Barzinho - Adam

Adam

Essa semana eu me torturei, mas foi preciso.

Eu precisava testar a reciprocidade da Mavi em relação a mim.

Primeiro fiz o convite, e ela aceitou. Tudo bem que usei a desculpa da dívida, mas ela poderia recusar e falar que pagaria com fisioterapia mesmo.

Depois testei os elogios. Mavi não se sentiu desconfortável, muito pelo contrário, seu rosto ruborizado me dizia outra coisa.

Depois testei a aproximação. Abri a porta do carro e fiquei tão perto, olhando em seus olhos, e ela não recuou. A sua respiração ofegante e suas pupilas dilatadas me disseram que ela não era indiferente a mim.

Depois testei o toque. Precisava saber se ao toca-lá, Mavi poderia ter alguma reação de nojo a mim. Mas não, ela aceitou meus toques, e sua pele queimava sob minha mão. Seu peito subia e descia mais rápido que o normal. E o seu suspiro de frustração quando eu lhe desejava boa noite e me afastava dela, me fez ter a certeza.

Mavi não me rejeitava como eu achei que faria.

Foi uma tortura ficar tão próximo a ela, nossos lábios quase se tocando, sentir seu perfume, e ter que me afastar.

Então sábado daria o próximo passo. Eu precisava beijar aquela boca ou ia enlouquecer.

Passei no horário marcado em seu apartamento para pegá-la. Estava simplesmente linda. E fomos para o barzinho. Desde o acidente é a primeira vez que saio assim. Mavi me fez ter vontade de ir com ela a um lugar que não fosse minha casa ou a empresa.

- Não esquece Mavi, após você comer o bolo nós vamos embora.

- Kkk Ainda com esse plano?

- É o único que tenho desde o início. Depois de sair daqui, os meus planos vão depender de você._ falei em seu ouvido e vi que sua pele se arrepiou inteira.

Realmente, Mavi não é indiferente a mim, ou seu corpo não reagiria assim.

Afastei um pouco minha cadeira de rodas, envolvi Mavi por trás e passei minhas mãos pelos seus braços levemente para aquecê-los.

- Está com frio?

- Ehhhh... não. Não estou , obrigada._ esse jeitinho de gaguejar dela me fascina.

- Ok._ voltei ao meu lugar, mas permaneci bem próximo a ela. - Quer beber alguma coisa?

- Água! Preciso muito de água.

- kkk Tudo bem. Eu vou tomar só suco, mas fica a vontade se quiser beber outra bebida. Afinal estamos num bar.

- Eu não bebo bebida alcoólica. Então vou ficar na água e te acompanhar no suco.

Pedi a água e sucos para nós.

- O fato de não beber bebida alcoólica tem alguma relação com o que aconteceu com seus pais?

- Acredito que sim. Nunca consegui. Nem mesmo vinho. E olha que seu Anthony fez uma adega com os melhores vinhos do mundo em casa para agradar minha mãe.

- Seu pai é um homem muito apaixonado pelo que me lembro deles.

- Continua a mesma coisa. Seu Thomas não fica atrás não é?

- Em nada. Meu pai vive pela minha mãe. Falando neles, chegaram hoje a NY. Minha mãe quer te ver.

- Eles vão vir na festa do Lucas?

- Não. Na verdade o aniversário do Lucas é na próxima semana, e ele vai ao Brasil passar com toda família. Aqui ele quis fazer para os amigos mesmo. Meus pais estão na casa deles aqui em NY, ficaram cuidando da bebê da Aurora.

- Aurora tem um bebê?

- Sim, uma menina de oito meses.

- Alice também é casada?

- Não. Alice namora com o Felipe. Mas acredito que logo se casam.

- Pensei que eram primos._ ela perguntou meio confusa.

- kkk São e não são. Na verdade Felipe é filho de um amigo do meu pai, e nós crescemos chamando ele de tio. Consequentemente, Felipe virou primo.

- Ah entendi. Formam um belo casal.

- Eles estão repetindo a história dos meus tios Catarina e Eduardo.

- Como assim?

- Tio Eduardo era apaixonado pela minha tia desde criança, assim como Felipe é apaixonado por Alice desde que éramos crianças e brincávamos na fazenda. Ele sofreu muito quando Alice começou a trabalhar de modelo e passou a viajar toda hora. Mas acabaram se acertando.

- Estão todos os primos reunidos hoje então?

- Falta a Manu, irmã do João. Ela é médica e não conseguiu vir. Aquela moça com o João é a noiva dele.

- Vejo que dos primos só você e o Lucas estão solteiros. Por que será né?! Kkk

- kkkk Eu não sei o Lucas, mas eu pretendo deixar de ser solteiro. Quem sabe não é hoje._ falei olhando para ela que como eu já esperava, ficou vermelhinha e tomou um gole da sua água.

- Você não deveria fazer isso Mavi.

- Isso o que?

- Ficar vermelhinha assim. Fica tão linda e eu tenho vontade de te beijar._falei segurando seu queixo e olhando dos seus olhos para sua boca.

Era agora, ou eu sairia o homem mais feliz do mundo desse bar, ou o mais infeliz se Mavi me rejeitasse.

Fui me aproximando, posicionando o rosto para que nossas bocas se encaixassem. Ela em momento nenhum recuou. Mas suspirou fundo e me fez uma carinha como se pedisse desculpas.

- Adam está todo mundo olhando._ falou baixo, quase um sussurro, o que me deixou mais alucinado ainda por ela.

Mas entendi que ela estava com vergonha por imaginar ter uma plateia vendo nosso beijo. Então dei apenas um beijo rápido, um pouco mais que um selinho. Precisava sentir o gosto dos seus lábios. Mas agora eu queria mais, muito mais.

Encostei minha testa na dela e fiz um carinho com minha mão em seu rosto, correndo meu dedo polegar por sua pele macia e quente.

- Tudo bem linda. Por hora me satisfaço em ter apenas uma prova dos seus beijos.

Me afastei um pouco, mas fiquei ao seu lado. Peguei sua mão e fiquei fazendo um carinho nela enquanto voltamos a conversar.

Tudo com Mavi estava sendo uma novidade para mim. Inclusive isso de ficar sentados lado a lado e de mão dadas. Não, eu nunca fiz isso na vida. Mas era uma sensação gostosa.

Mavi era tímida, discreta, meiga e inocente. Muito, mas muito diferente das mulheres que eu costumava me relacionar. Mavi não era mulher de beijos de língua em público, de passar minha mão por seu corpo no meio das pessoas, de se sentar no meu colo em meio a uma festa e praticamente transarmos ali mesmo, com as pessoas vendo.

Mavi era mulher para sentar ao seu lado. Fazer um carinho e segurar sua mão. Roubar uns beijos rápidos e de forma discreta. Falar besteiras no seu ouvido, só para ela ouvir e ruborizar. Fazer elogios para a ver ficar tímida. Abrir a porta do carro e puxar a cadeira para ela se sentar.

Eu ia ter que ir devagar com ela. E isso era novo para mim. E eu estava gostando.

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Comments

Josigg Gomes Galdino

Josigg Gomes Galdino

Que bom que ele já deu esse passo,e já percebeu que Mavi, também gosta dele, agora só falta ela se deixar levar

2025-03-01

13

Regiane Custodio Santos

Regiane Custodio Santos

o que o amor não faz hein, ir devagar e ter paciência

2025-02-21

2

Maria Aparecida

Maria Aparecida

eu estou achando muito bom parabéns

2025-03-15

0

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