Adam
Eu não sei o que estava acontecendo, mas Mavi mexia comigo de uma maneira que nenhuma mulher já fez. E olha que nos meus 28 anos saí com muitas mulheres. Namorei com três. E nenhuma, mas nenhuma mesmo conseguiu me fazer sentir essas coisas estranhas que venho sentindo só de pensar na Mavi.
E não estou falando da parte sexual. Essa também está difícil viu.
Mas eu passei a sentir coisas como frio na barriga, coração acelerado, toda vez que a vejo ou até quando penso nela.
Não só penso como passei a sonhar também.
Affs, não posso estar sentindo o que eu acho que estou sentindo.
Não posso!
Por isso resolvi manter distância de Mavi.
Já se passaram um mês desde que iniciamos a fisioterapia, e nossa relação continua como tem que ser. Estritamente profissional.
As palavras que trocamos são as básicas para nos entendermos sobre o tratamento. Nada além disso.
Mas eu não posso deixar de olhar para ela. De observar a doce Mavi.
A cada dia que passa ela me cativa mais. E nem a distância que estou tentando manter, está funcionando.
Já pensei em cancelar nosso contrato de trabalho. Assim nunca mais a veria.
Mas quando penso na possibilidade de não a ver, meu coração fica apertado dentro do peito que chega a doer. Aí desisto dessa ideia.
Eu sei o que esse sentimento significa. Mas eu me recuso aceitar, muito menos pronunciá-lo para mim mesmo.
Já tenho coisas de mais com o que sofrer, e ainda vou arrumar outra? Nunca!
Por que qual é a chance de ouvir um "nunca ficaria com um cara como você" ou "tenho nojo de você"!?
Todas!
Então prefiro negar a mim mesmo, e manter distância dela.
Minha mãe tem vindo menos a NY agora. Esse mês veio só uma vez. Fico feliz, pois sei que ela está conseguindo me deixar viver minha nova realidade.
Mas falo com ela todos os dias. Assim como falo com meu pai e irmãs.
- Adam, a menina Mavi já chegou para sua fisioterapia.
É sexta-feira, e eu estou esperando Mavi chegar. Depois do horário do almoço me senti mal e vim embora. Acho que estou gripando. Mas tolo que sou, não consegui cancelar a sessão de fisioterapia com ela.
- Manda ela subir por favor dona Carmem. Vou esperar na sala dos exercícios.
Não demorou muito e ouvi alguém bater na porta.
- Entra._ era ela, sempre tão linda.
- Olá Adam.
Como todos os dias, nossos diálogos são basicamente esses
- Olá Mavi. Podemos começar?
- Claro.
E assim seguimos com os exercícios. Mas essa semana Mavi está judiando. Está fazendo eu chegar no meu limite da dor. E dói, dói muito.
Claro que tento disfarçar o máximo que posso para ela não se preocupar e parar os exercícios pela metade. Por que isso significaria ela ir embora antes, como já aconteceu no início.
Então agora aguento firme, sem reclamar, assim consigo ter a companhia dela por um pouquinho mais de tempo.
- Está doendo Adam?
Estava doente sim, muito. Mas falei que não.
- Ok, terminamos. Vou fazer uma massagem agora para finalizar e aliviar os seus músculos.
Essa parte eu amo. Mavi faz uma massagem no meu pescoço que simplesmente vou ao céu.
Ela finalizou a sessão e foi embora. Voltaria somente segunda feira. Dois dias sem ver e sentir seu perfume.
Mas era melhor assim.
Aquela noite quase não consegui dormir. Remédio nenhum aliviava minhas dores.
No sábado acordei indisposto, a ponto de não conseguir sair da cama.
Lucas veio me ver e queria me levar ao médico. Não quis, apenas pedi pra me ajudar tomar banho.
Mas só ia piorando. As dores eram demais e comecei a ter febre.
Ameacei Lucas para ele não ir correndo contar para minha mãe. E ele não fez. Mas eu não tinha incluído Mavi nessa lista de proibição.
Quando menos esperava ela entrou no meu quarto. Com um olhar preocupado.
Ah Lucas. Te mato!
Olhei para ele, que só levantou um ombro.
- Oi Adam. Seu primo me disse que estava com muita dor e nem conseguiu sair da cama o dia inteiro. Por que não me chamou antes?
- Não precisa se preocupar Mavi. Estou bem, deve ser gripe.
Então ela veio até mim e colocou sua mão na minha testa.
- Está com febre. O que você está sentindo exatamente?
- Dor em todo corpo.
- Foi dos exercícios. Desculpa, devo ter feito algo errado.
Droga ! Ela estava se sentindo culpada, quando na verdade a culpa foi toda minha.
- Não foi não Mavi. Já tive isso antes de iniciar a fisioterapia. Né Lucas?
Perguntei para ele quase que ameaçando.
- Sim. Já teve mesmo. Não se preocupe Mavi.
Ela olhou com uma cara que não acreditou muito, mas deixou assim.
- Vou te aplicar um remédio para fazer efeito mais rápido. Se não passar sua dor, vamos ao hospital.
Vamos?! Ela disse que vai comigo?
Deve ser a culpa que ainda está sentindo. Como eu fui idiota. E agora sou covarde de não falar que aguentei os exercícios para poder ficar mais tempo com ela.
Ela pegou sua bolsa e foi preparar a injeção. Nesse tempo consegui ver que ela não estava vestida com o uniforme que sempre está usando. Usava uma calça jeans e tênis branco. Uma blusinha branca e um casaco de lã. Cabelo solto, o que era novidade para mim também.
Droga Lucas. Tinha que chamar ela?!
Ela veio e me deu a injeção. Sentou numa poltrona ao meu lado da cama, e ficou ali. O silêncio novamente reinou entre nós. Não sei quando, mas sei que dormi olhando para ela.
Quando acordei já estava amanhecendo. Dormi muito bem, e não senti mais dor.
Quando olhei para a poltrona, Mavi estava dormindo lá, toda torta.
Me odiei nessa hora. Nem para poder levantar, pegar ela no colo e colocar na cama para que fique confortável.
Eu sou um inútil mesmo!
Lucas entrou no quarto, tentando não fazer barulho.
- Está acordado cara? Passei ver se estava tudo bem.
Ele falou baixinho olhando na direção onde Mavi estava dormindo.
- Estou bem. Consegui dormir e a dor passou.
- Ótimo. Vou para meu apartamento então. Se precisar de alguma coisa me chama.
Ele ia sair. Mas fiz ele parar.
- Espera Lucas!_ droga, droga. Não queria, mas tive que pedir, já que eu não podia fazer. - Pega ela pra mim e coloca aqui na cama. Do jeito que está toda torta, quem vai sentir dores quando acordar será ela.
Tentei parecer que não me importava, que era algo sem importância para mim. Mas Lucas me conhece desde que usávamos fraldas.
Ele deu um sorrisinho e foi até ela. A pegou no colo e trouxe até o meu lado na cama. Não gostei de ver ele a segurando. Senti ciúmes do meu primo e inveja naquele momento.
Levantei a coberta para que ele pudesse a colocar. Ele a deixou ali e fez sinal que estava saindo.
Com um pouco de dificuldade, me sentei na cama e consegui pegar seus pés e tirar seus tênis. Voltei para meu lugar na cama e nos cobri.
Estava tão cansada que não acordou. Apenas se mexeu um pouco para se acomodar na cama. Deve ter permanecido a noite toda acordada.
Fiquei um tempo ali olhando para ela. Tão linda.
No silêncio do meu quarto e sentindo seu perfume doce, adormeci.
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Atualizado até capítulo 56
Comments
Conce Mota
Ele precisa procurar um psicólogo urgente../Frown//Frown//Frown/
2025-03-11
7
Janaína Fátima de Castro da costa
Ele ficou com trauma, pelo aquela infeliz, da ex, falou.
2025-03-24
0
Silvia Moraes
Mavi será o calmante para Adam dormir
2025-02-26
2