O telefone tocou no meio da madrugada, quebrando o silêncio do meu quarto. Eu já sabia que não era boa coisa. Ninguém liga a essa hora sem ter problemas nas mãos. Olhei para o visor: Paulo Salazar.
Respirei fundo, tentando conter a irritação, mas atendi com frieza.
— Qu’est-ce que c’est(O que aconteceu)? — minha voz saiu baixa, cortante.
— Louis... Chloe desapareceu.
Sentei na cama, o corpo rígido.
— Quoi(que)? — Apertei o celular contra a orelha. — Fale de novo, Paulo.
— Ela não voltou da faculdade. Já coloquei homens atrás dela, mas nada... Eu acho que ela fugiu.
Fugiu. Aquela palavra ecoou na minha mente como um maldito sino de guerra. Chloe fugindo de mim, a poucas horas do casamento.
— Você perdeu sua porra de cabeça, Salazar? Tu es fou (Você enlouqueceu)? Como diabos você deixou isso acontecer?!
— Louis, eu não sou Deus! Queria o quê? Que eu prendesse minha filha numa jaula?
Me levantei, puxando a arma da gaveta com tanta força que quase arranquei a madeira.
— Talvez fosse a única maneira de evitar essa merda! Eu juro por Deus, se não encontrarmos ela, eu vou rasgar você com minhas próprias mãos.
Desliguei na cara dele, sem esperar resposta. Meu sangue estava fervendo, cada músculo do meu corpo pronto para a guerra. Peguei o telefone de novo e liguei para Marc.
— Reúne todos os homens. Quero eles nas ruas agora. Se alguém souber de Chloe, se alguém tiver encostado nela, eu quero o nome. E depois, eu quero ele morto.
— Entendido, Louis.
Desci as escadas com passos pesados, peguei meu casaco e saí para a noite fria. O vento cortava minha pele, mas a única coisa que eu sentia era raiva.
...----------------...
Cheguei na mansão de Paulo e entrei como um furacão. Não bati, não anunciei minha presença. Empurrei a porta do escritório e lá estava ele, andando de um lado para o outro como uma fera enjaulada.
— Como você deixou essa merda acontecer, Paulo? — minha voz era baixa, mas carregada de veneno. — Um dia antes do casamento!
Ele parou, o rosto marcado pela tensão.
— Merda! O que você queria, Louis? Que eu a trancasse numa cela? Ela é minha filha, não uma prisioneira!
— Talvez devesse ter feito isso. Agora ela está desaparecida, e se algo acontecer com ela... — Puxei a arma e bati com força na mesa. — Vou caçar cada um dos seus homens que falharam em protegê-la.
Antes que Paulo pudesse responder, Olívia entrou no escritório, o rosto marcado por uma arrogância irritante.
— Isso era inevitável. Chloe nunca aceitaria esse casamento.
— Ferme ta gueule(Cala a boca)! — Olhei diretamente para ela. — Mande sua filha calar a boca antes que eu perca o controle.
Ela hesitou por um segundo, depois saiu, batendo a porta com força. Eu ainda sentia o peso das palavras dela, mas não tinha tempo para perder com discussões.
— Vou atrás dela. Em cada canto dos Estados Unidos, e se precisar, vou atravessar fronteiras.
— Já mandei meus homens vasculharem aeroportos e estradas. Bloqueei todas as contas dela. Se ela fugiu, não vai longe.
— Melhor assim — murmurei, virando-me para sair.
Foi quando Gabriel entrou. O irmão de Chloe estava com o queixo erguido, a raiva pulsando no olhar.
— Eu odeio essa merda de casamento. Odeio a ideia da minha irmã ser sua mulher, Castelli. E eu mesmo sugeri que ela fugisse.
Minha mão apertou o cabo da arma.
— Cuidado com o que fala, rapaz.
— Mas ela não fugiu. Se Chloe tivesse fugido, ela teria me avisado. Ela teria aceitado ajuda. Algo aconteceu.
Fiquei em silêncio por um momento, considerando suas palavras. Esse imbecil estava certo. Chloe não parecia o tipo que desapareceria sem deixar rastro.
— Quem poderia ter feito isso? — Paulo perguntou, a voz carregada de preocupação. — São tantos inimigos...
— Vou descobrir. — Minhas palavras eram uma promessa mortal.
Peguei o celular novamente e liguei para cada contato. Montenegro, DeLuca... Cada família que tinha alguma conexão comigo. Liguei para o chefe dos DeLuca, mestres em tráfico humano.
— Preciso de informações. Quero saber quem sequestrou Chloe Salazar. Agora.
— Considere isso feito. — A voz do chefe dos DeLuca era fria. — Vamos descobrir quem ousou tocar em sua noiva.
Eu desliguei. Chloe seria encontrada. E quem a levou pagaria com sangue.
Acordei com o corpo pesado, a cabeça latejando. O ar era denso, e o quarto estava mergulhado na penumbra. Não havia janelas, apenas uma cama dura e uma porta trancada.
Gritei.
— Tem alguém aí?!
Só ouvi o silêncio. Meu coração batia descompassado. Onde eu estava?
Corri até a porta, bati com força.
— Me tirem daqui!
Nada. Senti o desespero crescer, mas forcei a mim mesma a respirar. Eu precisava pensar. Quem fez isso? E, mais importante, por quê?
Algo estava terrivelmente errado. E eu precisava descobrir antes que fosse tarde demais.
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Atualizado até capítulo 79
Comments
Isabel Esteves Lima
Só pode ter sido Matias que a sequestrou.
2024-12-20
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Leidiane Lopes
Só pode ter sido o destrambelhado do Matias, esse homem é loco de desejar a irmã, o pior é que existe isso outro dia fiquei horrorizada no meu trabalho nas nossas conversas sobre família o irmão deixou a esposa pra ficar com a irmã e eu inocente ainda perguntei são irmãos de criação, a resposta: que nada são irmãos do mesmo pai e mãe e pra terminar a história eles tem filhos fiquei mais horrorizada ainda. É cada história que eu fico besta
2025-03-08
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Neuza Lucia
esse cafajeste babacas escroto idiota sem noção imbecis estrupador nojento alguém tem que pegar ele pra ela não sofrer mais misericórdia ninguém merece isso e descobrir a verdade que ela não tem culpa será que levou o carro dela o carro não rastreador não? nem uma jóia não sei que Marfiosos são esses que não proteger a família?
2025-01-27
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