...Wong Jiho...
Eu definitivamente não fiz aquilo sem querer, ou por impulso, foi pensado, eu realmente queria beijar o Toshion, e algo me dizia que eu tinha que fazer isso antes de sair da floresta ou não teria outra chance, e por mais que eu nunca tenha tido a experiência de beijar alguém antes, eu tenho absoluta certeza de que ele gostou do beijo.
Ele me segurou firme e me beijou com vontade, o mundo parou naquele momento, e pude senti-lo com intensidade. Seus lábios eram doces, macios, seu toque apesar de firme era quente e terno ao mesmo tempo, meu coração estava desesperadamente acelerado, e eu conseguia sentir o coração dele batendo da mesma maneira que o meu.
Eu nunca havia me sentido assim, tão revigorado, elétrico, até... Feliz... Com um simples beijo, caramba, eu devo realmente gostar dele, e muito.
Quando nos soltamos, sem ar, eu só queria ter ainda mais dele, e eu sei que ele se sentia assim também, mas... Ele se afastou e só entrou no carro, parecia confuso e chateado. Eu não me arrependo de nada, muito pelo contrário, juro que faria tudo exatamente igual, aliás talvez eu fosse ainda mais ousado. Porém ao vê-lo daquela maneira eu achei que seria melhor me desculpar, mas o Toshion foi grosseiro, ele estava muito chateado mesmo, parecia ofendido de certa maneira, então eu só fiquei quieto.
Viajamos em total silêncio até Ramasami, eu odeio ficar em silêncio, ainda mais estando ao lado dele. Mas eu nem sabia o que poderia falar, fora que as palavras dele me deixaram triste, muito triste, eu queria chorar.
— Tenente Kwon, está na escuta? — Fui retirado dos pensamentos com o Toshion falando pelo rádio. — Tenente Kwon, sou eu, Capitão Lee, responda!
— Capitão Lee, pelos deuses, onde o senhor está! — Alguém respondia animado pelo rádio.
— Estou a 5 minutos de Ramasami, e estou com o doutor Wong Jiho. — Toshion respondia sem ânimo, ele estava visivelmente cansado.
— Certo, irei encontrá-lo no galpão próximo a entrada da cidade. — O tal tenente respondeu encerrando a conversa e voltamos ao nosso silêncio.
Chegamos em Ramasami no meio da noite, dirigimos até um lugar remoto onde havia um galpão no meio do nada. Toshion estacionou o carro e descemos.
— Capitão Lee! — Um homem vestindo roupas casuais nos aguardava. — Graças aos deuses, o senhor está bem!
— É bom te ver Tenente Kwon. — Toshion sorria sem ânimo. — Esse é o doutor Wong Jiho.
— É um prazer conhecê -lo Tenente Kown. — Falei sem ânimo também.
— Fico feliz que esteja a salvo doutor. — O tenente respondeu olhando ao redor. — E os outros?
Olhei para o Toshion que abaixou a cabeça triste.
— Estão mortos. — Ele falou quase sussurrando, e o tenente o olhou espantado. — Desobedeceram minhas ordens, libertaram outros prisioneiros que estavam no laboratório e chamaram a atenção dos capangas, ficamos no meio do fogo cruzado, escapei por pouco.
— Minha nossa, os soldados e o sargento Seok? — O tenente estava à beira de chorar.
— Todos eles! — Toshion então olhou para o tenente e seus olhos se encheram de lágrimas
Eu me senti horrível nesse momento, e sem que eu percebesse, as lágrimas jorravam dos meus olhos.
— Eu sinto muito, eu não queria causar nada disso! — Falei em meio às lágrimas.
— Nada disso é culpa sua. — Toshion me olhou com carinho. — A culpa é daqueles bandidos, e vamos acabar com eles, eu prometo.
— Isso mesmo, doutor! — O tenente falou tentando segurar as suas lágrimas. — Bom, eu trouxe uma muda de roupa pra vocês, se troquem e vamos para o hotel, devem estar cansados.
— Eu tô exausto, sinto que se não dormir por mais uma noite, sou capaz de atirar na minha própria cabeça. — Toshion falou pegando a roupa e me senti ainda pior. Ao contrário dele, eu dormi todas as noites em que estivemos na floresta.
— Não diga uma coisa dessas capitão! — Falei triste.
— É só modo de falar. — Ele deu um sorriso fraco.
Nos trocamos no galpão, não havia um banheiro ou lugar reservado pra isso, então nos trocamos ali mesmo a vista um do outro, mas eu estava tão nervoso que não olhei nem por um segundo na direção do Toshion, a última coisa que eu precisava agora era dele gritando que não era gay, e ou coisa do tipo.
Fomos num carro comum que o tenente Kwon trouxe, ele dirigiu até o hotel. No quarto haviam apenas duas camas.
— Descansem, eu vou procurar outro lugar para dormir. — O tenente falou já saindo do quarto. — Amanhã voltaremos para Leung.
Toshion caminhou direto até o banheiro e se trancou. Me sentei no chão e aguardei.
Eu sei que não vai acontecer nada aqui, mas só o fato de estarmos sozinhos outra vez e agora num quarto de hotel, fazia o meu coração acelerar. Ele saiu do banheiro vestido apenas por um short, o peito despido, revelava seus músculos e cicatrizes. E dessa vez eu não conseguia parar de olhar. O corpo do Toshion era extremamente sexy, másculo e forte.
— Pode ir tomar banho. — Ele falou me fazendo sair do transe em que estava observando seu peitoral.
— Ok! — Me levantei envergonhado e fui me lavar.
Faz semanas que eu não tomava banho, e assim que a água percorreu meu corpo eu chorei, apesar de conhecer o Toshion e até gostar de ter tido aquele tempo com ele, toda essa experiência foi traumática e dolorosa demais. Eu espero nunca mais ter que passar por algo assim.
Saí do banho e o Toshion já estava dormindo. Aproveitei para olhar seu rosto tranquilo, até dormindo ele consegue ser lindo. O olhei por alguns minutos e fui me deitar. Amanhã voltamos à nossa realidade e talvez nunca mais nos veremos.
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Atualizado até capítulo 72
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