Sequestrado

...Wong Jiho...

Acordo com dor em todo o meu corpo. Estou preso, amarrado numa cadeira desconfortável, com um capuz preto na cabeça, nem sei dizer há quantos dias estou aqui, sinto muita fome e sede, me sinto fraco. Será que me deixaram aqui para morrer?

Tento reunir minhas energias para sobreviver o máximo de tempo possível. De repente ouço o som de uma porta se abrir e passos vindo em minha direção, me assusto.

— Quem está aí? — Pergunto aflito. — O que quer de mim?

— Doutor Wong Jiho! — Uma voz masculina grave fala comigo. — É um prazer finalmente conhecê-lo. Sempre tive curiosidade de ver o seu rosto. — Ele então puxa o meu capuz, inicialmente fico sem enxergar bem devido a claridade, mas aos poucos consigo ver um homem bem vestido de pé à minha frente.

Olho para ele atentamente e tento buscar na mente quem é ele, mas acabo concluindo que nunca o vi antes.

— Você é mesmo bonito, parece com a sua mãe. — Ele falava sorridente.

— Quem é você? O que quer de mim? Por que estou aqui? — Saí soltando um monte de perguntas.

— Mas é claro, que rude da minha parte, não me apresentei. — Ele sorria e esse sorriso me irritava. — Sou Yuko Namin.

— Namin? Do grupo farmacêutico Namin? — Falei impressionado.

— Exatamente!

Desgraçado!

Meu pai estava buscando colaboradores para a nossa pesquisa, precisávamos de mais dinheiro para comprar os diversos insumos que usamos para desenvolver a cura. Nosso objetivo é erradicar essa maldita doença genética.

E a farmacêutica Namin se apresentou como investidora, inicialmente parecia querer apenas contribuir, mas em seguida passou a controlar a pesquisa, e pareciam dispostos impedir o nosso avanço, meu pai então rompeu o contrato com eles.

— Porque me sequestrou? — Falei com raiva.

— Não é óbvio? — Ele se aproximou. — Eu tentei primeiro convencer sua mãe a trabalhar comigo, mas ela se negou, estava dedicada a essa pesquisa ridícula junto com seu pai.

— Ridícula? — Falei com ódio. — Essa pesquisa irá salvar inúmeras vidas.

— Ahh sim, as vidas dos bebês! Que bonitinho! — Ele falava com ironia. — Já temos uma vacina, e lucramos muito com ela.

— A sua vacina é fraca, tem que ser renovada todos os anos, custa caro e acaba sendo ineficiente. — Respondi com desprezo.

— É, mas me deixa muito rico. — Ele sorriu. — E a sua pesquisa pode acabar com os meus negócios. Então estou tentando acabar com isso. — Ele se abaixou ficando na altura do meu rosto. — Eu pedi ao seu pai para encerrar a pesquisa ou você morre.

— Meu pai não vai encerrar a pesquisa. — Respondi de prontidão. — A minha vida não é mais importante que todas as crianças.

— Nossa, que tocante. — Ele colocou a mão no peito de um jeito dramático. — Doar sua vida pelas crianças, é muito altruísta. — Ele sorria de um jeito diabólico. — Bom, eu sei disso, seu pai não vai parar, mas sem você a pesquisa fica mais lenta, afinal você é o gênio por trás de tudo isso. A ideia aqui é atrasar e atrair o seu querido e talentoso pai para uma armadilha. Onde vocês dois irão morrer, e assim a pesquisa morre junto.

— Meu pai deve estar sendo super protegido nesse momento! — Falei orgulhoso. — Não vai conseguir colocar as mãos nele.

— É, você tem razão, mas eu tenho um plano, e vou usar você para isso. — Ele se levantou. — Mesmo que seu pai esteja disposto a te sacrificar pelas lindas crianças, ele ainda é seu pai, e vai tentar te salvar de alguma maneira. E é assim que pegaremos ele.

Ele sai e um outro cara entra trazendo um prato de comida e água.

— Vou te alimentar doutor. — Ele se aproxima de mim. — Abre a boquinha.

— Não precisa fazer isso, é só soltar um braço e consigo comer sozinho. — Falei irritado. — Não vou tentar fugir, não tenho habilidades pra lutar de qualquer maneira.

— Não estou nem um pouco satisfeito em te dar comida na boca, doutor. — O sujeito respondeu a contragosto. — Mas são ordens e não vou arriscar, então vai abrir a boca, ou morrer de fome?

— Não tenho escolha. — Respirei fundo e abri a boca. Era uma comida horrível, insossa, mas era isso ou realmente morrer de fome.

Após me alimentar ele colocou de volta o maldito capuz e trancou a sala.

Minha nossa, não há nada que possa fazer para sair dessa situação. Espero que meu pai seja mais esperto que esse tal Namin e faça algo para nos salvar. Dedicamos a nossa vida a desenvolver essa pesquisa, tudo para que mães e bebês não precisem mais sofrer com essa doença que está acabando com o mundo, e agora tudo isso pode desaparecer e porque? Por dinheiro e poder?

Sempre fico impressionado com o quanto as pessoas podem ser mesquinhas e cruéis, tudo por seus próprios interesses, por esse motivo decidimos que eu ficaria no anonimato e apenas meus pais seriam notícia, mas não adiantou, o mal de alguma maneira chegou até nós, que apenas queremos fazer o bem.

Malditos sejam!

Capítulos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!