A escuridão do quarto parecia mais densa naquela madrugada. O cheiro de suor e medo impregnava o ar. Não sabia que horas eram, mas o cansaço me dizia que a noite estava quase terminando.
Olhei para a bandeja no chão, agora amassada. Aquela peça de metal era minha única chance.
Respirei fundo, posicionando-me atrás da porta.
— Água... — minha voz saiu fraca, trêmula. — Por favor...
A maçaneta girou, e um dos homens entrou. A luz da manhã ainda tímida invadia o ambiente. Antes que ele pudesse reagir, ergui a bandeja e acertei sua cabeça com toda a minha força. O impacto foi brutal, ele cambaleou, mas ainda consciente. Corri como se o diabo estivesse atrás de mim, e talvez estivesse.
— Pega ela, porra! — ouvi um grito furioso.
O frio cortava minha pele, mas eu não parava. Cada galho rasgava minha roupa e me arranhava, mas continuei, mesmo com os pulmões queimando. O som de passos pesados me perseguia. Meu coração martelava em meus ouvidos.
Então eles me cercaram. Um tapa forte me jogou no chão, fazendo minha visão turvar.
— Seu idiota, o cliente vai arrancar sua mão por isso! — gritou o outro, afastando o agressor.
— Ela fugiu!
— E agora está de volta. Cale a boca e levanta essa desgraçada!
Fui arrastada de volta para a casa. Minha esperança se esvaía junto com o amanhecer.
O sol começava a despontar no horizonte, tingindo o céu com tons de laranja e vermelho, como se refletisse o sangue que seria derramado. Eu estava em pé, ao lado de três cães rottweilers, com a raiva queimando meu peito. Cada minuto sem Chloe era um golpe direto ao meu orgulho e, para meu desgosto, à minha preocupação.
— Marc, dá essa porra de blusa pros cães agora!
Marc não hesitou. Os cães farejaram o tecido e, quase como se tivessem sentido minha urgência, partiram em disparada pela mata. Nós os seguimos, a tensão crescendo a cada passo.
Vincenzo DeLuca estava ao meu lado, a arma firme nas mãos. Sua expressão era fria, mas seus olhos mostravam o mesmo ódio que queimava em mim.
— Se ela estiver morta... — murmurei, com os punhos cerrados.
— Ela não estará. Mas quem fez isso vai desejar estar. — Vincenzo respondeu, sua voz carregada de promessas sombrias.
Os cães começaram a latir. Encontraram um pedaço de tecido ensanguentado. Meu sangue ferveu.
— Merde! — rosnei, chutando o chão. — Se tocaram nela, vou arrancar cada pedaço deles!
Paulo Salazar e Gabriel chegaram, seguidos por seus homens. Gabriel parecia uma bomba prestes a explodir, enquanto Paulo estava um misto de preocupação e ódio.
— Ela é minha irmã. Vamos encontrá-la.
— Então, fermez-la (cala a boca) e siga os cães.
Os rottweilers avançaram, nos guiando até uma casa isolada, escondida pela densa floresta. Fiz sinal para os homens se espalharem.
— Invasão rápida. Méfiez-vous Chloé (cuidado com Chloe).
...----------------...
A porta foi arrombada, e o caos irrompeu. Tiros ecoaram pelo ar, gritos e ordens se misturavam ao som de estilhaços. O matador era um merda de um profissional, frio e calculista. Três dos meus homens caíram antes que eu pudesse reagir.
— Putain de fils de pute (desgraçado filho da puta)! — rosnei, atirando.
Meu tiro o atingiu no peito, e ele caiu, morto antes de tocar o chão. Mas o perigo ainda não tinha acabado.
Corri para o quarto. O segundo homem estava lá, com Chloe. A arma encostada na cabeça dela.
— Não se mexam ou ela morre!
Paulo estava ao meu lado, com os dentes cerrados. Eu ergui a mão, mantendo a calma, mesmo que meu sangue fervesse.
— Você não quer morrer hoje, não é?
— Vou levar ela pro inferno comigo se der mais um passo!
— E eu vou te mandar pro inferno primeiro. — Minha voz era fria, calculada. — Solte ela. Maintenant (agora).
Chloe estava tremendo, mas seus olhos diziam outra coisa. Num movimento repentino, ela se lançou para o lado, criando uma brecha. O homem reagiu, puxando o gatilho.
Disparei antes dele. O tiro acertou seu peito, mas não antes que ele disparasse. A bala passou de raspão pela cabeça de Chloe, cortando alguns fios de cabelo.
Ela caiu e surpreendentemente correu para mim, seus braços ao redor do meu pescoço. Por um segundo, fiquei rígido, mas depois, instintivamente, coloquei minha mão na nuca dela.
— Você está bem, chéri?
Ela afastou-se, recobrando sua fachada fria.
— Estou... estou bem.
Vi a frieza voltar aos seus olhos enquanto ela abraçava Paulo e Gabriel.
— Agora vá pra casa. — olhei para Gabriel. — Leve ela em segurança.
— Soyez prêt pour le mariage (esteja pronta para o casamento). — Disse, olhando para ela.
— Casamento?! — Chloe encarou-me. — Depois de tudo isso?
— Casamento. Não há discussão.
Ela saiu, furiosa, mas obedeceu. Eu me virei para os homens.
— Ainda temos trabalho a fazer.
Minutos depois...
O homem estava sangrando na cadeira. Minha paciência estava esgotada.
— Quem te mandou?!
Ele sorriu, cuspindo sangue.
— Ninguém.
Meu punho encontrou seu rosto, mas ele continuou sorrindo.
— Certeza que quer brincar comigo? — Peguei minha faca e cortei sua orelha. — Fala agora, ou corto mais.
Ele gritou, mas repetiu:
— Ninguém...
Émile entrou, avaliando a cena com frieza.
— Talvez seja um codinome. — Disse ele.
— Codinome... Faz sentido
Eu segurei o homem pelo cabelo.
— Descreva ele.
Antes que pudesse falar, um tiro atravessou a janela, acertando sua cabeça.
— Merde! — gritei. — Marc, encontre o maldito atirador!
Marc e os homens se retiraram rapidamente para encontrar o maldito atirador.
As horas passaram. Nada. Ele havia desaparecido, mas quem quer que fosse, eu iria encontrá-lo, nem que para isso eu tivesse que ir até o inferno.
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Atualizado até capítulo 79
Comments
Drica
esse mostro do irmão de tem que morre aos pouquinhos
2024-12-27
40
Carleuza Almeida
Maldito não vejo a hora do Louis te pegar e quando souber o que ele fez com Chloe, vai arrancar seu p@u fora ou melhor alguém fará a mesma coisa com ele 😡 assim espero, vai se arrepender seu porco imundo 🤮🤮
2025-01-17
2
Tânia Principe Dos Santos
Louis é demais. Mesmo depois de tudo que Chloé passou não lhe deu paz e ainda assim quis realizar o casamento. espero que a proteja e a respeite
2025-01-28
0