficiente para que sentisse meu calor e algo mais... Sem lhe dar espaço para escapar. Sua respiração ficou mais pesada, e eu podia ouvir o leve tremor que tentava esconder.
Deslizei minha mão pela curva de sua cintura, subindo devagar pela linha de suas costas. Quando meus dedos encontraram o tecido preso do vestido, ela ofegou, rígida sob meu toque. A tensão no ar ficou quase insuportável
— Louis... — A voz dela era quase um sussurro, nervosa, mas com uma nota hesitante de algo mais.
Ignorei, meus dedos trabalhando com habilidade para soltar o fecho do vestido. A cada movimento, senti seu corpo enrijecer e relaxar alternadamente, como se ela estivesse tentando resistir ao que quer que estivesse passando por sua mente.
Quando finalmente soltei a última amarra, deixei minha mão descansar por um instante na base de suas costas, um toque leve, mas carregado de intenção. Inclinei-me até meus lábios estarem perigosamente próximos ao ouvido dela.
— Eu nunca forçaria você a nada, ma chère... mas não subestime o que sou capaz de fazer quando quiser... — Minha voz era um sussurro rouco, cada palavra deliberada e cheia de promessas não ditas.
Ela ficou imóvel, a respiração acelerada, enquanto eu me afastava lentamente, permitindo que o vestido caísse suavemente no lugar.
— Bonsoir, Chloé (Boa noite, Chloe). — Minha voz era baixa, mas o tom carregava um sorriso que ela não podia ver, apenas sentir.
Saí do quarto sem olhar para trás, o som da porta se fechando ecoando pelo corredor. O gosto daquele momento era doce, quase tão bom quanto o whisky que eu segurava.
Ela era um desafio. Mas desafios sempre foram a minha especialidade.
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Atualizado até capítulo 79
Comments
Gislaine Duarte
não vejo a HR dele descobrir o q aquele cara idiota fez com ela
2024-12-07
61
marciamattos mattos
o Louis vai conquistar tô vendo muitos julgamentos só quem passou por esse trauma sabe o que sente pelo que eu vi ela estava bêbada e ele estrupou ela já ameaçou acabar com quem ela ama ela tem muito medo por isso que ela foge do Louis
2025-01-27
1
Benedita Nascimento
se enojasse tanto assim ela não deixaria nem ele chegar perto ou beija-la pq a traumas então não é tudo isso que ela fala,eu sei lá gente só sei que ela tem que contar será que ele pensa que ainda e virgem bom uma hora a vai ter que contar
2025-01-12
6